A CIDADE DE LIBRA

O ataque

— O que aconteceu? Porque mandou me chamar? — perguntou Liam, entrando na sala, onde havia apenas um operador vigiando as câmeras.

— Houve um contratempo entre um médico e os guardas. Aparentemente um homem furou a fila com sua filha nos braços, mas foi bloqueado pelos guardas e após recusar sair de lá foi agredido. Nesse momento o Doutor Diaz atacou um dos guardas e sacou sua arma para fazê-los parar.

— Doutor Diaz? Está falando de Daniel! Minha filha estava com ele. Repasse as imagens para mim por favor.

As cenas começaram a ser mostradas nos monitores por vários ângulos diferentes.

— Aparentemente a Doutora Salazar permaneceu na sua tenda, atendendo as pessoas.

— Tudo bem — disse Liam, olhando para o visor. — O que pensa que está fazendo Daniel?

De repente numa das telas ao lado de Liam apareceu um carro da Snake vindo na direção da multidão.

— O que é isso? — perguntou Liam. — Nós ordenamos alguma patrulha no local?

— Não senhor, mas vou mandar um drone para ver mais de perto.

O operador apertou um botão e um drone saiu de dentro de um dos carros da Snake e partiu na direção do blindado.

— É um dos nossos senhor, mas não sei o que ele está fazendo.

Foi então que a porta do lado direito do blindado abriu e um homem de capuz preto com o rosto coberto retirou um lança míssil e disparou em um dos carros dos blindados que estavam obstruindo a passagem. O carro foi acertado em cheio pelo míssil e tombou para o lado enquanto pegava fogo.

— Meu Deus! — exclamou o operador, boquiaberto.

— Rápido, abra um canal com Vincent — ordenou Liam.

— Canal aberto, pode falar com ele.

— Vincent! Vincent, responda!

— Senhor, estamos sobre ataque, parece que o grupo de rebeldes roubou um dos nossos veículos e está usando contra nós.

— Vincent, quero que ordene uma retirada agora! E proteja a minha filha, custe o que custar!

***

— Senhor, o que devemos fazer? — perguntou um dos guardas.

— Vamos retirar os médicos daqui agora, e não deixem para trás os soros de maneira alguma! Vão! Vão!

"A explosão assustou a multidão que começou a pular as grades invadindo as tendas. Alguns médicos começaram a sacar suas armas, mas desistiram de atirar, pois não tinha como conter aquela confusão, então saíram correndo na direção dos transportes. Tiros começaram a ser disparados pelos guardas na direção do blindado, mas isso de nada adiantou, o carro continuava a avançar e já estava quase chegando as grades".

— Alice! — gritou Daniel.

"Quando ela começou a escutar os disparos deitou no chão para não ser acertada e não estava mais respondendo ao meu chamado".

— Finn! Temos que sair daqui agora! — exclamou Daniel, abaixado atrás da cadeira.

— O que?!

— Tem um carro logo ali, pegue a Alice e...

"Não tive tempo de terminar de falar e o carro atravessou as grades abrindo de vez o caminho para a multidão. Várias pessoas vieram correndo na nossa direção. Eu puxei minha arma e apontei para aquelas pessoas. Eu não queria disparar, mas não podia deixar eles se aproximarem. Então eu vi alguns encapuzados saindo de dentro do blindado e apontando na nossa direção, eles estavam atrás de nós. Eu destravei a arma e acertei o primeiro homem que chegou a nossa tenda, ele caiu no chão com o corpo tremendo, mas logo atrás dele haviam mais dois, então ouvi dois disparos era Vincent".