Capítulo I - Não há mais céu - Parte II

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      Eles mergulhavam nas montanhas tão brutos como o perfuro do algodão com a água. Eles iam para todos os lugares possíveis. Nas cidades eram subterrâneos, e nas planícies do continente cintilavam feitos como ouro quando o sol brilhava. O lugar ficava mais lindo com o contraste do beje do solo e o vívido verde das árvores. Chegavam a 1100 quilômetros por hora, e mais rápidos que a velocidade do som, os próprios passageiros não escutavam o que acontecia lá fora. Qual o sucesso deste feito? Os METROLEVs cabiam dentro de grandes tubos a vácuo. Assim, o veículo não sofria com o atrito do ar, e era impulsionado para frente com molas de magnetismo que faziam uma grande espiral, a mesma tecnologia utilizada por mísseis balísticos intercontinentais, um verdadeiro marco na elétrica. O problema era que esta forma precisava de uma grande distância para pegar o impulso, o que necessariamente não era um problema, se não fosse o tubo a vácuo pressionar a pequena atmosfera dali para matar os passageiros. Porém, a provabilidade de o tubo falhar e a malha: eu fiz os cálculos civis. 

     Depois de sair do quartel do governo quase em surdina, encaminhou-se para o METROVEV, naquele mesmo metrô-estrada. Foi ali que eu a vi pela primeira vez, e eu pensei que fosse a última. Ela parou ali, e vendo que ninguém a estava seguindo, aproximou seu olho à um pilar próximo ao pórtico do metro-estrada, à sua porta. O objeto emitiu um escâner azul, e emitiu uma voz quase humana:

     —Senhora Iyakna, sua íris está confirmada. Tenha uma boa viagem para a fazenda Algorova!

     Ela abriu um sorriso de desprezo e, sem cerimônias, entrou na espiral.

     Engraçado. Ela respondia à tudo, até os pássaros com alegria. Mas não respondeu à o escâner.

     Ela tinha os olhos bejes mais lindos do mundo, e quando encostava sua cabeça na janela de vidro, eles cintilavam e viravam verdes. Ela pegara o trem junto com os peões até Algaroba. Fora uma típica viagem. Apenas observando a savana, e em cansaço, conseguinte dormindo ali, até ter chegado em seu destino. E enquanto dormia, eu vi uma lágrima. Eu vi o fio de água pelas câmeras. Foi aí que ela teve aquele pensamento.

     Ainda penso em como a humanidade conseguiu conceber um computador que armazena cada átomo, um computador quântico, um super computador que armazena cada memória humana. A STYGREIVER usa esse computador para prender o assassino antes de fazer o assassinato.

     A Rede Olga consistia, também, na própria economia. Os preços, a Ethernet... As rede de comunicação. Tudo isso era conectado à rede. As roupas, o banheiro e personalidade. Fora uma mente colmeia. Se implementada totalmente, as pessoas obedecerão à uma vontade. E é isso que Iyakna sabia.

     Quando ela dormiu, foi o único momento de paz que ela teria.


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     A fazenda farfalhava com um vento, e o pó alaranjado rasteiro do solo arrastava o trigo vermelho com o passo do entardecer. As folhas das árvores amarelas e desbotadamente marrons caíam vultosamente, e uma pequena brisa gélida jogava-as para longe da ribanceira. E lepidamente atrás deles havia este bosque emplumado, com em baixo o celeiro com suas arestas brancas de madeira, a panificadora cilíndrica com o formato de um grande silo marrom-escura e as plantações de linho esverdeado. Tudo isto incluí a fazenda; uma clareira espaçosa e aveludada com as estepes e do orvalho ao alvorecer espumoso, que fazia todo o lugar a assemelhar-se a gipsita, a rosa-do-deserto polida, um vidro espelhado ardente em luz ou um cristal alaranjado que iluminava como sol de meio-dia,  refletido a cor branca nos íntegros lugares de toda a fazenda.

A Guerra VermelhaWhere stories live. Discover now