Capítulo XIX - O menino e os monstros

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Por que a culpa tem que ser minha? – O olhou fixamente, parando onde costurava o ferimento no ombro dele. – Ah, certo, talvez tenha sido.

Tentou não fazer mais perguntas, ficar longe do drama daqueles dois, mas era difícil, os três sendo colocado constantemente juntos nas missões. Takashi era um Deus na ofensiva, Hisashi era um estrategista nato, Akira sabia como manter os três vivos. Eles eram o time ideal, apesar de constantemente sentir como se eles a vissem como uma outra pessoa, como se ela fosse a substituta de alguém.

Hisashi e Takashi estavam sempre se bicando, desde que os conhecera dentro da comissão, mas nunca havia visto algo tão extremo como aquilo. Por alguns momentos pensou que eles se matariam, o que era algo absurdo em si. Era de conhecimento popular que Takashi era o único que Hisashi realmente ouvia, e que Hisashi era o único com que Takashi se importava.

E ainda assim chegara no meio de uma briga tão brutal que não havia sobrado nada do prédio em que estavam, Takashi havia perdido o controle da maldita quirk. Takashi não perdia controle de nada.

Não respondeu minha pergunta. Tem algum arrependimento?

Ter sido apresentada para vocês dois.

Rude.

A voz dele seria brincalhona, se não o conhecesse já há algum tempo. Ele parecia exausto e triste.

Eu me arrependo de muita coisa. – Ele comentou quietamente, fazendo uma careta quando a agulha passou no segundo corte. Ser jogado como uma boneca de trapos deve ter sido doloroso. – Mas não mudaria nada.

Akira bufou suavemente: Você não faz sentindo algum.

Mudar alguma coisa me tiraria o que eu consegui.

Akira pausou por um segundo antes de continuar. Era raro ver Hisashi com um tom tão sóbrio, sem bancar o lunático que não conseguia calar a boca.

Eu não quero perder a família que eu consegui. – Ele deu uma risada baixa. – Eu faria qualquer coisa. Passaria pelo inferno de novo e de novo e de novo...

Ela não sabia o que falar. Terminou a sutura e limpou o lugar em silêncio. Haviam alugado um quarto em um motel barato e duvidoso, mas Takashi não havia retornado. Havia a ajudado a levar Hisashi desacordado para dentro e dado as costas, sumindo na madrugada.

O que diabos tinha acontecido entre esses dois?

Eu amo os Midoriya. – Hisashi a deixou o ajudar a vestir uma camisa, ainda murmurando, como de costume. – Os Midoriya têm uma terrível sorte, eles sempre atraem os monstros, Akira-chan.

Você não é um monstro, Hisashi.

O homem riu e passou a mão nos olhos.

Pergunte isso ao Takashi. Se Inko souber da verdade...eu não quero perder minha família.

Akira não sabia o fazer. Ela se sentia alerta e confusa.

Hisashi, por que vocês brigaram?

Olhos vermelhos a fitaram de forma calculista. Ela conhecia Hisashi o bastante naquele ponto para saber que ele estava ponderando algo, imaginando o curso de alguma decisão que estava para tomar. Alguma resolução tomava forma.

Eles podiam fingir que ela não havia perguntado e continuar como se nada tivesse acontecido. Aquele segredo morreria ali, Takashi nunca revelaria nada.

A teoria do caosKde žijí příběhy. Začni objevovat