Nathan e Matheus

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Música do capítulo: Get You the Moon, Kina

Nathan era o cara mais gente boa do mundo e se escondia atrás de piadas sem graça. Apesar de ter um lar conturbado e alguns problemas, nunca o vi chorar ou ficar desanimado. E é por isso que eu gostava tanto de estar ligado a ele. Talvez você não saiba, mas sua energia astral acarreta em seu destino. 

Ele sempre se sentiu diferente de outros meninos e fez um blog para relatar suas experiências. Se sentia um pouco culpado por sentir demais. Sentir coisas por garotos parecia errado. 

Até que eu o apresentei o garoto certo. 

Do outro lado do Brasil estava Matheus, um cara tímido, inseguro e que gostava de se esconder atrás de um jogo chamado League of legends, popularmente conhecido como "lolzin". A linguagem humana me perturba um pouco, mas enfim… Matheus nunca havia se interessado por ninguém e muito menos se apaixonado forte. Na verdade, ele não parecia se preocupar muito com isso.

Até que eu o apresentei o garoto certo.

Foi em uma das noites de Lol que os dois se conheceram e eu pude testemunhar meu fio se acendendo pela primeira vez. Porém foi meio frustrante ter toda aquela descarga elétrica durante uma partida de jogo on-line repleta de xingamentos. 

Os dois tiveram uma briga feia dizendo o quanto eram ruins jogando e eu precisei concordar com os dois. Provavelmente, até eu que não tinha mãos, jogaria bem melhor que eles. Inusitadamente, os dois criaram uma amizade boa o suficiente para jogarem juntos todos os dias. 

Porém, Nathan chegou a um ponto em que se viu apaixonado por Matheus e não sabia o que fazer. Por que carambolas Matheus amaria um coração como o de Nathan? Por que carambolas Matheus gostaria de Nathan? E pior, eles nunca haviam se visto além da internet. 

Alguns anos se passaram e os dois não se falavam mais. Não brigaram, apenas não tinha mais assunto. 

Nathan ficou famoso com seu blog secreto e começou a escrever livros. Em um de seus lançamentos, sentiu algo diferente em seu coração, mas não sabia o que era. 

Eu sabia. 

Ao olhar para a fila, precisou piscar algumas vezes, para ter certeza do que estava vendo a sua frente. Matheus estava parado com um exemplar de sua obra em sua mão sorrindo. 

E ali não precisou de mais nada, meu trabalho já estava feito. 

Relatos de um Akai ItoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora