Turbilhão de Pensamentos

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-ENTÃO É ISSO QUE A SRA ACHA QUE EU SOU? UMA INÚTIL! UMA INCAPAZ? ENTÃO É ISSO QUE EU SOU PARA A SRA? TALVEZ NAO SE PASSOU NA SUA CABEÇA DE QUE EU SOU JOVEM, E SONHADORA? E QUE, TALVEZ, EU QUEIRA SER GENTE? -Berrei e minha mãe parou de respirar. 

-você precisa aceitar a sua situação Olívia, precisa aceitar a sua situação! Teimosia é o que você tem! Não aceita um não! Egoísta! - falou minha mãe respirando bem leve e profundo ao mesmo  tempo. 

-Então veremos isso! - falei. 

Eu realmente precisava tomar um pouco de ar, e sem pensar, tudo ficou escuro, e borrado, e sem foco, eu corri, me lembro de me ver correndo,correndo e fechando a porta, lembro das palavras duras da minha mãe..

Egoísta......

teimosa.....

não aceito um não.... 

Não vi a hora que eu entrei no elevador...

Não ouvi mais nada...

A fúria tomou conta de mim.

Ouvi bem de longe a voz da minha mãe gritando o meu nome.....

mas eu era egoísta não era? E pessoas egoístas não voltam atrás.

Corri...

lembro de sair do prédio...

.lembro de correr ...

.lembro o som da minha respiração...

.lembro do gosto do ódio....da injusta.....amarga....dura....seca....lembro de sentir ódio pela minha cegueira.....lembro da alegria...da esperança indo embora. Lembro de correr sem saber onde que eu estava, e lembro do Salgado das lágrimas escorrendo no meu rosto, lembro de ouvir meu coração palpitar, acelerado, descompassado, lembro como eu me lembro, da sensação pesada no meu corpo. 

De sentir o chão, o asfalto, os paralelepípedos das calçadas, os latidos dos cachorros, lembro de ouvir minha mãe gritando dizendo que eu era teimosa, de Peter, talvez, teria sido melhor ficar no hospital, pelo menos lá, eu não seria egoísta. 

Corri......

corri......corri......

corri..... até acertar algo, acertar alguém, lembro do chão frio e do cheiro de sujeira do chão.

um apito agudo no meu ouvido....tudo mudo.....e lá no finalzinho....lá no fundinho..... uma voz feminina doce e meia baforada.

Alguém estava falando comigo....

mas quem era? Não era a minha mãe. 

-Moça? eeeei! Moça? Você.... você está bem? - falou uma voz ficando mais nítida na minha cabeça. 

Não sabia identificar....

quem era a voz? 

-Moça? Moça? Moça? Você.....aí meu Deus! Diga que não morreu! Diga que não morreu! Moça eu não posso ser presa! Não dá, não dá.. - essa voz ficou meia desesperada. 

-Hã?! O-onde que eu estou? - falei e como um tijolo jogando na minha cabeça,a voz da moça e a minha situação veio em cheio. - aaaai minha cabeça! O que aconteceu? - falei ainda atordoada. 

-Ave Maria cheia de graça, virgem santíssima! Graças ao padroeiro dos bons corações você não está morta! Ufa! Aí Deus! Aí meu pai!. garota o que aconteceu com você? Porque estava correndo? - falou a moça mais aliviada mas apressada na voz. 

-Eu... eu precisava de um pouco de ar. - falei tentando me levantar. 

-Deixa eu te ajudar...- ela esticou a mão e eu não correspondi então ela meio que soube -Deus! Você é deficiente não é? - ela disse  com voz doce e gentil. 

Conquistando o InfinitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora