Eu me estranhei, pois estava reparando demais na sua aparência e vestimentas. Fiquei fitando seus olhos, seu cabelo...
E seus lábios muito, muito rosados.
Droga, Scott, que merda você estava...
— Oi, Scott. — o nerd interrompeu meus pensamentos. — Pensei que não malhasse essa hora. — virou o rosto e continuou a se exercitar.
— Estou atrapalhando? — perguntei.
Ficou um silêncio breve.
— Não. — respondeu, seco.
E aí o silêncio voltou. Seguimos malhando, até eu dizer o que estava querendo há muitos dias.
— Eu estou obcecado pelas histórias da Mulher Maravilha.
— É mesmo?
— Sim.
— Bom, então o que eu dizia era verdade, não é?
— Do que se refere? — perguntei.
— De como as histórias da Mulher Maravilha estão ali para quem quiser ler, seja homem ou mulher.
— Ah, sim. — soltei um riso frouxo.
— E isso não te fez menos homem, certo?
— Certo, nerd. Você está certo, ok? — olhei pra ele. — Eu acredito que já tenho umas onze ou treze revistas dela, por aí.
— Eu tenho muito mais.
— Quanto mais?
— Eu não sei de cabeça, mas sei que não chega perto da sua quantidade fajuta. — o nerd deixou os pesos no chão e riu, olhando pra mim.
Eu ri também.
Passei a noite malhando enquanto o acompanhava e conversava com ele. Conversávamos sobre todos os tipos de quadrinhos que você possa imaginar. Eu nunca achei que poderia conversar tanto sobre isso com alguém e estava muito feliz. Até as histórias mais desconhecidas que eu adorava o nerd também conhecia, impressionante.
Não liguei para os exercícios que costumava fazer na minha rotina na academia. Nessa noite eu só ia repetindo os mesmos exercícios que ele fazia e torci para que ele não achasse estranho e me perguntasse sobre isso. Não queria dizer "Estou fazendo os mesmos exercícios que você pra podermos continuar conversando enquanto malhamos juntos".
— ...e então é por isso que os gibis do X-Men são os meus favoritos. — concluí.
— Entendo. Eu também gosto muito, mas não sei dizer quais os meus preferidos... — me respondeu, arrumando sua mochila e a colocando nas costas. — Bom, preciso ir.
— Mas já!? — me levantei do assento no qual descansava um pouco, surpreso.
— Sim... — ele soltou uma risada. — Não viu a hora?
Olhei para o relógio que usava no pulso e percebi que já eram nove e meia da noite e a academia estava se esvaziando.
— Não. — ri ao levantar o olhar pra ele, sem graça. Passei a mão no cabelo que estava encharcado de suor.
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Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)
Romance(COMPLETO E REVISADO) No ano de 1989, em Denver, Colorado - Estados Unidos, Harrison é um garoto de 18 anos que nunca se relacionou com ninguém por ter dificuldades de entender sua sexualidade. Se sentindo completamente confuso, a situação só piora...
4 - Como (ou não) se aproximar de alguém
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