𝐎 𝐣𝐨𝐠𝐨 𝐝𝐞 𝐆𝐚𝐭𝐨 𝐞 𝐑𝐚𝐭𝐨;

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— Holy. 23:26 p.m.

   Quando finalmente percebi que o carro estava longe o suficiente, saí de trás da cerca e voltei a correr, estava sorrindo, por dentro a adrenalina que estava tomando conta do meu corpo me impedia de sentir frio e a chuva me impedia de sentir calor.

   Algumas quadras para baixo tinha um pequeno posto de abastecimento, assim que notei que ele não voltaria, até porque ele não podia, eu voltei a caminhar devagar pela rua. Quando estava perto do posto aumentei um pouco mais a velocidade retirando do dedo um anel de ouro puro e o deixando cair, era o radar dele e com certeza ele estava me rastreando, ele sempre dava um jeito de me rastrear quando jogavamos.

   Entrei no posto e vi a garota morena que estava do outro lado da bancada me olhar assustada.

– Oi... – Sorri de forma simpática. – Se eu te der um par de brincos de diamantes verdadeiros, você me deixa pegar o que eu quiser?

   Ela continua com o mesmo olhar.

– Se quiser pode levar numa relojoaria, eles vão confirmar que são verdadeiros. – Falo arrumando meus cabelos novamente quando senti o grampo escorregar.

– T-tudo bem. – Ela suspirou me olhando de cima para baixo em seguida eu me viro para pegar uma das blusas de frio.

   Estava procurando o meu tamanho quando vi um carro preto estacionar perto da entrada, caminhei até a entrada e vi ele descer do carro e corri para a porta dos fundos.

   Me encostei na parede e suspirei esperando ele sair novamente, demorou por volta de quinze minutos para ele sair e o carro passar, em seguida voltei para dentro e a garota mordeu os lábios, parecia apreensiva.

   Peguei um moletom qualquer, que por sinal estava enorme em mim, e o vesti indo até o balcão.

– Eu volto pra buscar meus brincos e te trazer dinheiro, tudo bem?

   Ela assentiu calmamente e vejo o celular em sua mão. Ele havia pego os brincos e tinha dado dinheiro a ela, percebi quando ela fechou a caixa registradora. O celular que estava em sua mão vibrou fazendo um barulhinho baixo e eu olhei em direção a ele novamente.

– Desculpa, tenho que atender. – Ela sorri nervosa e eu assinto calmamente.

– Tudo bem, eu já vou indo. – Me viro para sair, mas antes de chegar na porta eu volto por um segundo e vejo a garota me olhando curiosa. – Diz pra ele que eu mandei um beijo. – Ela me fitou séria e eu sorri antes de sair pela porta e voltar a caminhar na chuva.

   Atravessei a rua e voltei a caminhar de cabeça baixa, o moletom já estava todo encharcado antes mesmo de chegar na esquina, mas pelo menos ele tampava meu corpo.

   Depois de passar por mais ou menos 5 quadras eu vi o Porsche virar a esquina e sorri vendo o Tae lá dentro com um sorriso safado brincando em seu rosto, estava bem na minha frente e eu não podia voltar, era contra as regras voltar, eu tinha que estar sempre em frente.

   Ele abriu a porta e desceu do carro devagar, a chuva começou a molhar devagar seus cabelos fazendo seu penteado perfeito se desmontar e os cabelo grudar na testa, observei ele passar a mão os penteando para trás e mordi o lábio com aquela cena perfeita.

– Fase um querida, eu venci, como sempre.

– Ainda não amor, você tem que me pegar pra vencer, só estou tomando tempo.

   O outro lado da rua estava bastante convidativo e os quatro metros e meio que ele estava parecia ser o bastante pra eu correr.

   Antes de esperar ele se aproximar eu corri até a calçada do outro lado da rua escutando seus passos correndo atrás de mim, estava quase, mas antes de atravessar a esquina meu corpo foi puxado e ele me virou agarrando minha nuca iniciando um beijo.

   Aproveitei para puxar a arma da sua cintura e me distanciei a apontando para o seu rosto e o observei dar passos lentos para trás enquanto levantava os braços em forma de rendição e contava um por um.

– 16, 17, 18, 19, 20... 24...

– Até o carro! – Ele permaneceu andando de costas até parar no meio da rua. – Tae!

   Ele negou abaixando as duas mãos as enfiando nos bolsos, permaneceu parado no mesmo lugar, ele não podia chegar mais perto se eu o ameaçasse, era eu quem estava controlando agora. Um carro branco virou a esquina numa velocidade quase absurda e ele permaneceu parado.

– Merda, Taehyung! – Soltei a arma e corri até ele o puxando e por pouco ele não foi atropelado.

   Dessa vez fui eu quem iniciei o beijo, agarrei seu corpo num abraço sentindo ele me apertar, aos poucos ele me desceu do seu corpo e segurou minhas mãos mesmo sem nos separarmos, assim que ele conseguiu as trazer para trás do meu corpo ouvi um "click" baixo e sorri contra seus lábios, a primeira fase era sempre dele. Ele sorriu em meio ao beijo me fazendo sorrir também.

– Já te falei que você fica gostoso pra caralho molhado assim?

– Para de graça. – Ele segura minha mandíbula e eu sorrio aproximando o rosto dele, passei a língua nos seus lábios e ele mordeu seu lábio olhando para minha boca. – Odeio quando você faz isso no meio dos jogos, me faz querer desistir e te foder.

– É o que você quer? É nisso que você tá pensando agora?

– Não seja má assim. – Sinto ele dar um tapinha fraco em meu rosto em seguida sorrir. – Vamos querida. – Ele me soltou e foi até o outro lado da calçada pegar o revólver.

   Era hora de dar início a segunda fase do jogo, corri para o meio das árvores que tinha na esquina, ouvi de longe ele praguejar e o barulho do carro dando partida, quando finalmente consegui me esconder num canto, me abaixei passando os bracos por debaixo das minhas pernas e consgui os trazer para frente do meu corpo, tirei o grampo da barra do body e com um pouco de dificuldade consegui encontrar o buraco da chave nas algemas, alguns segundo depois me soltei das algemas. As joguei no meio das folhas e enfiei as mãos nos bolsos encharcados do moletom, comecei a caminhar por entre as árvores, depois de pouco mais de cinco metros eu vi a grade do parque e subi pulando do outro lado.

   Caminhei entre as árvores altas que tinha até avistar um banco e ir até ele, me sentei respirando fundo e começando a revisar as regras do jogo uma por uma, elas eram importantes demais e eu precisava me lembrar de cada uma delas, sempre que eu me esquecia de uma delas ele usava como justificativa na contagem final.

- games night - 𝓚𝓲𝓶 𝓣𝓪𝓮𝓱𝔂𝓾𝓷𝓰Onde as histórias ganham vida. Descobre agora