[4] "Ele me persegue!"

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Boa leitura à todos! ❤️


   

[...]

                    Dei-lhe as costas em imediato à caminho do meu quarto. O meu sono impossibilitava o foco ao que ela iria dizer. Não estava disposta, de fato. Ansiava dormir e que ninguém me impacientasse.

— Não temos o que conversar, Elizabeth. – disse, curta e grossa, enquanto conduzia os meus passos na direção do quarto.

— Temos. Temos, sim! – ela persistiu, fechou a porta da residência e me seguiu. Revirei meus glóbulos oculares quando escutei o som dos seus passos repercutidos no chão de madeira.

Deitei-me na cama e cobri o meu corpo com o auxílio do edredom. Abaixei a máscara de dormir. Naquele instante, era mais viável ignorá-la do que escutá-la falar. Talvez ela decidisse ir embora.

— Primeiro de tudo – a loira iniciou o discurso, obrigando-me a reprimir a minha cólera e bufar semelhante a uma criança de doze anos. — Me desculpa por aquele dia. Eu sei que agi como uma vaca...

— Eu já ouvi isso! – a interrompi durante o momento que ela expunha, num tom de voz trocista. 

— E você tem toda razão. Se fosse eu, também não superaria. – ela deu continuidade e me furtou o foco. Retirei a máscara dos meus olhos em seguida, nisso, ela deitou a cabeça em meu ombro da forma que usualmente fazia.

A aparência de Elizabeth encontrava-se langorosa. Todos nós estávamos habituados a um semblante apresentável, elegante e encoberto pela maquiagem que realçava os seus olhos brilhantes. Naquela manhã, ela se apresentava na base de um sobretudo projetado de tricô, seus fios de cabelos loiros presos em um penteado pechoso e o seu rosto desprovido de produtos cujos realçava a sua beleza com deslumbrância. À princípio, não apreendi esses notórios detalhes.

— Se você não sabe, Jughead foi o único cara que me tratou como uma princesa. Os outros garotos só me ridicularizavam. – encarei-a, atenta. Eu não sabia disso. — Eu e o Reggie andamos tendo problemas ultimamente. Ele chega tarde em casa. Muitas vezes, cheirando à álcool. Nós brigamos sempre que ele aparece em casa.

Os seus olhos comovidos exteriorizavam lágrimas prestes à escorrerem pelo rosto alabastrino. Ela aparentou esforçar-se desnecessariamente para reter essa evidente avidez.

— Eu fiquei com raiva porque o seu casamento com Archie é desejável por todos que conheçam vocês dois. Não é justo você querer acabar com tudo por causa de uma condição psicológica. – ela justificou, em meio de lágrimas e soluços. — Eu odeio o fato da minha filha presenciar nas minhas brigas com o Reggie. Eu nunca tive um pai presente, nem uma mãe que me estivesse do meu lado. Ela só me controlava. Não quero que esse fantasma assombre a minha família de novo.

— Alice te ama, Betty. Você é a melhor mãe que ela poderia ter. – acarinhei o ombro dela, enquanto lançava palavras minimamente para reconfortá-la.

— Eu estou fazendo o maior esforço para trabalhar e não ser demitida, para dar o que ela precisa. Do bom e do melhor. – Elizabeth revela através de um murmúrio, soerguendo a sua cabeça.

— E por quê você seria demitida?

— Você não reparou? – ela questionou, no aguardo de respostas. — Eu estou gorda. Mais três quilos e eu estou fora do desfile.

Our Ghosts ⚜ varchie. Where stories live. Discover now