Heathcliff Lynch acreditava ser imune ao carma, até Kaya Reed inesperadamente cruzar o seu caminho e se tornar a personificação mais bela de seu castigo cármico.
Protegido por uma armadura de indiferença e desapego, ele sempre viveu à margem das con...
Como um anjo em um pesadelo Você abriu meus olhos Procurando em todos os lugares errados Você é quem eu precisava o tempo todo — you! (LANY)
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— Posso usar o banheiro? — Kaya pergunta, após longos minutos sustentando o silêncio.
Estamos deitados, eu tenho um braço sob a cabeça dela e a sensação da sua pele nua contra a minha é confortante e agradável. Meus dedos deslizam distraidamente nos fios desalinhados do seu cabelo.
— Mi casa es tu casa, srta. Reed.
Ela ri sutilmente e se afasta para levantar, enrolando-se ao lençol que se desprendeu da cama. Me apoio nos cotovelos e a observo, enrijeço no momento em que avisto as manchas vermelhas no tecido que a envolve e o sangue no látex da camisinha ainda em meus pênis. Eu não sou leigo, sei que é normal algumas mulheres terem um leve sangramento na primeira vez, mas isso não me impede de ficar preocupado.
— Você está bem?
Kaya esboça um sorriso tímido.
— Eu estou ótima — responde docemente. — Você foi perfeito, Heath. Obrigado.
Desço da cama e me aproximo. Ela me observa nu em sua frente de uma maneira intensa e quente. Eu ainda sinto como se estivesse vivendo um sonho, temendo acordar e tudo não ter passado somente disso. Concluo que, se nada for real, eu me satisfaria profundamente em continuar vivendo esse devaneio e nunca mais retornar para a realidade.
Seguro o rosto dela entre as minhas mãos e a mão livre de Kaya descansa em minha cintura. Nos beijamos, compartilhando o excesso de emoções que nos transbordam. Quando nos separamos, eu vejo o mesmo fogo que arde em mim sendo perfeitamente refletido nos olhos dela.
— Eu preciso de um banho — ela sussurra, delicadamente afastando minha mão e deposita um sutil beijo na palma da mesma.
Me sinto pronto para fazer amor com ela outra vez, mas não sei o quão sensível ela ainda pode estar e por quanto tempo a relação sexual pode ser desconfortável para ela. Por esse motivo, e por essa noite, decido me conter. Sigo-a em direção ao banheiro, para me livrar da camisinha e ajudá-la a ajustar o chuveiro em água quente. Lhe entrego uma toalha limpa, antes de retornar para o quarto e trocar a roupa de cama — jogo o lençol sujo no lixo, já que é impraticável permitir que Agnes se depare com isso quando vier buscar minhas roupas para lavar.
Ao terminar, vou para o banheiro e Kaya não se opõe quando me junto a ela. Não há mais tanta timidez em sua postura, a intimidade entre nós está se solidificando e é tão aconchegante quanto um banho quente no inverno. Brincamos sob o chuveiro, atirando água um no outro, e ela me pede para passar sabão em suas costas. Ri feito uma criança o tempo todo e eu não sou capaz de exemplificar em palavras todas as sensações que borbulham agradavelmente dentro de mim.
