Capítulo 6

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Bela's POV

Sorrio enquanto ele me beija. Adoro-o tanto. Ele separa os nossos corpos e, naquele pequeno espaço que é a minha cama, ele mergulha profundamente nos meus olhos e deteta algo fora do normal.

- Bela... - começa, agarrando a minha bochecha cobrindo-a com a palma da sua mão esquerda - Então...? - continua e começa a fazer círculos na minha pele com o seu pulgar.

Sinto que vou chorar a qualquer momento. O estado da Joana está a deixar-me muito vulnerável... Sinto que por ela devia sofrer todas as infelicidades do mundo e sinto que é injusto estar a ser feliz com o Salvador enquanto a minha melhor amiga está tão decadente, deprimida e sozinha.

Neste momento, ele dá-me a mão e incentiva-me a falar.

A partir do momento em que digo a primeira palavra, as seguintes correm desvairadamente, não me dando sequer tempo de respirar. Ele abraça-me e tenta acalmar-me, dando-me beijinhos no ombro.

Ele promete-me que a vai tentar ajudar e que quando eu der por mim, vamos estar as duas felizes e livres de sofrimento.

Agradeço-lhe tanto que ele tem de me beijar os lábios fortemente para eu parar de falar.

Joana's POV

Eu nunca fui feliz.
Nem nunca ninguém gostou verdadeiramente de mim.
Tenho a vida a escoar num passador. Lágrimas a lavarem-na.
Não tenho ninguém.
A única pessoa que pensei que tinha foi-se embora. Abandonou-me.
Nunca pensei em dizer isto, mas eu não quero viver mais.
Quero não viver.
Quero não estar a viver.
Não quero sentir mais medo de adormecer. Medo do amanhã. Medo do que os outros dirão. Medo das reações das pessoas ao que eu farei. Porque eu não sei o que farei. Nada é planeado.

É tudo puro improviso.

Salvador's POV

Talvez nunca ninguém perceberá a paixão que eu tenho pela vida. O meu amor pela vida é infinito, maior do que o amor que tenho por qualquer pessoa.

Ambas precisam de mim. A Bela e a Joana. Mas eu não preciso de nenhuma delas. Quero seriamente amar a Bela como amo a minha vida, mas é impossível. Ela é simplesmente constante.

Quer sempre as mesmas coisas. Sente sempre as mesmas coisas. Faz sempre as mesmas coisas. Diz sempre as mesmas coisas.

Mas a minha vida não funciona assim. A minha vida tem de ser testada a cada segundo. Tenho de sentir a adrenalina a circular nas minhas veias. Constantemente.

Se sou feliz? Isso não me interessa. Simplesmente porque felicidade não existe. Existe o sentimento de satisfação perante algo.

E não, não me sinto satisfeito perante a vida.

Sinto-me incompletado.

- Salvador? - chama-me a minha mãe, depois de bater à porta do quarto - Está tudo bem?

- Não, mãe. Agora que chegaste estragaste tudo.

Ela, que após entrar se sentou ao meu lado na cama, levantou-se, tapou os olhos que vi ficarem encarnados e molhados com ambas as mãos e saiu do meu quarto.

Aproximo-me da minha secretária, procuro o objeto cortante mais próximo de mim e... Foda-se, dói para caralho, mas nem a dor mais forte vai abafar alguma vez a dor profunda que vive em mim. Nunca.

Joana's POV

* Joana: Salvador? Ainda temos planos para hoje? *

Já passava da hora que combinámos para nos encontrarmos em minha casa e ele ainda não aparecera.

Sinto o meu coração partir-se. Ele nem sequer apareceu... A minha alegria da semana não ia acontecer.

Estava a pensar em fumar um cigarro quando ele me respondeu a dizer "Não. Esquece tudo o que aconteceu entre nós.".

E quando pensava que o meu coração não se podia partir mais, ele partiu se. Uma e outra vez até eu deixar de ver o teto, a cama e o chão e passar a ver tudo preto.

Estou a escrever outro livro! Adorava que fossem ver chama-se 02:31 mas podem ir vê-lo através do meu perfil! Obrigadaaaaaa

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⏰ Last updated: Jun 08, 2016 ⏰

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Quando o Amor Não ChegaWhere stories live. Discover now