EPÍLOGO (parte 1)

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Estava quase cochilando em cima dele quando ele me chamou baixinho, acariciando minhas costas.

_Boneca...

Nem me mexo, o abraçando mais apertado, então Jimin espera mais. Ouço o relógio de cabeceira, os carros passarem lá fora, bem quieto, e quando levanto a cabeça, olho seu rosto de perto, suspirando.

— Está pronto?

Assinto devagar.

— Pronto! — Ele sela minha boca duas ou três vezes, antes de se sentar, puxando o notebook para seu colo. Então, dito meu e-mail e senha, e esperamos abrir o site.

Apenas leio o resultado, afastando o computador de novo, e subo em suas pernas, o abraçando pelos ombros. Eu quase choro por algum motivo. Talvez todo o nervosismo acumulado tenha resultado nisso. Jimin afaga meus cabelos por um bom tempo, assim como faz em minhas costas, sem comentar nada, respeitando meu silêncio e meu tempo.

— Quer falar sobre? Sobre sua nota ou o que vai fazer dela? — pergunta, por fim, quando me afasto para encarar.

Dou de ombros, retirando os óculos embaçados e ajeitando os cabelos com os dedos.

— Eu não sei o que devo fazer com ela. — Coço a nuca.

— Você não deve nada, amor. Você pode fazer ou não. — Suspiro, balançando a cabeça. — Alguma faculdade deve te chamar, não acha? Agora, você pode relaxar e apenas esperar que a resposta sobre seu futuro venha — sugere, ajeitando meus cabelos também.

— Mas... e se eu nunca conseguir decidir o que quero de verdade? Ingressar no que eu não quero, ficar infeliz, adoecer e morrer? Hm? Já pensou nessa possibilidade?

Jimin cobre os olhos com uma das mãos e por seus ombros tremendo, eu sei que está rindo. Era uma possibilidade, sim, mas ultimamente eu falava algumas coisas só pelo prazer de ver aquele sorriso.

— Não vamos permitir isso, certo? — questiona, colocando as mãos em minha cintura.

Assinto, concordando, e seguro sua nuca, apoiando os polegares nas laterais de seu rosto, dando um beijinho em sua testa.

— Oi — cumprimento, já que não o tinha cumprimentado até então.

Ele dá um sorriso, buscando meus lábios para selar, voltando a me olhar de perto, como se eu fosse alguma peça preciosa do Louvre.

— Oi, Boneca — murmura baixinho, passando a me beijar de verdade, me puxando pelos joelhos para colar nossos troncos e matar a saudade que estávamos sentindo.

Depois de beijar bastante, paramos para respirar, juntando nossas testas antes de continuar. Jimin também está esperando seus resultados, e eu sei que, dependendo deles, tudo entre nós mudaria. Bom, não tudo, espero. Ele, indo para o curso da polícia, e eu... seguindo algum rumo também. Estávamos crescendo, de fato, agora adultos e responsáveis por nossas decisões. Isso, sem dúvida, me apavora bastante.

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Eu disse a ele que ficarei bem, porque quero ser forte.

Naquela noite, antes que ele parta para o campus, onde fará o curso, vou à sua casa, dormir com ele. Jimin se deita em meu peito, se agarrando a mim, como se fosse um bebê, a noite toda. Eu o ouço chorar baixinho ou talvez tenha sonhado, porque estou com sono demais.

A questão é que eu só quebro quando o vejo sumir no horizonte, entrando naquele lugar cheio de prédios, enquanto as grades se fecham, separando nós dois. Fico me imaginando em um filme romântico de final triste, e isso só piora a situação.

De pernas pro ar | REPOSTANDO CORRIGIDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora