Me apresso em levantar e correr atrás dela, mesmo sem entender nada. Quando chego na porta, Magda já está quase no final da calçada de sua casa. 

— Magda, você está de babydoll! — constato num grito.

— Quem liga? — Ela se vira para mim, fazendo seu cabelo castanho dançar no vento com o movimento. — Anda logo! Ah, tranca a porta e traz minha chave — pede, voltando a andar.

Desisto de tentar entender o que se passa em sua cabeça e faço o que ela manda, logo em seguida corro para tentar alcançá-la. 

Mag é mais baixa do que eu e suas pernas são bem menores que as minhas, mas isso não a impede de dar passos bem maiores que os meus, frustrando minha tentativa de tentar alcançá-la. Eu grito para que ela pare de correr quando a vejo atravessar, me deixando cada vez mais para trás. Quando ela finalmente para, já estamos em frente a pracinha.

O queixo de alguns garotos que estão em cima de suas bicicletas vão quase lá no chão quando Magda passa entre eles e, eu me sinto um cocozinho enquanto ando atrás dela.

Também não é pra menos, o babydoll está marcando todas as suas curvas, deixando sua bunda e seus seios ainda mais grandes.

Eles dão cantadas toscas em Mag do tipo: "Gata, você não é estrada com buraco, mas é um pedaço de mau caminho".

Eu rio de tão ruins que elas são e Magda mostra o dedo do meio para eles o que me faz perceber que o que seja lá o que ela pretende fazer, é sério, pois, se fosse em outro momento, tenho certeza que ela pararia para conseguir o número de celular nem que seja de um deles. 

Até que tem uns bonitinhos. Pena que nenhum deles sequer olhou para mim.

Seria minha chance de sair do zero a zero na virada do ano.

— Onde a gente tá indo, Magda? — pergunto, já cansada de andar. O céu está completamente limpo. Seria um dia perfeito se aqui tivesse praia, mas ao invés disso, o sol só está servindo para me fazer suar e quase derreter meus miolos. 

— Espere e verás! — Ela dá uma risada maquiavélica, me deixando ainda mais intrigada. 

— Droga! — xingo irritada, sentindo o suor escorrer pelas minhas costas.

Não tem nada mais que odeio no mundo do que sair em dias ensolarados assim. Ainda mais se for a pé. Meu sedentarismo não gosta disso.

Eu paro quando volto a prestar atenção no caminho que estamos seguindo. Minhas dúvidas evaporam assim que viramos a esquina e entramos na rua Trindade de Andrade e eu avisto o Flop's. Finalmente entendo tudo. Meu coração acelera no mesmo instante.

— O que você está pensando em fazer, Magda? — Eu a puxo pela mão, a fazendo parar.

— Confia em mim, Luisa, você vai gostar!

— Não, Magda! — Ela me puxa, mas mais uma vez a faço parar. — Quando eu disse que ia amar ver você bater no Rafael eu estava brincando — esclareço. — É só modo de dizer!

— Mas eu não estava brincando. — Mag cruza os braços, parecendo uma criança birrenta.

Eu bufo, pensando em algo que posso dizer para fazê-la desistir dessa ideia.

— Não acredito. Você está com dó dele! — ela acusa.

— Eu não... — Rio num sopro. — Eu não estou com dó dele, tá?! É que... — Bufo, sem saber o que dizer. — Antes do natal, ele me ligou e a gente conversou um tempão e...

— Você o quê? — ela praticamente grita, como se eu tivesse contado que cometi um crime. — Pelo amor de Deus, você nunca ouviu falar nas regras da Dua Lipa?

Como não se apaixonar Where stories live. Discover now