Capítulo 7

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— Nada.

— Isabela...

— Já houve, mas é passado.

— Acho que ele não sabe disso, porque tenho certeza que ele neste momento está planejando mil formas de me matar — seu tom é de brincadeira.

— Ele só late, não morde. — Olho para o André e o vejo soltar-se da garota bruscamente e sair pisando firme. Matheus morde meu lábio inferior lentamente, com um sorriso de lado fala baixo:

— Mas eu sim, quero te morder, e muito.

Continuamos a dançar, coisa que eu nem tinha percebido que estávamos fazendo, e nos beijamos durante um longo tempo, enquanto nossos corpos movem-se no ritmo da música, até a Lolita entrar entre nós dois.

— Preciso da minha amiga um pouco — me puxa pelo braço e me arrasta até o nosso quarto — o que pensa que está fazendo? — Seus olhos são pura fúria.

— Não estou te entendendo. — Cruzo os braços e fico de frente para ela. — Não foi você que me disse para me divertir, sair com outro cara, esquecer o André?

— Foi, eu disse. —Lolita caminha até a janela. Ela estava de costas para mim, ficou pensativa por um tempo, depois vira-se de uma vez para falar. — Quando eu disse isso foi para ver se o André caía na real e acabava com essa doideira de vocês dois, está na cara que ele te ama e já se arrependeu — ela fez uma pausa enquanto eu fico chocada —, e você está usando um cara legal, não podia ser outro... — não deixei que ela terminasse a frase.

— Ei, eu não estou usando ninguém, o Matheus é um cara legal, lindo e atencioso, eu acho que pode dar certo — sua expressão parecia que eu tinha falado que matei alguém e comi no almoço, me fazendo rir.

— Você acabou de sair de um relacionamento de uma década Isabela, ontem mesmo sequei suas lágrimas chorando por causa dele. Como assim pode dar certo com outro?

— Matheus é diferente, estou pela primeira vez muito afim de alguém. — Dou um abraço nela que fica rígida feito um poste. — Fica tranquila, ninguém está usando ninguém — dou um beijo nela e saiu do quarto deixando uma Lolita completamente paralisada.

Nem cheguei a descer as escadas, e fui puxada para um dos quartos.

— Me larga — falo tentando soltar-me de suas mãos que me seguram firme entre seu corpo e a parede. — Você já ficando repetitivo, sabia?

— O que pensa que está fazendo?

— Eu? O que você pensa que está fazendo? — Eu estava tentando inutilmente me soltar de seus braços. — Pensou o quê? Que eu iria ficar a vida toda correndo atrás de você? Pois tenho uma novidade, acabou — falo pausadamente — acabou, eu não quero mais isso, sabe o que eu quero? Você, só que bem longe de mim.

— Já chega, ok? Você venceu, era isso que você queria, vamos pôr um fim nessa besteira. Eu sou o idiota que descobriu que fez uma merda das grandes e está arrependido — ele tenta me beijar e viro o rosto para o outro lado. — Eu sei que você me ama, não pode ter me esquecido assim de ontem para hoje, pois eu nunca deixo de pensar em você um só dia. Eu amo você.

Estou tão confusa, principalmente quando seus lábios se encostam nos meus para um beijo, com certeza se fosse antes eu teria retribuído com muita vontade, se na minha mente não tivesse surgido imagens de todas as vezes que eu o imaginei com outras garotas, inclusive o que vi duas noites atrás me tirando da confusão em que estava. Saí do entorpecimento momentâneo.

— Tem razão, eu não deixei de te amar de repente. — Vi um sorriso se formar em seus lábios, olho bem em seus olhos, respiro fundo. — Foi bem devagar, lentamente. Cada vez que eu chorei por você, cada vez que só me lembrava de você e esquecia-se de mim mesma, morria um pouco do amor que eu sentia por você. — Estava doendo falar essas palavras, mas eu não poderia ser mais um brinquedo que o garotinho mimado achava que tinha perdido e estava ali chorando para ter de volta — Eu. Não. Quero. Mais. Você — falo pausadamente. — Não serei nunca mais o seu brinquedo. Nunca mais.

Mais uma chance - DegustaçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora