Um tempo com o bandido

Começar do início
                                    

Jeon Jungkook, desde quando isso, garoto? Você é sempre o primeiro a saber, me lembrar, e tudo o mais... Enfim, o que te fez esquecer? O que andou aprontando? — pergunta, acusador.

— Nada.

Sua voz fica fina quando mente.

— Eu não aprontei nada, tá bom? Só estava entretido com a Hwasa, resolvemos algumas coisas. Ela literalmente virou minha sombra e me chamou pra fazer tudo quanto é tipo de coisa no fim de semana inteiro.

Eu nem tive tempo de ensaiar um pouco, ficar em casa estava sendo uma maluquice.

Hm... Se você diz. Enfim, você ficou bem depois daquele dia?

— Fiquei. — Mexo com o indicador na escrivaninha. — Não foi nada demais.

E o Park? Tentou alguma coisa? Mensagem, ligação?

Não, bem pior.

— Nadinha.

É um cafajeste mesmo. Se você quiser, a gente pode descobrir com quem ele vai sair!

— Ah... — Aquilo era uma vergonha que eu podia guardar para mim mesmo. — Taehyung, esquece isso, tá?

Como esquecer? Ele estava tentando te pegar e, de repente, tem um encontro?

— Taehyung, eu sei que nós fazemos o Park de gato e sapato na nossa imaginação.

Eu não.

— Tá! Eu faço, tá bom pra você? Mas ele... Eu não sei o que pensar. Ele não parece ser ruim.

Jungkook, você tem uma lista de coisas suspeitas que esse energúmeno fez, e agora ele é o santo?

— Energúmeno nem cabe nessa frase. A questão, Taehyung, é que eu não vou cair na lábia dele. — Mentira. — Não de novo. — Mentira.

Não mesmo?

— N-não... Mas eu não quero que ele seja meu inimigo. Primeiro, porque o grupo de estudos com ele e os caras é legal; segundo, porque nós sete formamos um grupo. Desarticulado e estranho, mas um grupo.

Dê um motivo mais forte.

— Se a gente não ajudar, eles podem quebrar a nossa cara.

Não é que me convenceu? — Ri, negando com a cabeça.

— Enfim, quero viver esse último ano como se fosse o último.

É o último.

— Uhum. Mas... uma dúvida: e você e o ruivo do mal?

Eu e quem?

— Você e o Hoseok.

Jungkook, a ligação tá cortando. Shh, Shh.

— Se você ficar cuspindo assim no meu ouvido, eu vou te bloquear. Não quer falar, não fala.

Não tenho nada pra falar agora. Ah, lembrei o que ia falar.

— E o que é? — pergunto, quase impaciente por causa da enrolação.

A galera da escola. Estão falando sobre coisas nos grupos.

— Uau — falo sem animação.

Sobre aquele cara na quadra, do terceiro E, que te jogou a bola de futebol na fuça. Ele tá pianinho. Parece que o Park deu um chega pra lá nele. Não foi muita coisa, ameaçou deletar a família dele ou coisa do tipo.

De pernas pro ar | REPOSTANDO CORRIGIDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora