- O que aconteceu?
- A senhorita teve uma crise de asma, bem feia. – ela mexeu em alguma coisa a cima da minha cabeça. – Eu vou chamar o médico, com licença.
Eu continuava confusa enquanto ouvia ela se afastar e as coisas ficaram mais confusas quando um homem alto e forte apareceu na minha frente se apoiando na ponta da cama, seu rosto era familiar, mas no momento qualquer um me parecia familiar.
- Finalmente Ilaria. – ele bufou.
- Eu te conheço? – eu franzi os olhos, aquilo me levou a uma nova pontada na cabeça.
- Sou eu, Henry. – ele disse como se fosse óbvio. – Filho do advogado do seu pai, estudamos na mesma escola e você costumava passar alguns feriados em casa.
- Você cresceu. – foi a única coisa que eu consegui dizer.
- E você continua a mesma. – ele abriu um sorriso esquisito, mas antes que eu pudesse dizer algo, um homem vestindo um uniforme branco entrou na sala.
- Como vai Ilaria? – ele se aproximou e olhou para mim, não podia negar que ele era lindo, mas eu conhecia médicos, sorrisos e tudo que eles poderiam fazer.
- Com dor de cabeça e talvez zonza, mas o que aconteceu?
- A senhorita teve uma crise de asma bem forte.
- Uau, fazia anos que eu não tinha uma.
- Fizemos alguns exames do seu pulmão, mas parece tudo bem. Por precaução... – eu ouvi a porta abrir, mas isso pareceu não ter desviado a atenção do médico em mim. - ... eu receitei a bombinha.
- Aqui está a bombinha Ilaria. – o advogado do meu pai e sua mulher entraram no quarto.
- Ótimo. – o médico sorriu, ele sorria demais para o meu gosto. – Amanhã de manhã poderá ter alta, mas hoje prefiro que fique para a observarmos durante a noite. Eu vou deixa-los a vontade para que conversem e Ilaria, você tem direito a apenas um acompanhante para passar a noite. Com licença.
O médico saiu e imediatamente eu fui envolvida em um abraço duplo por Marianne e Colin, eu podia não me lembrar muito bem de Henry, mas eu sempre me lembraria com carinho de Marianne e de Colin.
- Graças a Deus minha garota! – Marianne disse ao me soltar e passar a mão pelo meu rosto. – Não se preocupe, eu vou passar a noite aqui com você e Colin vai ficar em casa com os meninos.
- Não precisa se preocupar com isso senhora Cavill.
- Nada de senhora Cavill. – ela me repreendeu. – E nem pense em discutir comigo, seu pai me deixou ordens explicitas para cuidar de você.
- Por falar em cuidar, Colin....
- Marianne, pode levar o Henry no carro, eu preciso falar com a Ilaria.
- Claro.
Marianne sorriu para mim e me deu um beijo no rosto avisando que já voltava, enquanto Henry apenas murmurou um "melhoras" e saiu com a mãe, me deixando sozinha com o pai.
- Eu achava melhor falarmos sobre isso depois. – Colin disse assim que a porta se fechou. – Mas eu sei que você não vai permitir.
- É verdade o que havia na carta?
- É. – ele retirou do bolso do paletó uma foto e me entregou. – O nome dele é Thomas.
- Quantos anos ele tem? – eu peguei a foto e olhei para a imagem de um garoto com muito cabelo e de olhos escuros, como eu quando era mais nova, ao lado de um cachorro.
- Tem sete.
- Por que ele nunca me contou?
- Porque quando ele ficou sabendo, Thomas tinha dois anos já e a mãe veio atrás do seu pai para chantageá-lo, ele simplesmente deu dinheiro para ela e pegou a guarda do seu garoto. Ele ia te contar, a gente conversou muito sobre isso, mas ele queria se aposentar e ir morar perto de você em Boston junto com Thomas, ele queria que vocês fossem uma família, ele só não teve tempo.
- E o que ele esperava que eu fizesse a respeito disso?
- Que você fosse a família do garoto. – Colin me encarou. – Eu sei que não é o momento, mas assim como você, ele também perdeu a única família que conhecia.
- O que eu vou fazer da minha vida? – eu bufei.
- Olha, tire algumas semanas de férias, eu sei que você pode comandar a ONG por aqui, então vá até o apartamento do seu pai, conheça o garoto e tente se aproximar.
- Não posso mudar minha vida por ele.
- Ninguém está pedindo isso, só dê uma chance. Você cuida de tanta criança, por que não pode cuidar de uma que é seu próprio irmão?
Colin estava certo, o garoto era meu irmão e provavelmente não estava entendendo nada do que havia acontecido. Eu ainda havia tido meu pai por quase 30 anos, e ele por míseros 5, ele merecia pelo menos um pouco de atenção e era exatamente isso que eu tentaria fazer nos próximos dias.
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Tudo Que Eu Nunca Pedi || Henry Cavill
Fanfiction"- Você era a garota que ninguém queria chegar perto, sabia ? - eu olhei enquanto ela ajeitava a parte de cima do casaco preto. - E agora você está com medo de uma criança. - Não é qualquer criança e eu nem o conheço. - ela bufou e eu sabia que esta...
Eu tenho um irmãozinho
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