Capítulo 10 - Maldito seja Henry

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  Ao chegar a sala, onde Karen e Jenny deveriam estar, acabei encontrando quem eu menos queria.

  Daniel.

  Minha vontade era de me esconder em qualquer lugar para ele não me ver, mas já era tarde demais. Os meninos já tinham me soltado, mas Mason ainda segurava meu braço e me puxava para o sofá em frente ao que Daniel estava.

  Tentei puxar meu braço e inventar uma desculpa, mas 
era inútil, pois Daniel já tinha me visto.

  E para piorar tudo ele estava com ela.

  Sentei por de má vontade no sofá e fiquei encarando o chão. Queria apenas sumir e xingar Mason por me levar para ali. E também xingar as meninas, já que elas não estavam mais lá.

  Mason falou com umas pessoas e pegou uma garrafa.

  Voltei meu olhar para cima, tentando saber quantas pessoas mais ou menos iriam jogar. Eram Mason, Ryan, Henry, Daniel, Ela... e outras duas meninas que não conhecia. E eu, claro!

  Respirei fundo e torci que tudo ocorresse bem.

— Bom, você começa Mason, já que quis tanto jogar. — disse Henry e todos concordaram.

  Todos ficaram ao redor da mesa e milagrosamente todos couberam. Infelizmente Daniel estava na minha frente e não tirava os olhos de mim. Mason rodou a garrafa. Acabou parando em uma das meninas que não conhecia.

— Hm... verdade ou desafio? — ele perguntou.

— Desafio! — a voz aguda da menina respondeu.

— Beba... — Mason encheu um copo aleatório que tinha no chão de alguma bebida que achou do além — isso aqui!

  Não sei como a menina teve coragem, mas foi lá, com um sorriso enorme no rosto, como se aquilo fosse a coisa que ela mais fizesse e murmurou um: muito fácil.

  De uma só vez ela virou o copo. Depois de terminar de tomar, ela deu um sorrisinho e balançou a cabeça.

— Minha vez! — a mesma disse animada.

  Ela rodou a garrafa e acabou parando no Henry.

— Verdade ou desafio?

— Desafio...

— Hm... — ela pensou um pouco e depois fez uma cara diabólica — me beije.

  Henry ficou tão assustado quanto qualquer um de nós.

— Oi? — ele falou

— Me beije. — ela repetiu e se levantou.

  Henry olhou para os lados, pedindo ajuda de algum de nós, porém não podíamos fazer nada a respeito.

  Ele se levantou e ficou de frente para ela. Todos esperávamos o grande beijo, até que do nada Henry apenas beijou sua testa e se sentou novamente no chão, todo feliz, deixando nós e a menina completamente embasbacados.

— Mas... não assim... — murmurou a menina se sentando também.

— Você não deixou explicito onde queria que eu beijasse. — retrucou Henry.

  Garoto esperto, pensei.

  Até o momento tinha esquecido da existência de Daniel, quando do nada ele solta um:

— Posso rodar?

  Meu coração parou.

  Não, não, não Henry, por favor não!

— Claro!

  MALDITO!

  Daniel pegou a garrafa e rodou.

  Meu coração batia mais rápido a cada movimento que a garrafa fazia. Orei, rezei, fiz macumba, fiz tudo para que ela não parasse em mim. Mas não adiantou nada.

  Lá estava eu, na frente do meu ex ficante, encurralada e com o coração a mil, sabendo que não teria como fugir daquela. Que Deus me ajudasse...

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