Meu jantar é como a Titanomaquia

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 Acabei pegando no sono e quando acordo o céu já está alaranjado.

 Decidi que era hora de voltar e resolver as coisas. Assim que me levantei me senti zonza, me apoiei numa árvore, vendo pontos pretos. Não sei quanto tempo fazia desde minha última refeição, eu estava fraca, ainda me recuperando do veneno e não lembrava o caminho de volta.

 Tentei andar e acabei caindo. Vomitei mesmo sem ter nada no estomago. Vi os "espíritos" que habitavam a floresta se aproximarem e senti braços me erguerem, mas eu já estava perdendo a consciência.

...

 Novamente acordei na enfermaria, desta vez cercada de pessoas.

 -Olha quem voltou! -saudou Bella.

 Não respondi, eu queria me sentar, mas não achei que seria uma boa ideia, então fiquei quieta.

 -Como se sente? -perguntou Quíron.

 -As ninfas do bosque disseram que você dormiu e quando acordou estava fraca demais pra voltar, acabou passando mal, então eles te trouxeram até nós. -comentou um cara loiro.

 -Você comeu alguma coisa depois que saiu daqui? -perguntou Isabella, lançando um olhar acusador a Klaus, que estava sério num canto. Neguei. -Te demos um pouco de ambrosia, mas você precisa comer comida normal. -continuou.

 -Ambrosia? Tipo a comida dos deuses? -questionei.

 -Exatamente, ela nos ajuda na recuperação, entretanto, como somos apenas metade deuses, só podemos consumi-la em poucas quantidades. -explicou o loiro.

 -Criança, entendo que isso é difícil para você, mas estamos tentando fazer todo o possível para ajuda-la. Assim que possível entraremos em contato com seus pais e resolveremos da melhor maneira, enquanto isso, é preciso que você permaneça no acampamento, além de correr perigo por ser uma semideusa, você não tem documento. -disse Quíron, docemente.

 -Se você nos passar seus dados o pessoal de Hermes pode dar um jeito em tudo. -disse Bella, empolgada.

 Quis me sentar e eles me ajudaram, respirei fundo.

 -Pallas, meu nome é Pallas. -contei. -Sou adotada.

 -Minha nossa! -exclamou Bella. -Isso só pode significar que você é...

 Um trovão soou lá fora calando Isabella, que foi de animada para assustada. Klaus olhou para Quíron, que parecia pensativo.

 -É melhor que não tiremos conclusões precipitas. -disse por fim. -Antes de irmos jantar, poderia me contar o que sabe sobre sua adoção? -pediu.

 -Aparentemente, alguém me deixou ainda bebe na porta da casa dos meus pais. -contei. -Havia uma manta me envolvendo, nela estava bordado o nome Pallas. Meus pais não podiam ter filhos, entenderam isso como um milagre. Resolveram deixar Pallas, para que eu soubesse minha origem, mas acrescentaram Alex, ou melhor, Alexandra, para eu tivesse um nome normal na escola.

 -Muito interessante. -comentou.

 -Eu sei o que Pallas significa. -digo.- Sei que Atena tinha uma amiga chamada Pallas e elas eram tão inseparáveis que quando Pallas morreu Atena lhe fez uma estatua, elas eram tão parecidas que os gregos acharam se tratar da mesma pessoa e começaram a chamar a deusa de Pallas Atena.

 -Você é muito sábia, criança, mas como é de praxe aqui no acampamento, até que seu pai ou mãe olimpiano reclame você, terá que ficar no chalé de Hermes. -decide Quíron.

 -Contanto que me chamem de Alex, tudo bem, não pretendo ficar muito tempo por aqui mesmo. 

 -Está bem, vamos jantar. -chamou.

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⏰ Last updated: Dec 19, 2019 ⏰

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Pallas e os GregosWhere stories live. Discover now