CAPÍTULO 2 * TUDO CONFUSO

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- Estou confuso.

- Com aquela noite?

- Sim. Não lembro de nada depois que segurei sua mão.

- Apaguei sua memoria pra você não lembrar - ele faz uma pausa - Sofremos muito naquela noite

- Sofremos? - me aproximo dele.

Ele se levanta e tira a camisa. Seu corpo está cheio de marcas. Cicatriz está espalhada por seu peito, barriga, pescoço.

- O que aconteceu? - pergunto pra ele.

Seus olhos estão em lagrimas. Sinto uma pena dele. Mesmo sem saber o que aconteceu. Mesmo sem saber quem ele é. Sem saber o que ele é. Sinto confiança nele. Me sinto seguro.

- É melhor você se deitar. Seu primo está vindo.

- André?

- Ele não pode me ver - ele se dirige até a porta - deite ai e seja o que for que ele vai perguntar você não lembra de nada. E ele não sabe sobre aquela noite.

Deito na cama. Ligo a tv. A porta se abre. Os olhos por trás daqueles óculos escuros, devem estar escondendo, a noite de drogado que ele teve.

- Posso entrar? - ele pergunta

- Se você tirar o óculos. - Sorrindo

- To com conjutivite. - Ele zomba e entra fechando a porta em seguida.

- O que foi?

- Sua mãe me ligou. Mandou eu olhar você e a Camille que não responde as ligações.

- E onde ela está? - pergunto

- Não sei. Acho que tá no quarto. - Ele faz uma pausa e sorri - vi o carro do Pedro ai na frente. Não queira incomodar eles dois.

- Minha irmã tá no quarto com o Pedro?

Me leevanto da cama. Abro a porta do quarto e vou até o final do corredor. A porta do quarto de Camille está fechada. O cheiro de maconha entrega o que ela está fazendo.

- Camille vou conta até 3 pra você abrir essa porta e esse moleque sair dessa casa. - Não ouço nada. - 1... - nenhum sinal deles - 2... eu vou abrir essa porta - André se afasta e vai para a ponta da escada - 3...

O silêncio era enorme. Olho pra trás e vejo Ralph parado a frente de André balaçando a cabeça negativamente. André aparenta estar assustado.

- Camille eu vou abrir - André continua olhando pra minha cara.

Então algo acontece. Atrás de André aparece uma fumaça. Escura. O corredor agora não cheira mais maconha. Está tudo fedendo. De dentro da fumaça, aparece uma mão.

- Henry você está bem? - Ralph olha pra André

- Primo? O que foi? - ele está suando

A mão toca na parede. Misteriosamente algo começa a surgir na parede. Crostas. Lama. Uma gosma preta e fedida. O chão começa a se rachar. O meio do corredor agora está se formando um buraco.

- Henry o que foi? - André se dirige a mim indo proximo do buraco. Três passos pra frente e ele cai no buraco escuro.

- Não se aproxima. Fique ai.

- Mas você não está bem!

- Eu mandei você ficar longe de mim. - Grito.

André se afasta assustado. Ele tira o óculos.

- Camille! Camille! Me ajuda aqui! - ele começa a gritar por ajuda.

Meus olhos se desviam de André. Procuro por Ralph. Não o vejo mais. Olho pra sombra. Ela está ali. A mão desapareceu. Procuro pelas paredes. Então olho no buraco.

Os olhos eram negros e transmitiam medo. Seu cabelo cumprido negro e umigo. Seus dentes eram afiados. Seus dedos eram curtos e suas unhas eram sujas e grandes. Era uma mulher. Fedor de podre. Ela saia do buraco e vinha em minha direção.

- Me ajuda André - sento no chão e fecho meus olhos - André?

- Henry! Voltei! - o cheiro de seu mal hálito me dá enjoô. Seu hálito é quente.

Abro os olhos e a mulher está frente a frente comigo.

- O que você quer? - grito

Henry! Henry! Henry!

Sua mão toca meu ombro.

- Henry acorda - sinto um tapa na bochecha e abro os olhos.

Camille André e Pedro estão de pé parados olhando pra mim.

- Deve ser efeito dos remédios - Camille olha pra André - Ou você tá drogando ele.

- O que aconteceu? - pergunto me levantando

- Você surtou! Tentei te ajudar a abrir a porta. - André olhou pra trás - você ficou olhando pra escada. Depois olhou pro chão e começou a chorar.

- Eu ouvi o André gritar feito louco e abri a porta. - Camille explicou - você tava chorando e gemendo de dor - ele sorri - estava perdendo a virgindade? - zomba

Passo por eles e vou até meu quarto. Tranco a porta. André e Camille batem na porta. Não dou importancia. Estou olhando pra outro lugar. A janela. Ele está ali parado. Ralph.

- O que está acontecendo comigo? - pergunto a ele

- Você não quer ouvir a verdade. - ele vira

- Estou ficando louco?

- Não. Aquilo que você acabou de ver. É a realidade que os humanos não enxergam. Aquilo que você viu era um demônio do cemitério. - Ele para e vira pra janela. - Você precisa tirar ela dali do portão senão ela entra aqui de novo e mata todos.

Corro até a janela e vejo a mulher. A mesma que saiu do buraco no corredor. A mesma que chamou por meu nome. Uma demônio de cemitério. Ela está parada. Seus olhos estão fixos em mim.

- E você? - olho pra ele - o que você é?

André e Camille gritam por socorro.

- Seu anjo da guarda.

WHIPERS * ANJOS DAS TREVAS *Where stories live. Discover now