Capítulo 5 - Explicação

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Breveles está olhando para Cindy. Ele foi para a casa dela cedo, pois estava ansioso para ouvir o que ela tinha a dizer.

Seu pai de novo não estava em casa, então eles teriam mais liberdade para falar o que quisessem.

Breveles tinha medo da resposta de Cindy, pois talvez ela tivesse descoberto seu dom.

Mas independente da resposta, Breveles estava disposto a ouvir e tentar entender.

Breveles e Cindy estão em cima do sofá de pernas cruzadas, um de frente para o outro.

Após alguns minutos, Cindy diz que vai contar toda a verdade, e Breveles fica em silêncio para ouvir:

- Breveles, eu tenho um que te contar um segredo. Eu tenho um poder, o mesmo poder que você tem.

Breveles fica paralisado e não sabe o que dizer, e nesse silêncio, Cindy continua:

- Eu sempre ajudava as pessoas, igual você faz, mas um dia, tudo deu errado. Eu não consegui ajudar uma pessoa, não consegui fazê-la confiar em mim e ela...

Cindy parou de falar e Breveles sentiu um aperto no peito, porquê mesmo que ela não tenha terminado, ele entendeu o que ela queria dizer. Lágrimas começam a cair pelo rosto de Cindy:

- Eu gostava muito dela e me culpo todos os dias por isso. Eu não fui capaz de cumprir meu objetivo, e por isso eu precisava de você, porque você poderia me fazer esquecer isso.

Cindy fecha as mãos com força e abaixa a cabeça:

- Por favor, não me odeie. Eu tinha medo de te contar porque talvez você não quisesse me ajudar. Eu preciso de você, por favor.

Breveles conseguia ver as lágrimas de Cindy caindo sobre suas mãos.

Breveles não esperava essa resposta, agora ele entendia tudo que ela tinha feito, e sabia que não poderia abandoná-la nesse momento.

E em um gesto para tentar confortá-la, Breveles se aproxima, dá um abraço em Cindy e diz:

- Eu não te odeio, e nunca vou te odiar. Eu te entendo, e vou estar do seu lado para te ajudar a superar isso.

Cindy retribui com um abraço mais forte.

Ela realmente estava triste, e o que aconteceu deixaria qualquer um assim.

Breveles não iria culpá-la pelo o que ela tinha feito, mas mesmo assim, tinha coisas que Cindy ainda precisava responder.

  _ALGUM TEMPO SE PASSOU_

Depois que Cindy se acalmou, Breveles perguntou se tinha problema perguntar sobre algumas coisas.

Cindy respondeu que não, enquanto bebia um copo de água que ele tinha dado a ela.

A primeira pergunta que Breveles fez, foi de como ela descobriu que ele tinha um poder, já que ele nunca tinha contado isso para ninguém.

Cindy respondeu:

- No dia em que eu perdi meu amigo, na hora de dormir, eu estava no meu sonho que aparecia sempre que eu acabava de ajudar alguém, mas ao invés do ponto que sempre aparecia no final, eu vi você. Seu corpo estava flutuando como se estivesse dormindo e estava se aproximando de mim. Foi estranho, pois quando eu acordei já sabia exatamente o que deveria fazer, era como se o sonho tivesse me dado instruções para cumprir.

Como isso era possível? talvez tivesse acontecido porque os dois tinha sonhado com a mesma coisa no mesmo dia, ela depois que perdeu o amigo, e Breveles depois que ajudou Júlia.

Ou talvez tivesse sido algo maior.
Talvez realmente tivesse sido o destino querendo ajudar os dois, os juntando, e mostrando para eles que eles não estavam sozinhos.

Breveles criou mil teorias em sua cabeça naquele momento, mas era inútil, porque ele sabia que nunca iria descobrir o que aconteceu de verdade.

Breveles perguntou se o pai dela sabia sobre o seu dom, e ela disse que não, e que mesmo que ela disesse, ele não acreditaria:

- Me conte sobre seu amigo, o que aconteceu com ele?

Por um momento, parecia que Cindy não conseguiria falar sobre aquele assunto, mas após respirar fundo e se ajeitar no sofá, ela contou a sua história:

- Eu estava na escola, e vi que tinha um grupo de pessoas fazendo bullying com um menino. Eu cheguei lá e os mandei embora.
Logo depois eu fui conversar com ele, e ele disse pra mim que aquilo sempre acontecia, que ele sempre era zuado por outras pessoas pela sua aparência. Eu não achava ele feio, e eu disse isso para ele. Ele acreditou em mim, e nós viramos amigos.

Breveles se ajeitou no sofá e continuou ouvindo:

- Mas a cada dia que passava, parecia que ele estava ficando mais triste, e eu não conseguia fazer nada para ajudar. As pessoas agora tinham começado a falar de nós dois, só porque a gente estava andando junto. Eu sempre nos defendia, mas parecia que ele não estava feliz com isso. No sexto dia, ele não foi para a escola, e eu fiquei sabendo no dia seguinte de que ele havia se matado, pois não aguentava mais viver daquele jeito.

        ..........

- Eu chorei muito desde que isso aconteceu, e no sétimo dia, o dia em que eu deveria criar um amigo para ele, na hora de dormir, eu tive aquele sonho com você, e sabia que você era a solução.

Naquele momento Breveles ficou completamente sem palavras, e conseguia sentir o peso que Cindy estava carregando.

Era muito ruim sentir algo assim. Ele sabia como ela se sentia, porque aliás, nem todos os planos de Breveles deram certos também.

Cindy era muito inocente, ela não entendia o porque de existirem pessoas que fazem mal a outras.

Cindy nunca ligou para a aparência. Para ela, não existia padrão de beleza, e o que contava, era o que a pessoa tinha por dentro.

Breveles gostava disso em Cindy, ela via beleza em tudo, e estava disposta a ajudar a qualquer pessoa, não importava a dificuldade.

Essas coisas faziam Breveles querer não abandonar ela e desistir de seu plano.

Breveles percebeu que Cindy estava feliz por ter desabafado com ele, mas aquilo não era o suficiente.

De repente se ouve um barulho alto, era um trovão, estava prestes a chover, e Breveles tinha que ir para casa.

    _ALGUNS MINUTOS SE PASSARAM_

A chuva tinha começado, Breveles estava se preparando para ir embora, quando Cindy pergunta para ele se ele ainda gostava dela mesmo depois do que ela tinha feito. Breveles respondeu:

- Não tem como eu não gostar de você. O que você fez foi certo. Eu faria a mesma coisa, e não vou te abandonar por causa disso.

Breveles deu um beijo na testa de Cindy e foi embora com o guarda chuva que Cindy o emprestou.

Agora eles só tinham mais 3 dias juntos.

A chuva começou a ficar forte, parecia que iria chover por um bom tempo, e isso era exatamente do que Breveles precisava.

A chuva começou a ficar forte, parecia que iria chover por um bom tempo, e isso era exatamente do que Breveles precisava

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O criador de companhiaWhere stories live. Discover now