Maria Alice é egoísta, voluntariosa e dissimulada, querendo a todo custo riqueza, luxo e poder na ilusão de se sentir preenchida e se ver livre da vida simples e humilde que leva ao lado da mãe e da irmã.
Ambiciosa e sem escrúpulos, ela não mede esf...
Aquela manhã a moça havia acordado com as galinhas como a mãe e a irmã, ela precisava impressionar a todos com sua eficiência, e sabia que no seu primeiro dia de serviço a amiga a iria perturbar logo cedo.
Alice esperava sinceramente não ter que acordar tão cedo todos os dias, afinal os Veiga eram uma família rica, e o dia dos ricos só começava a partir das onze da manhã. Esse era o tipo de vida que a jovem queria.
— Estou tão empolgada. — Mentiu.
— Por favor, não crie tantas expectativas, acaba por não ser nada demais. Talvez, fazer companhia para uma senhora possa lhe parecer monótono.
— De forma alguma. — Ela riu.
— Como foi sua primeira noite no quarto novo? Está do seu agrado?
— É bem mais do que eu esperava, é tudo muito confortável e sua família têm sido muito amáveis comigo.
— Ficamos felizes em poder ajudá-la. Sem contar que, no final das contas, você está nos ajudando muito mais.
Bianca continuou a falar enquanto as duas cruzavam os corredores, Alice parou de ouvir a amiga assim que seus olhos cruzaram com os de Edgar. Lá estava ele, lindo como o pecado - mais uma vez -, perfeitamente alinhado dentro de um terno preto. Alice se perguntava o que ele estaria fazendo de pé tão cedo, e lamentava por sua visão não ser de peitoral largo e braço e suados como da amanhã anterior.
— Bom dia. — ele disse, meia boca.
— Bom dia! — as duas responderam.
— Você não me parece muito bem. — a irmã disse enquanto se pendurava em seu pescoço.
Muito pelo contrário, Maria Alice pensou consigo. Ele parecia. . . Lindo!
— Só estou cansado. — murmurou sobe o ombro de Bianca — Olá, Maria Alice. — finalmente pareceu tê-la notado. A moça maneou a cabeça, quase com indiferença.
Edgar analisou a jovem rapidamente de cima baixo, antes de beijar a irmã na testa. Alice gostou daquilo, da atenção
— Estão indo ver a vovó?
— Sim, e por favor diga que vai conosco!
— Tenho cinco minutos, acha mesmo que ela me deixará sair? — ele riu.
— Provavelmente não.
— Então vamos. — ele a guiou pela mão — Como passou a noite, Maria Alice? — perguntou já próximo a porta.
— Muito bem, obrigada. Estou empolgada.
— Posso imaginar. — ele lhe mostrou as covinhas — Não costuma ser fácil agradar senhorinhas.