5 capítulo 1 texto

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    Sua sanidade foi quebrada. Sua liberdade tomada e uma vida foi levada.

  Ela queria que tivesse sido ela, ela queria que ele lhe tivesse atirado naquele vidro, ela queria ter sido a vida levada naquela noite.

  Se sentiu culpada, sua essência totalmente tirada. Decidiu se afundar nos lençóis por uma noite no dia seguinte, as marcas no seu corpo doiam quando se mexia no seu colchão.

  — Vai passar. — ela disse.

  Essas duas palavras eram as mesmas por 5 meses, com seu curso trancado, longe dos amigos e da sua família, longe das pessoas. Quais ela sempre achava que iriam machuca-lá. As duas palavras passaram a ser três.

  — Não vai passar.

  Ela estava certa, a dor não passava, a dor era sentida do seu coração e se espalhava pelo seu corpo em forma de desânimo. Não conseguia colocar o pé no chão, colocar uma garfada na boca, ou ao menos passar sabão em seu corpo.

  Estava cansada demais para coisas tão banais.

  2 anos.

  Dois anos e 46 dias.

  Ela não aguentava mais sua cama molhada de suor e lágrimas salgadas, o cheiro insuportável exalando do seu corpo.

  Ela pediu ajuda. Pediu socorro. Novas pessoas se juntaram a ela, pessoas com quem ela se sentia segura como nunca.

  Ajudaram ela a superar, então surgiu ele.

  — Por que é desse jeito comigo ? Por que me tortura tanto ? Por que me trata tão mal ? POR QUE ?

  Via lágrimas de desespero descendo dos olhos dele.

  — Por que me aceitou como namorado se você se fecha para mim ? Você construiu um muro desde que me confessei. VOCÊ ME ACEITOU!

  E agora, lágrimas desciam pelo rosto dela.

  — Por que não me diz o que aconteceu com você ? Por que tem tanto medo de ficar sozinha comigo ? Por que não me conta nada ? Eu quero poder ajudar você Mayeon, me diz, por favor.

  Ela não respondeu suas perguntas, estava com dor demais para soltar nem que fosse uma sílaba.

  Ela foi embora.

  Achou que ele estava sofrendo demais em suas mãos e não conseguia contar o por quê.

  Ela nunca contou a ninguém sobre sua vida passada.

  Apenas as suas amigas atuais. Quais ela confiava e amavada, quais agora, eram sua única família.

  Agora então, ela confessou o que havia acontecido. Ela tinha medo.

  Medo dele ser igual, medo dele toca-lá como ele tocava, medo dele soca-lá como ele socava, medo dele levar outra vida que amava como ele levou.

  Ela tinha medo dele ser aquele que apavorava suas noites tranquilas nos pesadelos de lembranças jamais esquecidas.

  Ela tinha medo dele fazer novas cicatrizes como ele havia deixado em seu corpo externo e interno.

  Mas ela conseguiu aliviar os sintomas, mas não conseguia encara-lo novamente por ter feito ele passar por tudo aquilo. Se culpava cada vez que lembrava dele. Se culpava cada vez que passava a sua imagem chorando desesperado em sua frente à procura de respostas.

  Mas agora ela conseguiu lhe responder, conseguiu responder todas suas perguntas e se sentiu aliviada ao ouvir de volta.

  — Eu nunca vou machucar você e nunca vou deixar alguém lhe machucar novamente.
   
   E ouvir ele lhe prometer, que não sairia do seu lado.

  Sentiu seu coração se transformar de uma pedra pesada em uma nuvem de paz.

  Se sentia segura, com ele.

the wedding ◎ CHOI SEUNGCHEOLWhere stories live. Discover now