ele, um punhado de peônias selvagens brancas em sua mão. Ele ainda

achava que a atração que ele sentia em relação a ele era inocente, que

seus frequentes encontros no gazebo eram meras... felizes coincidências.

Ser tão ingênuo! Ele lhe nunca lhe contaria outra coisa – o segredo era

dele para suportar.

Ele ficou de pé e se virou, os retratos deixados para trás na cadeira de

couro. E lá estava ele, pressionado contra a cortina de veludo rubi em seu

simples pijama branco. Seu cabelo negro brilhava . O

olhar em seu rosto era o mesmo que ele tinha desenhado tantas vezes.

Havia fogo, subindo em suas bochechas. Ele estava bravo? Envergonhado?

Ele ansiava saber, mas não podia se permitir a perguntar.

– O que está fazendo aqui? – Ele conseguia ouvir o rosnado em sua voz, e

se arrependeu de sua aspereza, sabendo que ele nunca entenderia.


1 :Cravo (música) - um instrumento musical de cordas beliscadas, com teclados;


– Eu – não consegui dormir, – ele gaguejou, se movendo na direção do

fogo e da cadeira dele. – Eu vi a luz acesa no seu quarto e então – – ele

pausou, olhando para baixo para suas mãos – – seu malão está do lado de

fora da porta? Você vai a algum lugar? –

– Eu ia te contar – – Ele paro. Ele não devia mentir. Ele nunca tivera

intenção de deixá-lo saber de seus planos. Contar a ele só pioraria as

coisas. Certo, ele tinha deixado as coisas irem longe demais, esperando

que dessa vez fosse diferente.

Ele chegou mais perto, e seus olhos caíram para seu caderno de retratos.

– Você estava me desenhando? –

Seu tom assustado o lembrava do quanto a diferença de entendimento

era grande entre eles. Mesmo depois de todo o tempo que eles tinham

passado juntos nessas últimas semanas, ele não tinha ainda começado a

vislumbrar a verdade que estava por trás da atração deles.

Isso era bom – ou, pelo menos, era para o melhor. Pelos últimos dias,

desde que ele escolhera ir embora, ele estivera lutando para se afastar

dele. O esforço exigia tanto dele que, assim que ficava sozinho, ele tinha

que ceder ao seu desejo reprimido de desenhá-lo. Ele tinha enchido seu

caderno com páginas do pescoço arqueado dele, de sua clavícula de

mármore, de abismo negro de seu cabelo.

Agora, ele olhava de volta para seu desenho, não envergonhado por ser

pego desenhando-o, mas pior. Um arrepio gelado espalhou-se por ele

enquanto ele percebia que a descoberta dele – a exposição dos

sentimentos dele – destruiriam-no. Ele deveria ter sido mais

FALLEN ( yoonmin)Where stories live. Discover now