Que Vença a Melhor Vampira

1K 110 22
                                    

Naquele momento, depois de repeli-lo, Jane se afastou de Maximilian sem olhar para trás.

— Minha lealdade é com o clã! Minha lealdade é com clã! Minha lealdade é com o clã! – repetia mentalmente, tentando acreditar que estava fazendo o certo em toda aquela bagunça que se formava em sua segunda vida.

Pelos céus! Quando as coisas tinham se complicado daquela maneira?

Maximilian a amava e ela o estava amando de volta. Contudo, ele estava jurado de morte pelo clã e não poderia mais voltar para Volterra, diferente dela, que jurara lealdade aos Volturis e tinha que honrar sua palavra e voltar para os braços de seu mestre. Se o camaleão soubesse tudo o que se passou com ela, se ele tomasse ciência das memórias recuperadas e do sentimento que agora sentia, não a deixaria partir...

Ela não podia ficar, era uma questão de honra.

E ele não poderia segui-la, era uma questão de amor.

Foi por isso que ela o afastou, impedindo que suas esperanças voltassem a crescer. Jane acreditava fortemente que aquilo daria certo, que ele seguiria o seu caminho se ela o repelisse definitivamente. E com relação ao próprio sentimento, que a vampira acabara de descobrir e ainda não o explorara em sua totalidade, o que seria a dor da distância comparado a dor de ser queimada viva?

Contanto que Maximilian permanecesse vivo e livre de Andrômeda, Jane conseguiria sobreviver. Sua lealdade estava com o seu clã, no fim das contas, e ela não poderia simplesmente quebrar o seu juramento. Ela levava a sua lealdade muito a sério.

— E se esse não fosse o meu real juramento? – pergunta para si mesma, parando de caminhar ao se dar conta do que a própria mente tentava sugerir a ela.

Maximilian havia falado sobre uma promessa, dizendo firmemente que ela havia prometido algo a ele, exigindo que a pendência fosse cumprida. Jane Volturi nunca quebrou sua palavra em toda a sua segunda vida, e, se ela tinha mesmo feito uma promessa ao camaleão...

— Então, talvez, o meu juramento com o clã não valha de nada – sussurra para o vento, experimentando a verdade daquelas palavras como se provasse a melhor iguaria culinária de sua vida, com os olhos cintilando em esperança.

A vampira fecha os olhos com força, voltando a caminhar enquanto pensava numa forma de se lembrar daquele fragmento específico de seu passado. Como ela poderia acessá-lo? Como poderia induzir uma lembrança, depois de tanto tempo ignorando-a e a reprimindo?

Jane traz à memória as recordações que tivera até aquele momento, pensando no fragmento e na situação que o desencadeou, encontrando certo padrão naquela loucura toda. O primeiro flash aconteceu quando Alec se recusou a falar com ela, desencadeando uma lembrança bastante parecida com aquilo. Depois foi o momento em que Maximilian tocou os seus cabelos, ainda em Volterra; depois quando devolveu o relicário que agora ela trazia pendurado no pescoço; e depois quando Andrômeda citou a palavra "mar".

Todas as suas recordações tiveram gatilhos específicos e que correspondiam perfeitamente com a memória. Tudo o que precisava fazer agora, era encontrar o gatilho certo.

Ela para de caminhar novamente, mantendo-se de olhos fechados e pensando em tudo o que conseguia para ativar a parte adormecida de sua mente. A promessa deve ter sido feita em um momento importante, pois Maximilian a levou consigo para sua segunda vida, porém, ele foi embora quando ainda eram crianças... Sim, ele foi embora! Ele disse que a amava e depois partiu.

— Provavelmente houve uma despedida. Despedidas são sempre ruins e dolorosas. Deve ter sido um momento importante, e rodeado de tristeza, e de lágrimas – cogitava sem parar, forçando suas memórias adormecidas a retornarem. – Eu o amava e certamente não queria que fosse embora. Devo ter prometido algo neste momento, tem que ser neste momento – repete, apertando as têmporas com força.

Coração GeladoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora