CAPÍTULO VINTE E SETE - DIAN

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— Por Airmid, o seu braço está dilacerado.

— Mayo o que você está fazendo aqui? — Esbravejei.

— Isolda e Hardy estão mortos. Eles-eles… Pela Mãe Abnegada, o seu braço precisa… Pelos Deuses.

— Mayo, preste atenção. Você precisa ficar calma. Cure o meu braço o mais rápido possível, reconstrua os músculos e nervos.

— Tudo bem! — Concorda com os olhos arregalados na luta.

Morgana invoca um escudo que trincou no momento que Thuam golpeou. Minha Escolhida desviou, ficando em posição de defesa, apenas protegendo-se dos ataques do Rei dos Mortos. 
O que você está esperando? Use a sua magia, use o seu poder. E como se lesse meus pensamentos minha Escolhida de Alma explodiu como uma noite sem fim. 
Thuam pulou para trás protegendo-se do poder estrondoso que emergia da fêmea. 
Neste instante uma lança voou na direção do Rei, meu Sangue gelou quando Thuam desviou, fazendo a lança ficar-se em uma imensa coluna dourada. 
Azrael surgiu com sua lança tão rápido, quase surpreendendo o Rei.

— Anjo da Morte. — Trovejou Thuam. — Trouxe um presentinho do Morfeu? A lança de Kei, estava pensando em roubá-la. Você me poupou de um grande trabalho.

A lança de Kei?
Olhei para a arma enterrada na coluna, ela tinha um bastão dourado, com uma longa haste que é rematada com uma lâmina em formato de um machado. Uma arma majestosa que não deveria estar no Mundo dos Mortos, como Azrael conseguiu pegá-la?

— Entregue a criança, Thuam.

— Diga-me... — O Rei dos Mortos recuou dois passos, analisando o Anjo Negro a sua frente. — Qual é nome do Deus que você segue?

Ele nunca vai dizer. Azrael não faz parte do nosso Mundo. Ele está aqui em uma missão, ele seguiu as linhas do destino sem mudá-las e principalmente sem passar por cima das ordens do Deus que ele segue e venera como criador de todos os Mundos.

— Chega de conversinhas.

Azrael avançou sem medo dos espíritos que voaram na sua direção. Morgana seguiu o Anjo da Morte, ficando na retaguarda. 
Era uma luta ágil e mortal, espadas, adagas e espíritos chocam fazendo o salão estremecer. 

— É tudo que consigo fazer. — Disse Mayo, imediatamente levantei-me, correndo até a lança. Pai, eu não faço ideia no que estava pensando quando entregou a Lança de Kei para o Anjo da Morte, mas obrigado. 
Deixei esses pensamentos voar como pássaros livres. Na esperança que um dia chegassem até minha família no Reino de Chamber. Espero um dia revê-los. 
Avancei no oponente, empunhando a Lança de Kei com braço esquerdo. Vou poupar o direito por alguns minutos. 
Thuam tinha um poder sobrenatural. Seus demônios e entidades o protegiam de qualquer golpe fatal, mesmo quando Azrael disparou uma onda de poder sombrio contra o Rei, ele não caiu.

— Divertido; — ele gargalhou no momento que Morgana atacou rápido e ferozmente, acertando um soco no queixo do Rei. — Minha filha, não nega seu sangue.

— Morra…

— Tsc, Tsc. O Rei dos Mortos não morre. Ele é o Deus mais soberano. Sou invencível, minha criança.

Ele está brincando, Thuam está se divertindo com nossos esforços. Ele não demonstra nenhum sinal de fraqueza ou cansaço. O seu poder fica mais estrondoso a cada ataque, é inacreditável.

— É só isso? — Disse mostrando os dentes. — Um Anjo da Morte, a Senhora da Penitência e o Príncipe de Chamber não conseguem vencer um Rei Soberano?

Azrael estremeceu de raiva. 
Tem alguma coisa errada, Thuam está muito tranquilo. Ele… Uma brisa fria e estranha bateu no meu rosto, fazendo-me olhar para o céu aberto do salão. 
Que os Deuses nos ajude. 
Era uma legião de demônios voando na nossa direção, despencando do céu como uma avalanche negra.

— Última chance, Príncipe. A escolha é sua.
 
— Que Deusa mãe nos proteja. — Morgana invoca seu poder, chamas negras percorrem até seu antebraço.

Olhei para trás, procurando minha Escolhida de Sangue. Mayo observava o céu com o rosto pálido, lágrimas desciam por suas bochechas. Então percebo um comportamento estranho dos espíritos que cercam Thuam. Eles não se aproximam da Curandeira, os espíritos não tentam atacá-la. 
Luz afugenta a escuridão. 
Não conseguimos vencer Thuam porque ele alimenta-se do nosso poder, ele alimenta-se das trevas, do medo e da própria escuridão. Nossa magia profana aumenta a existência de espíritos obsessores e entidades demoníacas. Agora está fazendo sentindo, como vencer um ser que se fortalece com nossa própria magia? 
Luz afugenta a escuridão. 
Essas palavras soavam na minha cabeça repetidamente. A imagem da Rainha de Chamber chegou na minha mente. 
Os cabelos acobreados, o sorriso doce e as palavras de carinho e amor. Tudo em minha mãe é luz, harmonia e bondade. Ela transmite a luz de Airmid no nosso Mundo, ela está aqui para expressar a bondade e salvar os humanos e imortais com seu belíssimo poder. 
Ela faz parte da minha vida. 
E eu faço parte da dela.
Não posso me esquecer que nasci da Curandeira que ama o dom da vida. 
A Curandeira abençoada por Airmid deu a luz a um bebê que cresceu rodeado de amor e sente a mesma compaixão por seu povo. Que pode transmitir mesma bondade, porque eu sou filho de Yasmine Airmeithy. 
Filha da Deusa Airmid.
Eu sou o filho delas, eu também sou a luz. 




Dian - O Príncipe Dos MortosWhere stories live. Discover now