Logan se aproxima em passos rápidos. Seus braços rodeiam o meu corpo e me apertam. Nunca falei que os amava antes, claro que eles sabem que os amo, mas nunca falei. Meus irmãos se tornaram minha maior prioridade quando nossos pais morreram. Nossa diferença de idade me fez assumir um papel ao qual não estava pronto, quando mamãe e papai se foram, Logan tinha quatorze anos e Jason, doze. Foi para mim que eles correram, é para mim que correm quando algo dá errado, sempre me procuram pedindo ajuda ou concelho, eu assumi o papel do meu pai e não estou disposto a deixar esse papel de lado.

— Desculpe. — Ele murmura e assinto.

— Quando chegar a hora, eu prometo que falarei tudo, mas por agora, confie em mim. — Peço, retribuindo o aperto do meu irmão.

— Tudo bem. — Logan me solta e me encara. — Mas Theo, Jason não poderá mais sair para essas lutas de rua que ele frequenta. Mackenzie e as meninas precisarão sair sempre acompanhadas de um segurança.

— Já estou cuidando disso. Quanto ao Jason, vou conversar com ele amanhã. — Olho para meu irmão. — Não conte nada a ele, Logan. Sabe como Jason reagiria...

— Ele iria pirar. — Concordo com a cabeça. — Ainda é difícil para ele não saber como papai e mamãe morreram, imagina se souber que você estava lá.

Ouço alguns passos atrás de mim. Viro o corpo e vejo Mackenzie nos olhando confusa. Os cabelos desgrenhados e o rosto amassado indicam que ela acabou de acordar.

Abro os braços e ela rapidamente se aconchega no meu peito.

— Senti sua falta na cama. — Murmura. — Oi, Logan. — Meu irmão nos encara sorrindo, aquele típico sorriso orgulhoso dele. Reviro os olhos e isso só o faz sorrir mais.

— Oi, loirinha. — Logan se inclina e pega suas chaves na mesa de centro. — Vou indo, desculpe por tirar seu namoradinho da cama, Mackenzie.

— Tudo bem. — Ela fala sonolenta e boceja.

— Tchau, irmão. — Apenas aceno com a mão livre.

Após Logan sair, Mack levanta o rosto e me olha, avaliando-me. Seus olhos percorrem meu rosto inteiro meticulosamente.

— Então não me contou tudo... — Engulo em seco e assinto.

— Contei o que poderia saber. — Ela assente, mas ainda desconfiada.

— Acha que posso saber da outra parte agora? — Sua voz é calma e doce. Está sendo cautelosa. Seus olhinhos me encaram com curiosidade. Suspiro e beijo o topo de sua testa.

— Existem coisas, meu amor, que é melhor não saber. — Ela franze o cenho e sai do meu abraço.

— Não acha que eu deveria saber quem ou o que exatamente está atrás de nós?

— Mackenzie, não é seguro que saiba. — Ela nega, cruzando os braços e fazendo um bico fofo. Sei que não há mais como voltar, ela está empenhada em saber o que realmente aconteceu e sei que vai me deixar doido se eu não contar.

— Theo, é melhor que todos saibamos exatamente com o que estamos lidando! Sei que pensa que está nos protegendo, mas na verdade, está nos deixando frágeis.

— É melhor que não saibam de nada, meu bem. Se souberem, podem virar um alvo.

— Já somos, Theodore! Já viramos um alvo. Você e seus irmãos viraram um alvo no exato momento em que seus pais fizeram alguma coisa que os levou à morte, e eu virei um alvo no exato momento em que decidiu que eu sou importante para você.

Fico quieto.

Odeio saber que ela tem razão.

Eu a coloquei em perigo.

The CEO's - Talvez Seja VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora