Lies

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— Donghunnie, você já acabou de fazer a carne?

— Está quase meu príncepe, apenas espere alguns minutos. — acabei por sorrir com a sua fala, voltando a me concentrar nos legumes que preparava.

  Deviam ser oito da noite, estávamos um pouco cansados, em aquele dia nós tínhamos ido ao parque de diversões, e tinha sido um dos melhores momentos que já tivera vivido.
Ficara tão perdido em meus pensamentos, que apenas despertei quando senti um par de braços a rodear o meu corpo, não disfarçando nem um pouco o sorriso tímido que aparecera nos meus lábios. Olhei para a sua carinha repousada sobre o meu ombro, deixando um leve beijinho na sua bochecha cheinha.

— Já terminou, certo? — deduzi, com um tom brincalhão no meio.

— Na verdade já terminei há algum tempo, mas gosto de te ver concentradinho a cozinhar. — aquelas palavras foram ditas de forma tão calma e tão natural, que não foi preciso muito mais para sentir uma coloração vermelha sobre as minhas bochechas.

— Tão bobinho. — respondi tentando disfarçar a alegria e vergonha que sentia, só ele me fazia sentir assim.

  Em pouco tempo terminei o que cozinhava, e como sempre, o nosso jantar foi regado em brincadeiras e carícias simples, para mim, essa era a melhor forma de comer.
No final acabamos por deixar tudo na mesa, não por preguiça, mas sim porque iríamos fazer algo mais importante. No meio do jantar, Donghun me provocara como sempre, mas desta vez terminamos de uma maneira diferente das outras. Desta vez, eu já me encontrava na minha cama, a falta de regatas no nosso tronco, e seu corpo encima do meu, travando mais uma batalha com nossos lábios, mesmo sabendo que dessa vez ninguém seria o vencedor.
Mas, num determinado momento tudo mudou, o beijou tornou-se mais lento, algo completamente novo para nós, suas mãos acariciavam meu corpo com sutileza e tudo parecia ter mudado. O cenário cheio de tensão sexual, tesão acumulado e pornografia extrema foi mudado para algo mais carinhoso e bem menos sexual, apesar do tesão ainda ali permanecer.
  As carícias foram continuando e, talvez um pouco perdido, levei minhas mãos até a sua nuca, deixando que seus lábios dominassem os meus. Quando a falta de ar se fez presente, olhei em seus olhos, num misto de confusão e expectativa.

— O qu-

— Shh, apenas aproveite, hm? — antes que sequer questionasse, suas palavras tinham sido mais rápidas que as minhas, então apenas confiei nele.

  A delicadeza de cada movimento, a paciência em cada toque, os beijos carinhosos por cada parte do meu corpo, foi dessa forma que entrei em êxtase, sendo consumido por um prazer nunca sentido antes. Um prazer que não só me satisfazia sexualmente também como espiritualmente. Na hora da penetração, eu vi como ele ficou chateado quando eu disse que não queria usar lubrificante, eu o queria logo, não queria perder mais tempo a esperar por uma simples precaução contra a minha dor. Apesar de já "estar habituado" com ele dentro de mim, não pude evitar o costumeiro gemidinho de dor por conta da ardência que sentia ao ele entrar a seco, mesmo que lentamente.
Encarara seus olhos, e acabara me perdendo mais uma vez, a imensidão de estrelas em seus olhos era fascinante, e isso acabava sempre por me levar uma paz imensa.

— Está doendo muito? — seu tom de voz preocupado me fizera rir, e neguei com a cabeça.

— Com você eu não sei o que é a dor.

As investidas foram começando lentas, bem pequenas já que seria para eu me acostumar sem algum tipo de lubrificação, mas nem fora isso que me deixara mais confortável, mas sim quando ele entrelaçou nossas mãos, ficando a olhar para os meus olhos. Nunca havíamos tido esse toque, nunca havia sentido sua mão entrelaçada na minha e podia dizer que era incrível. Quanto mais as investidas aceleravam, nossas mãos se apertavam uma á outra e gemidos de satisfação de ambas partes eram ouvidos. Naquela noite, nos não transamos, nós tínhamos feito amor.

(...)

Mais uma chamada rejeitada, já era a quinta vez que ligava para Donghun em aquele dia, mas ele apenas desligava as chamadas sem algum tipo de razão. Meu peito estava angustiado, sentia uma sensação rara me consumir e uma enorme vontade de falar com o Lee. Então foi aí que cometi meu maior erro. Chegando ao estacionamento do apartamento do outro, reparei que havia outro carro nas suas três vagas alugadas, no entanto apenas associei a algum engraçadinho que não queria pagar o seu aluguer de estacionamento.
Por ter a chave do seu apartamento, apenas abri e entrei sem esperar grande coisa, logo me assustando com a visão que estava tendo. Era ele, meu lindo Donghun, vestido com uma regata e um calção extremamente adorável, no entanto, outro homem se encontrava nos seus braços, sendo beijado pelos lábios que eu tanto idolatrava. Olhei para os dois um pouco confuso, sentindo meu coração bombear mais rápido que o necessário.

— Eu...vinha ver como estavas, não atendeste as minhas chamadas o dia todo. — logo me justifiquei, em tom baixo e constrangido.

— Não tem problema Junnie. Oh, quase esqueci de te dizer, esse é o Chan, meu namorado. — não sei o que me magoara mais nessa frase, se foi o facto de ele ter arranjado um namorado, ou a forma tranquila e dócil com que ele me disse.

Apenas dei um sorriso fraco, obviamente forçado, segurando a todo custo o choro preso na minha garganta.

— Ah.. parabéns, acho. — saiu num tom tão baixo que cheguei a duvidar que ele tivesse ouvido. — eu vou indo.

Não dei nem tempo de ele responder alguma coisa que logo sai do apartamento com o coração na mão, partido e pisoteado. Não tardei em entrar no meu carro e liberar todo o meu choro, me sentindo inútil a um ponto inimaginável. Então ele havia arranjado um namorado, talvez fosse essa a razão de não ter atendido nos dias seguintes após o nosso ato. Foi nesse momento que constatei aquilo que mais temia: tudo o que Lee Donghun me disse, não passaram de mentiras.

Distraccion | Dongjun Where stories live. Discover now