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Matheus narrando

Chegamos a SP faz 5 dias e na real, a gente tem aproveitado bastante. Eu e a Gabriella então... nem vou falar nada.

Agora já está de noite e estamos pensando em ir numa festa aí, de um conhecido do Miguel. A Gabi está como sempre deitada na cama, sem fazer nada. Eu juro que não entendo essas meninas, todas sedentárias.

Matheus: Você não se vai arranjar? - me sentei do lado dela.

Gabriella: Estou tão bem aqui - fechou os olhos e ficou com aquela cara de anjo linda que só ela tem (só a cara né). 

'Caraca Matheus, desde quando você é assim?'

Não sou.

Gabriella: Está sorrindo porque bobo? - reparei que estava sorrindo e fechei a cara na hora.

Matheus: Nada não. - vi que a expressão dela se tornou numa expressão confusa mas não falou nada e só virou a cara para o outro lado.

É amiga da minha irmã cara, nunca na vida a poderia iludir e muito menos ter algo sério com ela.

Fui para o banheiro, tomei banho e me vesti.

Matheus: Não vem então? - cocei a nuca

Gabriella: Podem ir, eu vou lá ter.

Matheus: Gabriella se quiser eu espero aqui e vamos os dois 

Ela deve achar que eu sou um baita de um bipolar. 

Gabriella: Não precisa fazer isso, sério - deu um pequeno sorriso - pode ir, eu chamo um uber.

Matheus: Tá bom. - dei lhe um selinho e fui ter com o resto do pessoal. 

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Gabriella narrando

00:23

Acabei de me arranjar agora e estou esperando pelo motorista que me vai levar ao endereço da casa do amigo do Miguel. Fica perto daqui, mas claro que não vou a pé.

Entrei no carro e o cara deu partida para a casa.

Entrei na casa, tentando encontrar algum dos meninos. Vejo o Miguel e a Bruna sozinhos conversando e rindo num canto e decidi não atrapalhar, não havia nem sinal da Larissa, do Lucas ou do Matheus. 

Por falar nele, eu gostava de entender porque é que ele muda de humor quando se apercebe que está sendo carinhoso ou espontâneo comigo. Não há problema nenhum em estar á vontade de uma forma que ele não costuma estar e isso começa a irritar, para falar a verdade.

Subi para o andar de cima e como não estava vendo ninguém liguei para a Lari. Enquanto chamava, avistei duas pessoas no fim do corredor e por sinal, quanto mais me aproximava mais parecia o Matheus. Quando realmente me apercebi que era ele, engoli em seco e andei em direção ao jardim, praticamente correndo.

Me encostei na parede e fui deslizando as minhas costas até me sentar no chão. Fiquei encarando as poucas pessoas que estavam cá fora, maior parte estava se divertindo e dei um sorriso triste, pois isso não estava acontecendo comigo neste momento.

Sei que a gente nunca colocou um rótulo na nossa relação mas cara, depois que começamos a ficar deixei de o ver rodeado de meninas como via antes. Ele ficava bem ciumento por me ver com outros e eu comecei a ver um Matheus que não tinha visto nos últimos anos, ele se preocupava comigo como se fossemos mais que amigos e eu comecei a acreditar nisso.

Eu não sinto nada demais por ele, mas vê lo com alguém me abalou mais do que eu queria. Muito mais. Acho melhor dar o fora daqui, não quero estragar o ambiente de ninguém e estar sozinha de certeza que me vai fazer bem.

O vizinho do ladoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora