XVI - Barcos de sal

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Todo o homem é culpado do bem que não fez

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Todo o homem é culpado do bem que não fez. - Voltaiere

Steve

Ouvi batidas na porta que me fizeram levantar a cabeça. Chequei o rosto pálido e desacordado de Wanda antes de me levantar. Abri a porta, e o médico fez uma reverência e passou por mim, indo até ela. Abriu a maleta, e a examinou novamente.

Sentei, esperando. Ela vestia uma camisola branca de mangas compridas, os cabelos pousavam arrumados sobre os ombros. Seus olhos estavam celados, não pareciam querer abrir, e sua expressão era perturbada.

Esfreguei os olhos, sentindo o coração apertar por vê-la nessa situação. Era meu dever ter cuidado dela, Bucky e Natasha deixaram o que eles mais amam em minhas mãos e ela foi encontrada convulsionando de madrugada.

- Isso é bom. - O médico grisalho murmurou.

- O que?

- Não parece haver fatores anormais em seu sistema, nenhum veneno, não me parece ser doença grave. Minha hipótese foi que ela se levantou passando mal, algo como gripe forte, febre, sinusite, e se feriu no escuro. A febre junto com o susto desencadeou uma convulsão. - Ele se levantou, cobrindo-a. - Sua temperatura está alta mas melhor. Mas parece que... Ela entrou em coma.

- Em coma? - indaguei, encarando-o.

- Sim. Para se recuperar.

Suspirei, jogando o corpo para trás de frustração. Me sentia tão impotente.

- Ela vai acordar?

- Impossível saber. Se acordar, vai ser no tempo do organismo dela.

"Se" acordar.

- O melhor a se fazer é monitorá-la, temperatura, manter um nível bom de nutrientes, manter a princesa confortavel e rezar.

Assenti, olhando para seu rosto mais uma vez.

- Me deixe entrar! - Alguém gritou lá fora. Franzi o cenho, começando a ouvir argumentação dos soldados, mas rapidamente imaginei quem poderia estar fazendo escândalo.

- Melhor você sair.

O médico juntou suas coisas rapidamente, me seguindo até a porta, que em seguida eu abri.

- Até que enfim! Que direito você acha que tem de me proibir de vê-la?

- Se eu deixar você entrar, para de gritar, Bevvan? - cruzei os braços, e ele soltou um suspiro incontente.

Ajeitou a roupa, e passou por mim.
Fechei a porta e observei ele analisá-la. Não como um irmão analisa a irmã, mas como se estivesse de cara com um desconhecido cujo não tem nenhuma empatia.

- Ela está morta?

- Não.

- Oh. - Ele resmungou e eu revirei os olhos. - Vai morrer?

Castle - Parte IWhere stories live. Discover now