Capítulo 5

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Jade's POV

"Porque os teu olhos ficam como olhos de demónio, as tuas mamas sobressaem e beijas-me intensamente" esta frase não me saiu da cabeça o dia todo.

Ele põe-me louca. Ele desperta o que de melhor há em mim. É por ele que acordo todos os dias e é também por ele que vivo todos os dias...

Quando li isto senti um misto de alegria, amor e medo. Ele é tão querido, verdadeiro, direto e atrevido ao mesmo tempo, que não me consigo controlar... Tudo o que quero é ele... Todos os meus desejos estão relacionados com ele... Tudo o que posso querer ou até desejar é ele.

O amor mútuo é bestial, mas tem de ser apreciado pelas pessoas certas, pelos amantes certos e pelo sentimento certo. E o amor que sentimos é certo, é amado e é mútuo, por isso, lutamos juntos, abrimos caminhos, alargamos fronteiras, quebramos probabilidades e sofremos consequências, JUNTOS. E é isso que eu tanto adoro e amo na nossa relação, é que a vivemos JUNTOS, os dois remamos igualmente e pela mesma razão - porque queremos avançar, progredir e além do mais, porque queremos amar-nos infinitamente e incondicionalmente.

Se tivesse de o descrever numa só palavra diria "humano", tal como todos nós somos, mas ele é especial, porque ele sente, não é que os outros não sintam, mas ele sente intensamente. Ele é vivo, não que não estejamos todos vivos, mas ele vive, porque a maior parte das pessoas existe, é pequena a quantidade de pessoas que vivem realmente.

E além do mais ele ama-me, e isso é viver, porque amar é viver, porque chorar é morrer, porque sentir é humano e porque amor é tudo.

Joana's POV

A chuva cai intensamente lá fora. Tão intensamente, que oiço os pingos de chuva a bater contra o vidro da janela do meu quarto. Lá fora, a estrada reflete as luzes dos candeeiros de rua, que iluminam os passeios.

Deito-me de costas na cama, pensando no dia que acabei de ter. Diria que foi calmo, apesar de toda esta agitação. Hoje vieram uns amigos do meu pai buscar algumas coisas lhe pertenciam. Entraram no meu quarto, disseram "olá" e foram-se embora.

A minha mãe está fechada no quarto há horas, acho que não os queria ver, mas viu-os quando lhes abriu a porta... Mas pronto. Sei que ela está a sofrer, mas a culpa é provavelmente dela! Estava sempre a dizer que o pai estava sempre a fazer tudo mal e que ele era desarrumado, ...

O meu telemóvel vibra em cima da mesa ao lado da secretaria. Levanto a cabeça para ver que nome aparece no ecrã e leio "Salvador", por isso, atendo logo, sem pensar duas vezes.

- Estou?

- Olá! - oiço-o do outro lado - Como estás?

- Mais ou menos, e tu?

- Mais ou menos? O que se passou? - ele ignora a minha pergunta e coloca mais algumas em jogo.

- O meu pai vai definitivamente sair de casa...

Sinto os olhos a picar, as lágrimas a lutarem contra a minha vontade de não as deixar sair, mas uma escapa e molha a minha bochecha, escorregando até ao queixo e caindo em cima da colcha da minha cama, na qual estou sentada.

- Oh - o Salvador responde, provavelmente por não ter uma reação e por saber que um "vai ficar tudo bem" não me vai tranquilizar, no entanto prossegue, com a sua voz grossa, mas melodiosa - Tenho algo que acho que te vai animar...

- Diz - tento parecer pouco emotiva, mesmo que esteja morta de curiosidade para saber do que se trata.

- Queria saber se queres vir comigo ver um filme amanhã à tarde, dado que é sexta feira e tens tarde livre.

O meu coração para, assim como o tempo. Ele acabou de me convidar para sair? Oh meu Deus... Não posso acreditar.

Sinto borboletas na barriga e um enorme entusiasmo, mas respondo-lhe numa voz serena:

- Adoraria.

- Boa! - ele responde, entusiasmado - Mando-te os pormenores por SMS! Temos depois de escolher o filme. Não te esqueças. Vai dar uma espreitadela ao site do cinema do centro comercial.

Despedimo-nos e desligo a chamada, pousando o iPhone, de seguida, na secretaria ao lado da minha cama. Estou entusiasmadíssima!

O meu telemóvel volta a vibrar, mas desta vez era apenas uma mensagem.

Agarro-o e leio.

* Salvador: Passo por tua casa as 16. Os filmes começam todos as 17, por isso, podíamos ir a pé até lá. Que te parece? E q filme queres ver? *

Combinamos escolher o filme lá.

Deixo-me cair para trás, fitando o teto branco, por momentos, até sentir os meus olhos fechar e ver a figura de Salvador, agarrando a minha mão.

Eu amo o Salvador. Eu amo-o.

Quando o Amor Não Chegaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن