Mudanças

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Chego em casa pela garagem junto de Sophie e William, durante o caminho os dois não falaram uma palavra, fazendo me sentir sem graça.

– Vamos para a cozinha. – Eu digo enquanto deixo minha bicicleta encostada na parede.

Ao chegar na cozinha vejo apenas minha mãe e Miguel, me sento em uma das cadeiras e meus colegas repetem meu ato, conto a minha mãe o que aconteceu na rua, ela pareceu não liga para o que eu estava dizendo, colocou pratos de macarrão com queijo para todos da mesa e se retirou do cômodo sem falar nada.

– Tá tudo bem com ela? – Sophie pergunta.

– Não sei. Ela tá estranha.

– Isso daqui tá... – William fala ainda mastigando a comida em sua boca, ele fica fofo assim. – Uma delícia.

Depois de comermos William e Sophie me ajudaram a lavar os pratos, nunca imaginei que lavar os pratos poderia ser tão divertido como foi, as piadas e gargalhadas do Will me faziam rir de doer a barriga, o momento estava ótimo, estávamos nos divertindo, jogando conversa fora até que tocamos no assunto de relacionamentos. Sophie falou da Bella, William falou das suas treze ex-namoradas, de cada uma e com detalhes, aterrorizador.

– E você, Dias? – William pergunta enquanto guarda alguns pratos no armário. – Já conheceu alguém?

– Não. Não quero nada no momento.

– Que pena. Eu tinha uma pessoa pra te apresentar.

Sophie percebeu o quão desconfortável eu estava e trocou de assunto logo, depois que terminamos de lavar a louça e guardar tudo fizemos um pouco de pipoca e fomos para a sala onde vimos um filme de super-heróis, não prestamos muita atenção já que estávamos jogando pipoca pra todo lado. No meio do filme a televisão parou de funcionar, ficamos questionando o motivo e só descobrimos quando olhamos pela janela, estava chovendo muito, pensamos que poderia ter sido algo na antena, depois viemos reparar que as luzes também haviam parado de funcionar, não estava escuro já que tinha a luz do sol, passou-se o tempo e ficamos no tédio, as piadas de Will não eram mais tão engraçadas, estávamos todos desanimados. Escuto a porta se abrindo, Erick e Lukas entram correndo para dentro, os dois estavam encharcados.

– Oi pessoal. – Erick fala ofegante. – Não sabia que tínhamos visita.

Eles se direcionam para a cozinha, pegam panos e se enxugam, Lukas vai para a sala fala com a gente.

– William! – Os dois se cumprimentam, aparentemente, já se conhecem. – A situação lá fora tá tensa. Relâmpagos e tudo.

– O que vocês estavam fazendo lá fora? – Eu pergunto.

– Te procurando.

Eu esqueci totalmente que Erick queria falar comigo hoje mais cedo, então, fui para a cozinha, ele estava procurando alguma coisa na geladeira.

– Queria falar comigo?

– Hem?

– Hoje de manhã. Você queria falar comigo.

– Ah. Certo. Vamos pro meu quarto.

Eu segui ele até o primeiro andar, entramos no quarto dele, fazia anos dês da última vez que vim aqui, o quarto dele tem pôster de bandas pra todo lado, também é bem mais arrumado do que o meu, sem meias ou roupas espalhadas pelo chão.

– Senta aí. – Ele apontou para a cama.

Eu me sento e ele puxa uma mala enorme que estava de baixo da cama, preta como tudo em seu quarto.

– Samuel. Eu vou morar com a vovó e o vovô.

– O que? Por que?

– O papai, irmão. – Ele abre a mala, vazia, e coloca algumas calças e camisas dentro. – Ele viajou ontem à tarde e volta na quinta. Nesse tempo eu vou dar o pé daqui.

My dear and beloved secretOnde histórias criam vida. Descubra agora