Você não é o pai do Tom

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Pov. Henry

- Acho que eu sempre me imaginei em uma casa assim. – eu passei a ponta dos dedos pela extensão da coluna de Ilaria que estava com a cabeça no meu peito.

- A gente é o completo oposto. Nunca quis morar no interior e muito menos em uma casa dessas. É grande e aberta demais, prefiro apartamentos.

- Você disse que tinha gostado do lugar quando entramos. – ela levantou o rosto para me encarar.

- Eu gostei, mas para passar umas férias, e não morar.

- Mesmo com o Tom? Sabe, o campo seria bom para ele brincar.

- De fim de semana só, eu prefiro cria-lo na cidade. Eu dei uma olhada nas escolas dos EUA, o que você acha de me ajudar a escolhe-las? – isso significava que ela estava pensando seriamente em ir, eu não gostei nada disso.

- Não me sinto confortável em fazer isso Ilaria.

- Por que não?

- Não quero que vocês dois vão embora. – eu resolvi ser sincero. – Gosto de ter vocês dois por perto. – não tão sincero, talvez.

- Você poderia nos visitar sempre.

- Não é a mesma coisa.

- Eu tenho uma vida nos EUA, não posso ficar aqui.

- Você não precisa viver lá, sabe disso. Pode tomar decisões daqui e ir 1 vez por mês para lá.

- Henry, vai ser ruim.

- Estou com a impressão de que você quer ficar perto da Virginia. – eu afastei meus dedos das costas dela e estiquei meu braço pelo colchão.

- Não quero ficar perto dela.

- Tem certeza? Porque você está mudando a vida inteira do Tom. Aqui está a casa dele, os amigos dele...a vida dele. Lá ele não vai ter ninguém Ilaria, ninguém. Quando você precisar ir para algum lugar, vai deixa-lo com quem? Com uma babá qualquer?

- Não somos um casal Henry, e você não é pai dele. – aquilo me pegou de surpresa, ela tinha razão, mas eu fiquei meio irritado e a tirei delicadamente de cima de mim.

- Você tem razão. – eu levantei da cama e ela ficou me olhando.

- Aonde você vai Henry? – ela disse meio manhosa e se sentou na cama, o cabelo comprido preto estava todo de um lado e a alça da camisola de cetim que ela estava usando estava caindo de um braço, era bem sensual, mas eu tinha que ser forte.

- Fazer comida, ou pedir. – eu me abaixei e peguei a calça de moletom, começando a vesti-la. – O que você prefere?

- Preferia que a gente estivesse de boa.

- Estamos de boa. – eu passe a mão pelo cabelo, na verdade eu não estava nada de boa. – Viemos para relaxar, e é isso que vamos fazer. O que você quer?

- Fica a seu critério. – ela se levantou meio irritada.

- Ilaria, a gente não vai fazer isso não é?

- Fazer o que? – eu me fiz de desentendido.

- Nada Henry. – ela ajeitou a alça da camisola.

- Vou fazer algo para nós comermos então, com licença.

Eu me retirei o mais educadamente possível tentando disfarçar o quanto eu estava irritado, a intenção não era mesmo essa dessa viagem, mas eu não queria que os dois fossem embora, e não sabia se eu estava mais chateado por ela não estar sempre lá ou por Tom.

Fui até a cozinha e comecei a preparar um macarrão ao molho funghi, não era lá um chef e não tinha muita variedade no "meu cardápio"", mas o que eu fazia costumava ficar bom.

Estava terminando de jogar o molho no macarrão quando senti mãos geladas subirem pelo meu peito, eu me arrepiei, mas não reagi, ainda estava chateado e não iria ficar normal tão cedo.

- Não fique bravo. – Irina me deu um beijinho no ombro. – Peguei vinho para nós dois e você não deveria cozinhar sem camisa, poderia se queimar.

- Obrigado pelo aviso. Pode me dar licença? – eu olhei para ela por cima do ombro, Irina me soltou e se afastou de mim e eu fui até o pequeno balcão nos servir o macarrão.

- Me desculpe, está bem?

- Você está certa Ilaria, não somos um casal e eu não sou pai do Tom, não tenho que dar opinião nenhuma nisso.

- Sua opinião é importante.

- Mas não conta. – eu terminei de servir os dois pratos e coloquei a panela no fogão.

- Você entende que é o meu trabalho?

- Entendo, claro que sim, por isso eu não falarei mais nada. – eu segui até o banco em frente ao balcão e me sentei. – Mesmo porque, você já tomou sua decisão. – eu dei uma garfada no macarrão e coloquei na boca, mas não estava sentindo o sabor das coisas.

- A gente pode não falar disso? – ela abriu o vinho e começou a servir para nós dois. – Você me prometeu que seria uma viagem para relaxarmos.

- Por isso eu não vou mais tocar nesse assunto. – eu bati com a mão no banco ao meu lado. – Vem comer, se esfriar vai ficar ruim. – ele veio meio que correndo e se sentou ao meu lado.

- Eu não quero que a gente fique mal Henry. – ela colocou uma da mãos na minha coxa enquanto eu ainda comia sem olha-la.

- Está tudo bem Ilaria. – eu tomei um gole do vinho.

- Você está chateado.

- Acho que eu estava pensando em como a minha vida vai ficar chata sem vocês dois.

- Você vai poder nos visitar sempre que puder e todas as férias eu prometo que vou tentar vir para cá com o Tom.

- Não é a mesma coisa. – eu deixei meus talheres no prato e me levantei.

- Henry.

- Me dá um tempo, está bem?

- Janta comigo, pelo menos. – ela pegou na minha mão.

- Perdi a fome. – eu fui até a geladeira e peguei o engradado inteiro de cerveja. – Se importa?

- Faz o que você quiser. – ela deu de ombros e tomou todo o vinho da taça de uma vez.

- Está bem. – eu fechei a porta da geladeira com força.

- Ótimo. – ela deu de ombros, se serviu de mais vinho e começou a comer.

- Vou estar lá fora se precisar de mim.

- Não vou, você me deu um belo presente que te substitui muito bem. – ela disse para me irritar.

- Faça bom uso dele nos EUA, só espero que não com a Virginia, porque aquilo é uma coisa nossa. – eu disse mostrando que ela conseguiu me atingir.

- Você é muito infantil. – ela pegou a garrafa de vinho e saiu andando. – obrigada por conseguir estragar o macarrão maravilhoso que você fez.

- Ilaria, aonde você vai?

- Tomar banho e espero que você me deixe em paz por enquanto. – ela saiu irritada e foi para o quarto e eu, por minha vez, fui irritado para a sala, com certeza sairíamos os dois mais irritados do que chegamos dessa viagem.

Tudo Que Eu Nunca Pedi || Henry CavillWhere stories live. Discover now