Entre Cores e Flores, o Despertar de Alec

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— O amor é uma forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais. Pensadores, poetas e artistas sempre tentam expressar os diferentes aspectos desse sentimento, alguns positivos e outros negativos... É um sentimento difícil de descrever, sendo de mais fácil entendimento quando é sentido, porque ele possui múltiplas faces. Você pode amar um parente, um amigo, um companheiro e até um bichinho de estimação, mas a sua forma de amá-los não será igual.

Renata se ajeita na cama, virando-se em direção a Alec e analisando suas feições joviais enquanto ele processava o pouco que ela sabia sobre o amor. A vampira não era uma expert naquele sentimento, mas desejava ser, por isso deliciava-se com as histórias românticas que lia e secretamente ansiava sentir o que todos aqueles personagens sentiam. Tudo naquele sentimento era bonito e atraente, e ela sequer conseguia colocar tudo aquilo em palavras...

Automaticamente Alec pensa em Jane e Maximilian. Ele amava a irmã e gostava bastante da companhia do camaleão, arriscaria a sua vida por ela e lutaria ao lado dele sem hesitar. Eles eram família e amigo, respectivamente, e o vampiro conseguia reconhecer a diferença no amor que sentia por ambos, porque ele não machucaria Jane por causa de Maximilian, mas faria o oposto com toda a certeza, se houvesse necessidade. Contudo, Alec nunca teve uma "companheira", jamais cogitou encontrar uma, e aquele tipo de amor ainda era desconhecido para ele.

— Como você sabe que está amando alguém? – pergunta Alec confuso.

— Você diz, como nas histórias que leio? – questiona, vendo-o confirmar com a cabeça. – Não sei, Alec. Os livros descrevem coisas, mas eu não sei se são reais.

— E o que eles dizem?

— Dizem que, quando você ama, quer estar com a pessoa a todo momento, que o coração dispara ao vê-la e sente um formigamento no estômago, como se dezenas de borboletas estivessem voando nele. Em alguns casos há ansiedade, noutros existe a ânsia por ser notado. O amor gera interesse, admiração e uma parcela de ciúmes pelo alvo de sua afeição. Sintomas físicos são claramente identificáveis: mãos suadas, perda de apetite, suspiros constantes, face enrubescida e batimento cardíaco acelerado.

— Isso parece mais uma doença! E que papo é esse de borboletas? Eu odeio insetos – comenta Alec torcendo a boca, fazendo a vampira rir e apanhar o livro que estava escondido sob o travesseiro, um exemplar bastante lido de "Para Todos os Garotos que já Amei".

— O amor é bonito. Pelo menos, é isso que mostram os livros. A história sempre tem seus altos e baixos, mas o amor sempre vence no final e tudo termina bem – comenta Renata, alisando a capa do romance e sorrindo involuntariamente.

— O amor não pareceu ter sido muito bom para o mestre Marcus.

— O que aconteceu a ele não foi justo e não foi culpa do amor. – Pausa, pensando se deveria revelar a Alec o que sabia. Ninguém se interessava por histórias de amor como ela, e, ter finalmente alguém interessado em conversar sobre aquilo a deixava feliz, e com uma vontade insana de falar cada vez mais: – Mestre Aro teme o amor! – segreda com um sussurro, fazendo o vampiro arregalar os olhos e prestar total atenção às suas palavras. – O mestre Marcus pretendia deixar o clã e partir com Didyme, porque eles se amavam e os interesses dos Volturis não eram mais tão importantes para eles. Contudo, o mestre Aro não queria que o equilíbrio da liderança fosse alterado e matou Didyme, que era sua própria irmã, para impedi-lo de partir... Não foi o amor que o prejudicou, foi mestre Aro. Ele teme o amor porque teve uma pequena amostra do seu poder e sabe que é a única força do mundo capaz de romper a lealdade de um vampiro com o clã e fazê-lo partir.

— Como eu nunca soube disso?

— Ninguém sabe disso, Alec. O clã sabe apenas o que o mestre quer que saiba, que é a história superficial de mestre Marcus e Didyme. Eu descobri isso apenas porque sou a principal defesa do mestre e ele me quer sempre por perto. Tive tempo suficiente para observá-lo e descobrir que ele só teme duas coisas no mundo todo: a morte final e o amor...

Coração GeladoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora