— Não! Eu posso ajudar você e...

— Adam, você está muito cansado. Já exigi muito de você ao fazer você nos locomover a noite inteira. Eu dou conta de trazer o café da manhã se você der conta de vigiar um pouco mais o Oliver e se manter acordado até que eu volte.

— Acho que consigo isso.

— Você que conhece melhor a área, para onde eu tenho que ir?

— Basta seguir naquela direção — ele aponta na direção de uma árvore um pouco mais retorcida do que as demais, não tinha como eu perder o rumo. — O rio não deve demorar muito.

— Certo.

— E Meg? — ele chama minha atenção. — Olhos e ouvidos atentos, se precisar de mim, grite. Vou no mesmo momento. Tome cuidado.

— Pode deixar — meus lábios encontram com os deles rapidamente e sorrio cheia de confiança. — Eu volto antes mesmo que possa perceber!

Tive que andar com cuidado, pois o estado daquela ruína não era dos melhores, e o chão de pedras é instável sob meus pés. Comecei a avançar com mais agilidade, porém ainda com cautela, assim que a grama deu lugar ao calçamento frouxo.

Olho para trás mais uma vez e suspiro aliviada ao perceber que olhando assim de fora, não dá para perceber que há pessoas ali dentro. Volto a minha atenção para a direção que Adam tinha indicado e sigo, percebendo o barulho da água aumentar a cada passo.

A floresta adensa um pouco antes de mostrar a clareira e o córrego largo e de água corrente. Antes que eu chegue na margem do córrego, percebo que não estou sozinha. Há três rapazes conversando alto, rindo e eventualmente jogando pedras em direção a superfície, que quicavam com agilidade e pousavam do outro lado do corpo d'água.

— Vocês acreditam nos rumores que o governador do Ar realmente pagará uma recompensa para quem trouxer a neta de Edith e o filhe de Raphael? — um dos rapazes fala procurando uma pedra no chão.

— Eu recebi essa informação de uma fonte segura! Mas ainda sim estou achando estranho todo esse rebuliço por conta de dois dominadores tão jovens! — o segundo, que está abaixado no chão, ajustando as lenhas numa pequena fogueira diz apontando um galho em chamas para o que falou primeiro.

— Você fala isso como se fosse muito mais velho do que os dois! — o último rapaz, que estava com os pés dentro do córrego, apenas olhando para algum ponto abaixo da linha d'água.

— A força e potência da juventude muitas vezes não é páreo para a habilidade e experiência de um dominador mais velho... — ele mexe com mais vigor na madeira, fazendo com que fagulhas voem um pouco mais alto.

— Os dois conseguiram capturar o Oliver, que de acordo com as suas ideias, é cheio de habilidade e experiência. E fugiram de lá, vivos — o que está parcialmente na água diz, virando e encarando o colega.

— Talvez tenha sido apenas um golpe de sorte — o primeiro encontrou a pedra e a joga entre as duas mãos, encarando nenhum dos outros dois.

— Talvez sim. Talvez não. Sinceramente eu é que não me arriscarei por conta de uma recompensa, por mais tentadora que ela pareça.

— O que uma garota bonita e seu namorado podem fazer contra um exército?

— Muita coisa se também tiverem um exército por trás. Tem algo de errado nessa história e vocês devem ter percebido isso.

— Errado é como o governador do Fogo deve estar se sentindo nesse momento. O filho envolvido num problema tão grande assim... Logo quando o outro filho ficou noivo.

Os Oito DomíniosOnde histórias criam vida. Descubra agora