Capítulo 25

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Mano Mau e Breck estão entocados em cima do prédio Uzer-soud Plaza adaptado, onde assistem putos da vida a multidão de progressistas selvagens presentes à Av. Paulista, para os protestos contra a suposta matéria 'fake news' da revista A Verdade. #RecuseAVerdade #VerdadeNão #DesconfieDaVerdade #DigaNãoAVerdade #AVerdadeÉFake

- Ah lá, Breck... Os nóia ficaram dois dias falando merda na TV, só pra juntar a tropa de monstros deles na nossa quebrada! Não gosto do clima de festa! É a cegueira deles que está fudendo a base!

- Coé, neguinho, coé... Muito playboy junto na rua aí. Esses caras iam matar geral na base. Se o Cotia não manda o papo na moral, fodeu! Uhuhu há!

- Deixa eles... Hoje a gente vai limpar a base, só que dessa vez é por cima.

- Se liga, o Lobo tá rastreando o DH (Drone Híbrido – Terra e Ar) do Villas Boas, ele vai avisar na Tesla, só esperar.

- Isso aí, é esse monstro mesmo que eu quero.

- Alô, Kamikazes da base, Pai Dória falando, Câmbio...– Breck abre a tela e assiste com Mau.

- Fala aê, Lobo Dória, Mau e Breck na escuta. Cadê o pai dos monstros? – Quis saber Mano Mau.

- Podem se preparar, meus amigos, o paumolescente mor da bicharada do dendê vai passar bem pertinho de vocês para aterrissar no palco progressista, que nem papai Noel, coisa cafonérrima, né... então, em dois minutos ele tá chegando aí, fiquem ligados.

- É NOIS!!

Breck colocou a música deles pra tocar no TeslaSound, Mau conferiu o material embaixo da camisa, a mensagem holograma 48 horas, a corda lagartixa na cintura, para grudar com mais facilidade em qualquer superfície, e as facas afiadas de sempre, para não perder o costume humano. Ele e Breck se ajoelham um de frente para o outro, cumprindo o último ritual Kung Fu Kamikaze de Mau, ambos pegam faixas vermelhas, amarram na testa, como antigos guerreiros. As faixas estilo kung fu de cada um contém a mesma mensagem, com letras brancas garrafais: FODA-SE!

No palco PPA montado na base, pela primeira vez desde 2035, Dany Ita levanta a multidão progressista cantando seu sucesso de 2032, Flor de Tiroteio (a flor dessa flutuante sou eu, bang, bang!), enquanto bandeiras Stanianas são agitadas por transmutantes que vieram com caravanas do coletivo intelectual UPE do Brasil inteiro. Em cima do palco, em um estúdio flutuante de proximidade, que permite aos apresentadores a falsa interação com o público da base, feita apenas por tchauzinhos e beijos a distância, seguros na cúpula protetora transparente, estão Augusta Beretta, Camilo Xerxes, e a convidada de honra para participar da cobertura no estúdio, jornalista Monica Jardim, do Jornal Estado Azul.

- Olha a gente aqui no estúdio de proximidade, no meio da base, sentindo a energia dessa juventude maravilhosa aqui na Paulista!! E eu adoooooooro a pizza encapsulada de São Paulo! Temos aqui conosco a queridíssima, linda, expert em democracia e suas ameaças, minha amiga de colégio, acredita?! Monica Jardim, do jornal Estado Azul, muito obrigado pela presença aqui no estúdio, querida.

- Imagina, eu que agradeço! Todo o esforço que nós pudermos fazer para derrotar de vez o vírus conservador da violência fascista é bem-vindo. Basta ver a quantidade de jovens que vieram espontaneamente hoje lutar pelos seus direitos, e mais até, por suas próprias vidas. Porque quem mata um vírus protege um sistema integrado inteiro.

- Então é Ultra neles hoje! ADOOOOOOOOOOORO A ULTRA!! E tenho comigo ao meu lado ele, sempre ele, o meu amado e inseparável Camilo Xerxes. Que já tá chorando emocionado aqui que eu tô vendo – Aponta o dedo empolgada, sorriso largo e nervoso, o mesmo de sempre, todos os dias.

A Revolução dos Animais TransmutantesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora