[Hiatus]Cannibal Prince || JiKook

Capítulo: 4

Jugkook On

O vento soprava contra meu rosto, acariciando meus cabelos ainda úmidos pelo recente banho, teria que ser mais rápido.

Após chegar da universidade, rapidamente preparei uma mochila com roupas e comidas para levar para o menino e presenteá-lo assim que interromper a barbaridade que aqueles inúteis planejavam cometer. Aquilo era demais para digerir, estava tão angustiado simplesmente por criar cenas diferentes em minha cabeça sobre aquele absurdo.

A princípio não havia bolado um plano, mas agora, correndo pelas ruas pouco movimentadas daquela velha cidade, já tinha em mente o que fazer: iria levar o pobre garoto para minha pequena casa, dar-lhe um banho e uma boa refeição e caso ele quisesse voltar à morar na rua, o que penso ser impossível, lhe deixarei com a mochila recheada somada à uma boa quantia em dinheiro.

Ao aproximar-me da rua em que luhan havia me dito há dias atrás onde o garoto se encontrava, logo o vejo sentadinhos na calçada apoiado contra a parede suja ao lado do beco que provavelmente deveria ser sua "casa". Sorri brevemente, aproximando-me feito um furacão, seus olhinhos estavam fixados em uma única direção, sua deficiência era evidente, fazendo meu coração se apertar ainda mais. 

- Olá... * Murmurei, abaixando-me até ficar cara a cara com o garoto, coçando a nuca um tanto quanto constrangido, não era um costume meu chegar nas pessoas e puxar assunto.

- Oi? *Seus lábios ressecados, porém bonitos pronunciaram, seu olhar ainda fixo em um ponto qualquer.

- Hm... qual é o seu nome, garoto? *Perguntei, apertando a alça da mochila contra meus dedos, estava nervoso.

- Me chamo Jimin, moço. *Seus olhinhos enfim se moveram em minha direção, como se quisessem capturar a imagem de meu rosto, estranhei por um breve momento.

- Bom, me chamo Jungkook... *Observei-o por alguns segundos, admirando a beleza daquele menino sujo. - Está com fome? *Perguntei, obtendo um balançar de cabeça óbvio em confirmação. - Lhe trouxe comida e algumas roupas. *Pousei a mochila em seu colo em movimentos afobados.

*Ele então apalpou o objeto, abrindo-o em movimentos calmos assim que encontrou o zíper, enfiando a mãozinha na mochila para analisar seu interior.

*Olhei para o beco ao lado, apertando meus lábios em desgosto ao ver a situação daquele lugar.

- O que acha de dormir em uma cama de verdade hoje? *Perguntei em tom receoso, porém manso, não queria que ele pensasse que eu o faria mal.

- Onde? *Sua atenção voltou-se à mim.

- Na minha casa. Não se preocupe, não lhe farei mal algum, não sou um assassino, sequer sou capaz de machucar uma mosca. *Murmurei em tom bem humorado.

- Você mora sozinho? *Perguntou de repente, apertando seus dedos uns contra os outros, como se estivesse nervoso.

- Sim. *Respondi, um tanto quanto confuso pela pergunta repentina, mas evitando prolongar nosso diálogo para não correr o risco de encontrar os garotos à qualquer momento.

- Então eu aceito! *Ele então respondeu, sorrindo largamente. Se não fosse sua aparência inocente e o olhar focado em um único ponto, diria que seu sorriso não era comum, que se assemelhava ao sorriso de um daqueles psicopatas de filmes de terror.

Mas eu não era tolo, acolheria-o em minha casa até arranjar um modo de ajudá-lo, porém tomaria bastante cuidado com o garoto bonito.