A Sombra

Tudo está perdido?

- Será que está tudo perdido Lino? Como pegar a sombra que está com a bruxa, chegar perto dela seria suicídio!

- Calma Marta, eu acho que tenho a solução! Lembra que o Felipe vivia falando que tinha um tio que estudava mitologia, mediunismo, e essas coisas de magia? Aquele magricela que a gente visitou com o Felipe uma vez e ele me deu aquele tabuleiro de conversa com espíritos, mas pediu para não contar que foi ele que deu, porque o Felipe estava doido para ter, mas ele tinha medo do Felipe, desafiador do jeito que é, brincasse indevidamente com o tabuleiro?

- Que que tem ele?

- Ele deve saber o que está acontecendo! Ele já estudou vários anos esse assunto para saber o que esta acontecendo!

- Tudo bem então, já que você acha.

***

Lino e Marta foram até a casa do tio magricela de Felipe, que também era meio fora do mundo, sempre dentro de sua estranha casa fazendo não se sabe o que, a casa era preta e tinha muitos gatos no jardim, tinha um ar tenebroso, mas ao mesmo tempo era uma casa normal, mesmo tendo livros jogados por todo lado e um leve tom do século XV.

Chegando lá eles bateram palmas em frente ao portão negro e aparentemente antigo da casa do Tio de Felipe e esperaram alguém sair da casa para atendê-los, e antes da terceira palmada, um homem alto e extremamente magro de cabelos negros até os ombros e olhos verdes parecidos com os de seus gatos apareceu á frente deles já falando:

- Ola, meus amiguinhos o que fazem aqui? Ainda é tão cedo, oito e meia! Eu nem acordei direito, ah, é mesmo, eu não dormi hoje. – Disse o tio estranho abrindo o portão e levando-os para dentro de sua casa bizarra. – Precisam de minha ajuda para algo, sempre estou disposto a ajudar causas nobres.

Marta e Lino pensaram até em correr, o tio estranho era muito estranho para eles.

Então Lino tomou a iniciativa:

- Precisamos da sua ajuda sim... Qual é seu nome mesmo?

O tio olhou para ele com cara de desconcerto:

- Ow, sim meu querido, esqueci totalmente, que tipo de pessoa não diz o próprio nome ás visitas? – E fez uma reverência de classe tão fina quanto seu próprio ser – Meu nome é Rubyn Marquês Drematurco, mas podem me chamar somente de tio Marquês.

Lino nunca tinha ouvido um nome assim, mas aceitou:

- Então , "tio Marquês", precisamos da sua ajuda.

- Minha ajuda? – Respondeu o tio pasmo – Porque precisariam da minha ajuda? Sou somente um tio, no que poderia ajudá-los?

- Você que estudou, mitologia, magia pesquisou causas e etc, deve acreditar no que vamos falar.

- O que é tão estranho crianças? Falem logo pra eu poder me assustar .- Respondeu o tio com aquela cara pálida de sempre e um sorriso mal feito na boca.

- Bem, o Felipe, a avó dele morreu...

- Sim, minha querida mãezinha, que Deus a tenha...- respondeu o tio olhando para o teto por uns segundos. – Prossigam por favor.

- Erm... Era ela que cuidava de Felipe, porque a mãe dele trabalhava fora o dia inteiro, e quando ela morreu, bem, Felipe ficou muito depressivo...

- Meu sobrinho? Ninguém me disse, crianças, o que aconteceu após isso? Vão direto ao assunto!

- Bem, depois disso...Err, Felipe virou uma sombra....

O tio ficou mas pálido que já era e caiu para trás, Marta e Lino ficaram um olhando para a cara do outro e correram para acudi-lo, Marta ficou o abanando com as mãos e disse: