Capítulo 38

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- Esse é o problema? - riu Eduardo.

- Pai, isso não é engraçado é muito serio.

- Filha, eu sei que vocês não se amam, eu percebo as coisas, mas casamento não é só amor é companheirismo e com o tempo o amor surgi. - disse ele calmamente.

- O senhor é inacreditável. - bufou Sophia.

- Vou tentar ser mais clara. Eu não amo o Julio, não vai ter casamento. - vociferou Sophia.

- Sophia, é normal o nervosismo antes de casar, mas vocês foram feitos um para o outro.

- PAI, eu não gosto do Julio nem de homem nenhum, eu sou lésbica eu gosto de mulheres, eu quero andar por aí, eu quero não ter que esconder a minha sexualidade, deu para entender agora? - falou Sophia furiosa.

Eduardo ficou parado sem dizer qualquer palavra só ficou encarando o nada pensando em tudo.

- Você não pode fazer isso. Temos um acordo. - disse ele por fim.

- É exatamente por isso que estou aqui. Júlio não sabe de nada, ele é uma vítima disso tudo e eu quero que você deixe as empresas nas mãos dele  - falou Sophia.

- O que? Como assim? - disse seu pai.

- Julio é excelente profissional, ele pode muito bem cuidar de tudo, deixa tudo pra ele, a culpa de estragar esse casamento é toda minha. - falou Sophia.

Ela não queria viver uma mentira, ela precisava de liberdade, mas ela não podia obrigar Júlio a querer o mesmo. Ele tinha Rodrigo e eles estavam bem,viviam felizes daquela forma, mas Sophia precisava de mais ela queria liberdade, ela já havia perdido Valentina e não queria mais perder pessoas em sua vida por ter medo de quem ela era.

- Quem é a mulher que esta lhe obrigando a fazer isso? - perguntou Eduardo.

- Não tem ninguém, pai. Eu simplesmente não consigo mais viver desse jeito me escondendo eu preciso de liberdade mesmo que para isso eu precise abrir mão de tudo que eu conquistei até aqui. - falou Sophia.

Eduardo começou a andar de um lado para outro pensando no que poderia fazer para mudar aquela situação.

- O que a imprensa vai dizer? - falou ele enquanto caminhava pelo quarto.

- Sinceramente, não me importa, mas se é tão importante coloque a culpa em mim diga que eu fiz qualquer coisa não importa, só quero que você não puna Julio pelas minhas escolhas. - falou Sophia.

- Você quer colocar nosso nome na lama? Durante anos eu lutei para criarmos um nome e você simplesmente quer destruí-lo. - bufou Eduardo.

- Eu não quero destruir nada, eu quero simplesmente viver minha vida. Durante anos eu fui submissa as suas vontades, mas agora eu não consigo mais, eu preciso ser eu mesma, eu preciso ser feliz. - bufou Sophia.

- Isso é felicidade pra você? Porque você simplesmente não casa com Julio e faz o que tiver que fazer escondido da imprensa? - disse ele.

- O senhor esta escutando o que ta dizendo? Quer que eu viva uma vida de mentira para simplesmente manter as aparências? Enlouqueceu de vez. - disse Sophia deixando algumas lágrimas caírem.

- Tudo seria muito mais fácil. - disse Eduardo.

- Seria, mas não é. Eu quero minha liberdade, e não vou abrir mão disso, e não adianta o senhor falar qualquer coisa a respeito eu já tomei minha decisão. O motivo da minha visita é Julio, eu não quero que o senhor estrague a vida dele. - falou Sophia.

- É isso que você quer Sophia? Ficar com uma mão na frente e outra atrás ? - vociferou ele.

- Se for para ter minha liberdade eu prefiro sim. Eu me viro, isso não é problema.

- Já que é assim, você conseguiu o que queria. Vou ligar para meus advogados, Julio vai ficar com as empresas e você não terá direito a nada enquanto continuar com essa loucura. E vou obrigar Julio a assinar um contrato em que ele não pode lhe emprestar qualquer valor em dinheiro. - disse ele.

- Perfeito, era isso que eu queria. - disse ela.

- Vai demorar algumas semanas até preparar tudo. Aproveite esse tempo para pensar se é realmente isso que você quer. - disse Eduardo.

- Demore o tempo que precisar eu não vou mudar de ideia.

Eduardo bufou e sentou-se de novo na cama.

- Agora se me der licença vou embora. - disse Sophia.

- Passar bem. - disse Eduardo e Sophia saiu do quarto.

Sophia foi até a recepção e pediu para a mulher de mais cedo, reservar um voo para ela voltar para casa. Para seu azar todos os voos estavam lotados e ela teria que passar a noite no hotel.

- Meu turno acaba as 20 podemos tomar um drink. - disse Pérola.

- Melhor eu descansar, o voo foi cansativo. - disse Sophia.

- Um drink ajuda a relaxar.

- Ok, lhe encontro no bar do hotel. - disse Sophia.

Sophia não queria nada com Pérola, mas estava com a cabeça cheia e precisavam conversar com alguém desabafar, seu pai tinha lhe dito coisas que ela não conseguia engolir. Teve vontade de ligar para Valentina e contar tudo que aconteceu, mas não quis. Pegou as malas e foi para seu quarto, ia tentar dormir até a hora de encontrar Pérola no bar.

Entrou no quarto e foi tomar banho, precisava relaxar. Saiu do banho e pegou o celular, ficou admirando a foto de Valentina e teve uma súbita coragem de ligar para ela, mas quando ia chamar ela desligou. Não podia simplesmente ligar para alguém depois de quatro meses e jogar em cima dela um caminhão de problemas. Resolveu desligar o celular e tentar dormir e assim o fez.

Acordou já passava das 7 horas e ela tinha combinado de ir beber com Pérola, trocou de roupa e foi encontrá-la no bar, para sua surpresa seu pai também estava com o homem de mais cedo, Horácio.

Foi até onde Pérola estava.

- Melhor sairmos daqui. - disse ela.

- Aonde quer ir? - perguntou Pérola.

- Qualquer lugar desde que não seja aqui. - falou Sophia

- Tudo bem conheço um bom lugar.
E assim as duas saíram deixando Eduardo furioso sentado a mesa.

Amor Improvável (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora