Capítulo 19 - Pessoas que achamos conhecer

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- Eu te amo. - Matthew disse num sussurro.

Logo eu não ouvia mais nada a não ser o som da respiração dele no meu rosto e a única coisa que via, era escuridão.
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Acordei sentindo dores muito fortes no pescoço, respirar custava tanto que eu achei que morreria. Tentei falar e os sons que saíram da minha boca não formaram uma palavra, a dor impedia que eu tentasse novamente.

Olhei ao redor tentando identificar o local onde me encontrava. Era um pequeno cômodo de 24 metros quadrados, com uma porta e uma única janela pequena, que obviamente eu não passaria.

No quarto havia um pequeno colchão no qual eu me encontrava, uma cadeira de frente para mim e uma garrafa com água. Me levantei pensando em pegar a cadeira e levar até a janela para gritar por socorro e me localizar, mas ao levantar ouvi o barulho de correntes. Apenas depois de ouvir esse barulho senti o ferro gelado ao redor do meu tornozelo, olhando para baixo pude confirmar o que já suspeitava.

- Droga. - Minha voz saiu, mas com uma rouquidão que nunca tive, mal me reconheci. - SOCORRO. - Tentei gritar mas minha voz não coopera.

Peguei a garrafa e cheirei o líquido que havia dentro afim de confirmar se era mesmo água. Levei o líquido até minha boca e criei coragem para engolir, o que gerou muito mais dores em minha garganta, mas pelo menos já não estava tão seca e quando tentei dizer uma palavra ela saiu muito menos rouca.

O som de chaves sendo colocadas na fechadura da porta me fizeram pular assustado, logo a porta foi aberta e por ela Matthew atravessou.

- Hey, você acordou. - Ele disse sorrindo e se aproximando devagar com um saco de "Burger King", se fossem outras as circunstâncias eu ficaria feliz, mas no momento eu só conseguia encara-lo com ódio. - Eu trouxe algo para você comer. Me desculpe pela sua garganta mas era o único jeito de...

Num rompante de raiva joguei a garrafa de água no peito de Matthew e avancei sobre ele com toda minha fúria. Um soco foi sobre seu rosto e o outro iria direto em sua garganta, mas Matthew deu alguns passos para trás e eu não pude alcança-lo por culpa das correntes.

- Qual o seu problema? - Matthew falou alto, quase gritando, mas se controlou. - Isso doeu.

- Isso não é nada comparado ao que vou fazer quando sair daqui. - Sentando sobre o colchão e colocando a cabeça entre os joelhos comecei a chorar, eu queria ser forte e não demonstrar minha fraqueza, mas falhei. - Por que você fez isso comigo Matthew?

- Por que? Por que eu te amo, Stiles. - Matthew disse fazendo uma careta pela dor na mandíbula, puxando a cadeira até ele e sentando-se. - Eu não quero perder você, mas também não posso parar agora, aquele que ainda está vivo merece morrer tanto quanto os outros.

- "Aquele"? - Perguntei levantando meu rosto para olhar nos olhos dele.

- Eu matei a garota que faltava enquanto você dormia. - Matthew diz levantando da cadeira e se aproximando devagar. - Agora só falta um, Paul. O estagiário do departamento de polícia.

Não me movi ou mostrei qualquer outra reação a não ser a inicial, chorar. Matthew agachou a minha frente e colocou a mão sobre meu queixo depositando um selinho nos meus lábios, virei o rosto me negando a olha-lo novamente.

- Coma um pouco, não quero que fique mal. - Matthew disse, se levantou, foi até a porta e parou por um momento. - Eu sei que você está com muita raiva agora e pensa que sou um monstro, mas eu te amo e sei que você vai me perdoar. Eu te amo, eu te amo...

Matthew saiu do cômodo repetindo essas palavras, ele provavelmente está tentando convencer a si mesmo que é tudo por mim. Todos dizem que eu sou inteligente, mas no momento a única coisa que vejo é um Stiles quebrado, que não consegue pensar em nada a não ser chorar.
O bom garoto, indefeso e patético. Isso é o que sou.
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                    LYDIA👻
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STILES - livro 2 Where stories live. Discover now