9. Tiros e desespero

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Pela manhã estávamos cansados, dormimos mal e revezamos entre dormir e vigiar. Quando abri meus olhos Jammes me deu o mais lindo dos sorrisos saímos da casa de gelo com cuidado olhando ao redor a procura dos nossos amiguinhos famintos. Por sorte eles não conseguiram entrar e nem estavam ao nosso redor naquela manhã.

O homem deu a volta pela estrutura de gelo cobriu os lugares onde os bichos fizeram buraco. Caminhamos até o rio e conseguimos por sorte dois peixes grandes. O sol brilhava no céu azul, infelizmente ele não era capaz de aquecer o frio tenebroso.

_Vamos fazer uma fogueira e derreter esse gelo para termos água e cozinhar.

_Fazer uma fogueira como!? Isso é gasolina congelada? - zombo fazendo careta e apontando para o branco sob nossos pés.

_Você é muito gostosa... Pena que falta inteligência. - o babaca Cooper diz como se me desse bom dia.

_ Rá, rá... - imito uma risada. - Quero dizer que não tem como fazer fogo. Vamos comer esse peixe cru mesmo antes que congele.

Jammes estreita os olhos na minha direção me dando um sorriso maldoso. - ele enfia a faca no peixe o abrindo e limpa o interior na minha frente. É nojento! - me estende um pedaço e sorri.

_Coma princesa, antes que congele. - o miserável diz com uma das sombrancelhas arqueadas em claro desafio.

Enfio o pedaço na boca e mastigo. O gosto é horrível e não tem tempero algum, me recuso a cuspir ou fazer cara feia. Engulo e olho para Jammes esperando uma reação sua.

_Olha... A princesinha não é tão nojenta quanto imaginei. Estou impressionado! - Eu quero fazê-lo engolir as próprias bolas e depois dar um chute nesse traseiro gostoso dele. - Vamos fazer uma fogueira porque eu não vou comer cru. - ele sorri maldoso e divertido.

Jammes tira algumas cascas das árvores e me olha divertido enquanto joga um pouco da gasolina do tanque da moto por cima. Segundo ele o fogo vai ajudar com os animais também. O fogo propaga rápido e logo tem pedaços maiores de tronco em meio a brasas vermelhas.

Ele derrete o gelo e temos água para beber, depois de um pouco mais de tempo também temos o peixe. Jammes continua com a arma carregada presa ao coldre na perna. Em todo tempo ele está atento ao nosso redor.

_Eles estão procurando um jeito de atacar... - diz depois de um aceno para algo atrás de mim.

Meu coração está batendo rápido quando olha para trás e vejo a alguns metros três bichinhos famintos. Se eu estou com medo? Estou apavorada. Jammes e eu passamos o dia lado a lado. Literalmente. Eu nem pude fazer xixi sozinha e nem ele um sempre cuidando do outro.

Não conversamos muito durante o dia e  durante a noite fizemos sexo de novo como dois loucos. Eu me sinto uma maluca porque fazer isso com alguém que você passou o dia sem conversar é algo insano na minha mente. Os cãezinhos não nos incomodaram durante a noite e eu dormi como pedra.

Nossas iscas estavam vazias pela manhã do terceiro dia, eu estava com fome e mal humorada porque não tomei um banho nos dias anteriores e essa situação está me deixando muito chateada.

_Vamos colocar mais iscas afastadas da margem. O gelo lá é mais fino e deve ter mais peixes por lá.

Ajudo Jammes a furar os buracos de trinta centímetros no gelo como ele pediu. Levanto meus olhos e vejo três animaizinhos, lindos não fosse a vontade que eles estão de me levar para o jantar, literalmente.

 Levanto meus olhos e vejo três animaizinhos, lindos não fosse a vontade que eles estão de me levar para o jantar, literalmente

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Paixão abaixo de zero (Degustação) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora