Uma Sintonia

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Quando chegamos no hospital, não pude mais segurar a informação, eu tinha que falar e foi exatamente isso que eu fiz.

-Peter nós vamos chamar a Elisa para dar aula na faculdade, e a equipe dela é claro. Quem nesse mundo todinho sabe lidar melhor com deficientes do que ela? E o melhor, o hospital cobre todo o custo. Fico me perguntando como que não pensamos nisso! Por favor, diga para mim que essa ideia não é genial.  - falei animada. 

-Liv! Isso é maravilhoso! Esplêndido! Tomara que ela aceite, de verdade, tomara mesmo. - falou ele me pegando pela mão e me levando para o andar de baixo onde ficava o grupo de apoio.

Estar de volta no hospital, foi a prova de que eu havia crescido, e não somente aquilo mas mudado também, quando eu estava aqui,eu me sentia tão pequena e frágil, e  agora, estando aqui e sentindo os cheiros desse lugar, posso ver o quanto eu me fortaleci, o quanto estou grande e bem madura, o quanto a vida foi tão dura desde então, mas tão graciosa por me proporcionar momentos como esse.

E estar ali, eu finalmente vi a mulher que eu sempre quis ser, forte, determinada, mas com o coração mole, cheia de sentimentos e um coração enorme.

-Vamos Liv, vamos entrar no elevador. - falou Peter segurando a minha mão e entramos no elevador. 

-Claro, vamos sim. - falei meia distraída.

-Muitos pensamentos né? - falou peter e eu sabia que ele estava me olhando. 

-Você não faz idéia de o quanto! Vindo aqui agora, eu percebi o quanto eu cresci e mudei e amadureci.-falei sorrindo. 

-Realmente, você realmente mudou, desceu, ficou mais fortes. E os seus olhos, eles brilham. - falou Peter e eu senti que ele queria me dizer algo. 

-Meus olhos brilham?- perguntei curiosa. 

-Demais! Os seus olhos azuis, eles brilham muito. - falou ele. - tem algum motivo específico?-perguntou ele curioso.

Eu sorri e sabia exatamente o que dizer.

-Tem. O meu motivo específico é você Peter. - falei devagar e com leveza. 

Peter ficou em silêncio, e o sinal do elevador tocou, e a porta se abriu.

Petee segurou a minha mão e então ele foi me conduzindo até a porta do grupo de apoio, e quando chegamos lá ouvimos vozes,mas não muitas, apenas o suficiente para duas pessoas estarem conversando. E quando empurramos a porta, não houve silêncio e uma manifestação de alegria,apenas uma respiração profunda e preocupada.

-Não sei como vamos fazer Elisa,o nosso grupo cresceu e não temos mais espaço, porém, não sabemos onde colocar tantas pessoas. Tentei falar com o hospital mas eles não têm outro espaço para ceder, não dá para fazer os exercícios e as palestras por aqui Elisa, já pensou exatamente o que vai fazer?-era uma voz feminina que eu não conhecia. 

-Olha sinceramente, eu não sei. -falou ela e suspirou de um modo preocupado.

-Pois eu sei!-falei animada. 

-Olivia! Peter! Oh que lindos ver vocês dois juntos! Felicidades ao casal - falou Elisa melancólica. 

Peter ainda de mãos dadas comigo, apenas seguro mais forte e entrelaçou os dedos nos meus. 

-Ah, obrigada Elisa. Ouvi você falando que não tem mais espaço. E eu vim na hora certa. Gostaria de fazer um convite a vocês, a todos vocês, equipe, produção, enfim, todos. Estamos juntos criando uma instituição que vai ajudar e levar todos os deficientes para o mercado de trabalho e formação. E o projeto foi aceito, porém, não temos equipe e logo pensei em vocês. - falei sorrindo.

Conquistando o InfinitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora