Capítulo 1 - Júlia

261 34 100
                                    

São 11 da noite. Breveles está conversando com Júlia, uma menina que conheceu a 6 dias atrás. Ela está lhe dizendo como foi seu dia.

Júlia é uma menina gentil, gosta de ler, escrever histórias, gosta de filmes de suspense e de tocar violão, é boa em matemática e ruim em inglês.

Quando Breveles a conheceu, ela estava chorando no canto da sala depois que a aula tinha acabado. Todos tinham saído, menos ele. Ela estava sozinha, e quando ele a viu, já sabia o que deveria fazer.

Mas por que ele sabe tanto sobre ela em tão pouco tempo? Qual é a importância dela pra ele? Você se pergunta... É porque desde que ele a viu, ela se tornou seu objetivo.

Breveles nasceu com um dom. Ele tem o poder de viajar para outras realidades, podendo mudar uma coisa específica nelas, e ele tornou esse dom em um objetivo.

Toda vez que Breveles conhece alguém que está triste, ele tem 7 dias para conhecer o máximo dessa pessoa, e se transformar em alguém que a deixe feliz de acordo com o que ela gosta. Aí ele viaja para outra realidade e cria uma pessoa para substituí-lo, e nessa nova realidade, aquela pessoa triste agora tem um novo amigo exatamente como ela quer, e depois disso, Breveles vai para a próxima pessoa, e assim o ciclo continua.

Breveles gostou de conhecer Júlia, mas eles já se conheciam a 6 dias, ou seja, infelizmente, aquele era o último dia deles juntos. Então durante a sua conversa com ela, Breveles faz sua pergunta mais importante:

- Como seria o seu amigo perfeito?

Essa pergunta era feita no último dia, e servia para Breveles saber qual seriam as características da pessoa que vai substituí-lo, e assim molda-la:

- Ele seria gentil, engraçado, fofo, bonito, teria que tocar violão, tem que ter olhos azuis e não pode me abandonar. _responde Júlia

Depois que Breveles ouviu essa resposta, só faltava para ele, esperar a hora de dormir.

A hora de dormir era a hora em que ele pulava dessa para outra realidade, e no meio disso tinha um sonho, um sonho que acontecia sempre que ele pulava para outra realidade. Um sonho que Breveles nunca entendeu direito.

Nesse sonho, Breveles está flutuando no vazio. Tudo está escuro, e de repente, aparece um ponto de luz. Esse ponto de luz fica mais próximo de Breveles cada vez que ele dá esse salto de realidade, e quanto mais perto chega esse ponto, mais é visível algo no meio dele. Algo que Breveles não descobriu ainda o que é. E o sonho acaba toda vez que esse ponto de luz aparece, e quando acorda, Breveles já está em outra realidade.

Quando Breveles acordou de manhã, ele já sabia que não poderia ir conversar com Júlia, porque ela já estaria com seu novo amigo.

Breveles gosta de seu "trabalho", é uma forma de deixar cada vez mais pessoas felizes. Mas as vezes é um pouco solitário, pois quem ele ajuda, não se lembra dele no final.

Todas as vezes que Breveles acabava de ajudar uma pessoa, as memórias que ela tinha com Breveles eram substituídas por memórias com seu novo amigo, e no final, para aquela pessoa, era como se breveles nunca tivesse existido.

As vezes ele pensa em desistir e só curtir a vida, mas se ele fizesse isso, ele não teria um propósito e desperdiçaria seu dom. Ele sabia que algo faltava em sua vida, e aquele objetivo completava esse espaço.

Breveles parou de pensar nisso, se levantou da cama, se arrumou, e fez seu trajeto diário até a escola.

Chegando lá, Breveles se deparou com Júlia, e ela não estava sozinha, do lado dela tinha um menino, e ela estava se divertindo com esse menino.

Breveles abriu um sorriso e pensou:

- Mais um objetivo completo.

_DEPOIS DA AULA_

A aula terminou, e Breveles estava ansioso com as férias que iriam começar no dia seguinte. Ele tinha terminado seu plano com Júlia, já tinha feito vários planos para as férias, e estava perdido em seus pensamentos.

Enquanto Breveles está pensando, uma menina se aproxima. Uma menina do mesmo ano que Breveles, mas de uma sala diferente. Ela diz:

- Ei menino, minha amiga está chorando e eu não sei o que fazer, pode me ajudar?

Breveles achou estranho que ela chegasse exatamente nele e disesse isso, pois ela poderia ter ido em qualquer pessoa, e perguntar para Breveles seria muita conhecidência.

Talvez pudesse ser o destino apontando para ele a próxima pessoa a qual deveria ajudar.

Breveles não acreditava em conhecidência, e mesmo sabendo que iria perder boa parte de suas férias, ele aceitou ajudar:

- Claro, onde ela está?

- Ela está sentada bem ali.

Era uma menina que estava sentada no canto do pátio, com a cabeça abaixada entre as pernas.

- Qual é o nome dela?

- Cindy.

- Ok, vou conversar com ela.

Breveles foi em direção a Cindy, pensando no que iria dizer:

- Olá, meu nome é Breveles.

Cindy levanta a cabeça e olha para Breveles. Ela está com lágrimas por todo o rosto, e parece que estava chorando por um bom tempo.

Cindy quase sem voz, responde:

- Oi, sou a Cindy.

- Posso me sentar?

- Sim.

Cindy chega para o lado e ele se senta:

- O que aconteceu? _Breveles pergunta.

- A minha vida é um saco, tudo o que eu faço dá errado e eu não consigo mais ficar feliz...

- Calma, me conta tudo do início.

- Ok.

Enquanto Cindy desabafa, Breveles aproveita e dá uma boa olhada nela.

Cindy tinha uma aparência peculiar. No meio do seu curto cabelo preto havia apenas uma mecha branca que se destacava, seus olhos eram azuis bem claros, ela tinha sardas na bochecha e uma boca pequena que estava com um batom roxo.

Cindy falou dos seus problemas com Breveles e sobre tudo que estava sentindo.

A primeira vista ela parecia insegura, gentil, inteligente, e sabia se expressar muito bem. Mas tinha alguma coisa em Cindy, que para Breveles, a fazia parecer diferente dos outros, mas ele não sabia o que era.

Breveles queria manter contato com ela, já que as férias estavam prestes a começar, e ele iria fazer de tudo para ajudá-la:

- Pode me dar seu número, para a gente poder conversar? _Breveles pergunta

- Sim.

Cindy dá o seu número para Breveles, Breveles dá um abraço em Cindy, e eles se despedem um do outro.

No seu caminho para casa, Breveles pensa em Cindy. No como é estranho que ele a conhecesse no mesmo dia em que ele deixou Júlia, e no que ela tinha para a fazer parecer tão diferente dos outros que Breveles ajudou.

O que importava agora, era que Breveles tinha 7 dias para ajudar Cindy, e ele iria fazer qualquer coisa para fazê-la feliz de novo.

O que importava agora, era que Breveles tinha 7 dias para ajudar Cindy, e ele iria fazer qualquer coisa para fazê-la feliz de novo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
O criador de companhiaWhere stories live. Discover now