Maria Alice é egoísta, voluntariosa e dissimulada, querendo a todo custo riqueza, luxo e poder na ilusão de se sentir preenchida e se ver livre da vida simples e humilde que leva ao lado da mãe e da irmã.
Ambiciosa e sem escrúpulos, ela não mede esf...
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— Minha nossa! Eu preciso ir — Maria Alice disse depois de algum tempo.
— Ah, por favor fique mais um pouco — Bianca pediu. As duas haviam ficado conversando durante toda a manhã, Maria Alice foi ficando por ali e acabou sendo convidada para o almoço.
— Eu adoraria, mas eu realmente preciso ir, não gosto de deixar minha mãe sozinha por muito tempo — mentiu — Ela deve estar preocupada porque não almocei em casa.
— Você me parece ser uma ótima filha — constatou com sinceridade.
— Eu faço o que posso parar cuidar dela agora que somos só minha irmã e eu. Desde a morte do meu pai as coisas vêm sendo extremamente difíceis.
— Eu posso imaginar — afagou a mão da amiga.
— E agora que estou desempregada, — Maria Alice abaixou a cabeça e suspirou — não sei como serão as coisas.
— Você trabalhava com o quê?
— Eu fazia uma coisa e outra, sabe?! Sou acostumada a pegar no pesado, trabalhei desde cedo para ajudar em casa, meu último emprego foi em um restaurante, os donos estavam passando por uma situação difícil, tiveram que cortar funcionários — tentou parecer triste — Desde então não consegui oportunidade em lugar algum.
— O mercado de trabalho está cada vez mais difícil — Bianca concordou — Quem sabe eu possa ajudá-la.
Maria Alice quase revirou os olhos e então fingiu secar os olhos com o dorso da mão.
— Como poderia? — perguntou.
— Eu conheço algumas pessoas, posso falar de você, quem sabe alguém precise de uma nova funcionária — ofereceu.
— Faria mesmo isso por mim? — apertou suas mãos.
— Mas é claro! Nós somos amigas — Bianca a abraçou.
Maria Alice não queria um emprego, não gastaria seu tempo atrás de um balcão qualquer enquanto poderia estar cuidando de assuntos mais interessantes. Mesmo assim Alice aceitou, não iria desgostar a amiga a essa altura do campeonato, e se Bianca realmente pensava que ela era uma moça de família, que continuasse com essa ideia.
Enquanto estivessem juntas, Maria Alice faria de tudo para causar boa impressão, treinaria todas as suas táticas com a garota para que quando finalmente chegasse o momento de ser apresentada a família, pudesse encantar a todos.
— Obrigada — ela disse por fim.
— Pedirei para que meu motorista a leve, eu mesma faria isso, mas tenho muitas coisas para pôr em ordem por aqui.
— Oh, não precisa! — Maria Alice falou — Não quero que se incomode.
— Não vou me incomodar, e além do mais é um longo caminho até sua casa, se temos alguém que possa levá-la, não há motivo para que vá de ônibus.
