Capítulo 2

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 Na verdade, o mundo lá fora não ficara tão impressionado com a tese de Dr. Quintanilha. Recentemente, nos porões científicos militares, e também no universo oculto, onde ocorrem experiências patrocinadas e bilionárias com seres humanos em laboratórios secretos, ficaram sabendo de consideráveis avanços aqui no Brasil com certo Homem Golfinho.

Publicado na revista A Verdade:

Reginaldo Aguiar, bem antes do Homem Golfinho.

Texto Jornalista Mateus Brasil

Desde pequeno, ele nunca se sentiu um ser humano igual aos outros. Ocorre que Reginaldo tinha dificuldade nas ações básicas: andar com as duas pernas, usar corretamente as mãos, os braços... mastigar a comida, engolir... Isso não ocorria quando a comida era peixe, é verdade. Mas até mesmo o leite materno, antes que o menino pudesse falar ou expressar seus sentimentos, já causava certa repulsa nas papilas gustativas. Aos seis, sete anos de idade, Reginaldo nutria verdadeira paixão por golfinhos. Qualquer imagem de golfinhos em filme ou programa de TV fascinava o menino Reginaldo. Ele falava para a mãe: "E se eu pudesse nadar com os golfinhos, mamãe?". Sua mãe, claro, percebeu que o menino gostava de praia, dos animais marinhos. Colocou-o primeiro na natação, depois, incentivou-o, levando-o mais vezes à praia. O menino ficava feliz, elétrico em sua alegria aquática... e logo que chegava, após passar protetor solar no corpo, começava a imitar golfinho. Ali, no início da grande aventura oceânica, na espuma branca que corria na areia, enquanto as marolinhas quebravam sucessivas vezes molhando os pés, ele batia com os dois bracinhos ao lado do corpo, como nadadeiras, e imitava aquele som tão específico dos golfinhos tentando falar com eles – há muito tempo sabe-se que esses simpáticos cetáceos "conversam" entre si e têm um vocabulário com mais de 15 mil "palavras". Mas, aos humanos que assistiam curiosos em volta dele naqueles dias felizes de sol, o menino Reginaldo só fazia "ihc, ihc, ihc", enquanto batia os braços ridiculamente junto ao corpo, dando pulinhos na ponta dos pés.

Esse foi o ponto inicial de um ser humano que sonhara em ser golfinho.  

A Revolução dos Animais TransmutantesWhere stories live. Discover now