- Baby? - abro meus olhos ao ouvir sua voz - ei ... Está tudo bem?

- Uhum. - murmuro - estou bem, agora estou bem.

- Vamos embora, vem. - ele estica a mão e a seguro - está tudo bem. Consegue andar?

- Sim, acho que sim.  - fico de pé, minhas pernas ainda estão tremendo - minhas coisas, amor.

- Aqui. - Maggie entrega minha mochila pesada para Kage - está tudo aí dentro.

- Obrigado. - Kage joga a mochila no ombro e me abraça - você que me ligou?

- Não, foi a Rachel. - seguro em Kage e o sigo, Rachel está quase na porta.

- Obrigado, de verdade. - os dois trocam um aperto de mão rápido - Pode deixar que eu assumo daqui.

- Você esta bem, Cami. - Rachel fala direto comigo e forço um sorriso - de verdade?

- Agora vou ficar. Não se preocupe.

- Você esta nas mãos do especialista, baby. - Kage brinca - mandamos notícias.

Kage me leva para fora, descemos as escadas devagar porque ainda estou tremendo um pouco, quase nada, mas passada a adrenalina meu corpo todo parece uma gelatina. Ele não está de moto, mas sim o carro do pai, me ajuda a entrar e joga minha mochila no banco traseiro. Kage senta no banco do motorista e me abraça e isso basta para que eu desmorone de vez. Agarro sua camiseta e começo a chorar.

Kage só acaricia minhas costas e sussurra palavras para me acalmar. Bons minutos passam até que eu consiga voltar ao controle e me separar dele. Ele tira um pacote de kleenex do bolso e me entrega. Começo a rir e tiro o lenço do pacote para secar meu rosto.

- Agora que me contar o que aconteceu? - ele me pergunta com um sorriso e muita calma - seja lá o que for tenho certeza que podemos resolver até amanhã.

- Promete que não vai dar um show, Kage?

- Depende ... Alguém te machucou?

- Não, só meu orgulho que está ferido. - ele continua sério mesmo diante da minha brincadeira - o professor, Charles, ou Melton, tanto faz, ele me toca o tempo todo, fala perto, meche no meu cabelo. No começo achei que era coisa da minha cabeça, mas está demais Kage. E eu ... Não sei ... Imaginei uma situação toda na minha mente.

- Se ele te toca sem sua permissão não é uma coisa imaginada, Cami. Vou lá quebrar a cara dele agora mesmo. - seguro seu braço.

- Kage, amor, não, por favor. - ele soca o volante - cuidado.

- Foda-se. Acha que vou sentar aqui e ficar calado enquanto um professor usa sua posição para te assediar?! E as outras garotas?

- Não estou dizendo para ficar calado ... Mas me deixa terminar. - ele vira para mim e espera - fiquei pensando ... Será que ele sabe do ... Meu passado e ....

- Nem termina essa frase, Camila. Se terminar dizendo o que eu acho que vai dizer, vamos entrar em uma briga feia.

- KJ, me deixa falar.

- Não isso, não vou deixar que use o que te aconteceu para justificar as atitudes desse babaca. Você foi uma vítima. - ele segura meu rosto - mesmo que não fosse, baby, mesmo que tudo fosse sua escolha ... Não dá o direito dele fazer essas coisas. Já que você não quer que eu entre lá e parta a cara daquele imbecil no meio. Vamos ter que entrar em contato com a diretoria do curso.

- Ainda não, Kage. Pode ser coisa da minha cabeça.

- Tenho certeza que não é.

- OK, ok. Mas vou sondar as outras garotas e daí sim vamos atrás de alguém. Combinado?

Stolen Life (Repost)Onde histórias criam vida. Descubra agora