Censura do amor.

II

Me chamo Eliane, tenho 18 anos e sou da periferia. Trabalho com a Srt.Margareth, um senhorinha da Elite mas muito gente boa. Ela não é como as outras "madames" da Elite, eu tirei sorte grande ao conseguir esse emprego.

Margareth não falava muito com as pessoas fora de casa, seus pensamentos a colocariam em problemas.

-Como foi o final de semana?-Srt.Margareth.

Ela sempre gostava de conversar sobre a periferia, não passava no jornal nada sobre nós.

-Como sempre, mais uma escola foi fechada por motivos de "rebelião".

-É incrível como a falta de noção dessas pessoas faz.-Ficamos falando sobre a falta de respeito e empatia estava fazendo com o mundo.

-Querida, minha filha infelizmente está voltando de Portugal, vou pedir pra você me ajudar a organizar o quartinho dela.-Margareth.

Ela sempre me ajudava a limpar a casa, ela sabia que não era fácil o modo no qual eu vivia. Ela sempre disponibilizava um quarto para mim, mas eu não ficava por ter minha mãezinha em casa. Ela dava também cestas básicas, coisas que não era obrigatória e nem se era comum na Elite.
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-E... como ela se chama?-perguntei.

-Sophia, tem a sua idade. Morava com o pai desde de pequena, escolha dela, juro!-Margareth diz enquanto me ajuda a estender os lençóis da cama.

-Ela sabe do estado do país?

-Sabe mas não muito, sabe como é, não tem muito como conversar com alguém de fora do país sem que seja "visto". Bom, vou passar no mercado depois da academia, quer algo?-pergunta Margareth com um olhar doce.

-Não, muito obrigada.

Margareth sempre me ajuda, e ajuda com os medicamentos da minha mãe. Ela não anda muito bem, e os médicos da Periferia não tem coisas simples como luvas de látex, gases... Enfim, não tem condições nenhuma.