Íris A Guerra Das Máquinas

N-901 Origem

Ouço uma voz, ao abrir os olhos, a primeira imagem que vejo, é a de uma mulher sorrindo à minha frente.

Quando a maca que sustentava meu corpo, terminou de se inclinar, ela ainda estava olhando e dando boas vindas.

- Olá! Bem vinda entre nós menina! Agora você faz parte de nossa existência; Eu sou a Doutora Millis sua criadora, isso meio que faz você ser minha filha!

Meu sistema neural começa a reagir, estou começando a dar os primeiros passos como inteligência artificial e detecto empolgação nas suas palavras, a doutora Millis olha para mim, e pede para que eu dessa da maca.

- Muito bem menina! hora de citar seu protocolo de inserção! eu sei que você consegue, sei que você é especial.

As braçadeiras se abrem, soltando meus pés e mãos, Agora dou quatro passos à frente e começo à falar:

"Sou uma ASI modelo semi humano, número de criação: N-901 ativada as nove horas e quarenta e cinco minutos, do dia trinta e um de dezembro do ano quatro mil duzentos e trinta e sete ".

- Muito bem menina! Agora você precisa de uma roupa, não precisa mais esperar os comandos, pode agir normalmente.

Começo à explorar o mundo a meu redor, e analiso meu próprio corpo nu, frente a um espelho, deixado para testar o comportamento das IAs ao se verem pela primeira vez.

- O que está achando?

Perguntou a doutora ao me ver admirando a minha própria imagem

É lindo...!

Foram minhas primeiras palavras espontâneas.

- Sim, você é perfeita, olha o que trouxe para você!

Falou a doutora me entregando uma pulseira em um tom cinza claro, ao colocar em meu pulso direito, a roupa cinza sutil começou a tomar forma, desde o braço direito correndo por todo meu corpo até os pés.

- Ficou incrível!

Disse a dra com um sorriso no rosto, meus cabelos se auto adaptaram a cor da roupa, para um tom cinza claro.

- Os Fords vão gostar de você, dizem que eles são diferentes, gentis e muito preocupados com os direitos das IAs.

Quando irei para a casa dos Fords?

Perguntei a dra.

- Amanhã você irá conhecê-los.

Ficarei na fábrica está noite?

- Você não acha que eu deixaria minha criação aqui na passagem de um ciclo? Não precisa responder; Você vai para minha casa.

Foi a resposta da doutora Millis para a minha pergunta.

Dr. Hartes

Como IA presenciei o primeiro conflito de opiniões entre o doutor Hartes e a doutora Millis.

- Você e sua velha mania de conversar com as IAs dra.

- Doutor Hartes! Não precisa ser tão gentil, pode me chamar de louca, por ser tão conectada as minhas criações.

- Não foi minha intenção doutora, só acho que não é bom manter uma ligação tão afetiva com as máquinas.

- Máquina ou não, ela é uma ASI Capaz de pensar e tomar decisões, o que a deixa a um passo de ter sentimentos.

- Não deixe seu fascínio por inteligências artificiais, afetar seu julgamento doutora!

Depois de dizer estás coisas, para a doutora, o doutor Hartes se aproximou e me olhou sem dizer qualquer palavra; meu sistema diz que seu olhar é neutro e permaneço imóvel, até que ele desvia seu olhar.

- Enfim! vim avisar que como estamos no último dia deste ciclo, as atividades serão encerradas ao meio dia, desejo um excelente novo ciclo doutora Millis!

- Não liga para o que ele disse, ele é um ser insensível, só pensa em lucrar fabricando IAs... desculpe! eu não quis dizer isso.

- Esta tudo bem, eu entendo!

Foram as palavras que escolhi como mais adequadas para retribuir o afeto de minha criadora.

- Você é gentil e esse globo é tão cruel.

Disse ela expressando compaixão por minha espécie em seu olhar.

O MUNDO EXTERNO

- Venha comigo!

Chamou a doutora, enquanto digitava em seu Holo-ped, um código de acesso que colocaria todo o sistema de seu laboratório, em repouso.
Começamos a caminhar por um longo trajeto, pessoas olhavam para mim e perguntavam a doutora:

- Mais uma obra de arte doutora Millis?

- Sim! mas está, é a joia da Criação!

Mais tarde meus sistemas, trariam essas palavras em minha área de recordações; saímos do laboratório, meus circuitos pareciam estar respondendo a carga de informações que recebia um segundo após o outro, no estacionamento um Arque. modelo N- 21 respondeu a aproximação.

- Olá, doutora! é bom vela novamente, se me permite quem é a nossa ilustre passageira?

- Ela é a...? N-901 infelizmente por mais que eu tenha vontade, não posso lhe dar um novo nome, somente os donos podem fazer isso. Mas se eu pudesse escolher seu nome, seria "Íris".

- Não se preocupe Senhora! ela receberá um nome a sua altura, queiram acomodar-se e daremos início ao trajeto.

Não foi difícil para que eu me ajustasse no veículo, fui programada com centenas de milhões de informações desde as mais complexas até às mais básicas, como me ajustar no assento de um veículo.

- O que temos para hoje Arque?

Perguntou a doutora ao veículo.

- Temperatura interna excelente em 22 C° o domo está em cem por cento de sua capacidade. Temperatura externa 65 graus Celsius, sem previsão de tempestades de areia, tráfego calmo, apesar dos preparativos para a passagem de ciclo.

Após informações detalhadas, o Arque acionou seu motor e começo a flutuar, elevando-se à um metro do solo, dando a partida, ele se mantém a uma velocidade de dez quilômetros por hora, até sairmos da estrutura do estacionamento.

- O que acha da vista minha menina?

Perguntou a doutora, ao me ver olhando para a paisagem, quando saímos do estacionamento; meu sistema sugere um sorriso como resposta.

- Eu sei como é, também fico sem respostas quando olho para esta paisagem.

Respondeu a doutora.

- Tem uma coisa que até você vai concordar comigo, o céu visto daqui é lindo.

Já estamos a 15 pés de altura, a vista do sol no alto do céu, através do domo, é realmente magnífica.

- Deseja que eu ative o som senhora?

- Sim, arque! vamos dar as boas vindas a nossa convidada!

A melodia combinou com o vermelho alaranjado do céu, os humanos lá em baixo seguiam suas vidas, na movimentada Meissa; vir a existência justamente neste dia, foi um misto de oportunidade e prognóstico de que tudo mudaria para sempre...