O Baile · 06

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Devido aos imprevistos que aconteceu nas terras da Arquiduquesa, voltei para casa mais tarde do que eu imaginava, há um dia para o baile. Como esse era um evento mais importante para minha mãe eu que para mim, eu sabia que não iria ter muito trabalho com os preparativos. ⠀
— Mãe? – a encontro no meu quarto organizando as opções que eu tinha
— Chegou na hora certa, porém tarde.
— Desculpe tive imprevistos.
— Tudo bem, qual desses sapatos está aí seu agrado?
— Não vai me perguntar como fui com a Arquiduquesa Alexandra?
— Arquiduquesa? Se ela valorizasse esse cargo todos a chamaria assim.
— É o que ela é mãe, ela deve ser chamada assim.
— É uma questão de merecimento, o Conrado ainda é um Grão Duque mas todos os identifica como Príncipe Herdeiro.
— Eu pensava que as leis eram mais importante para a senhora.
— Você é importante para mim, mais do que qualquer outra coisa.
— Por favor, deixe-me sozinha. Estou exausta por causa da viagem, preciso descansar para estar presente amanhã.
— Tudo bem querida.

Não tive dificuldade para dormir, como havia dito estava muito cansada. Durante o meu descanso sonhei com o baile, preocupada com a decisão que a arquiduquesa iria tomar. ⠀⠀⠀
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Logo cedo os empregados estavam empenhados para minha presença no baile. O que não era importante para mim, era o mais esperado por todos. Um lindo vestido estava exposto no quarto, por um momento fiquei deslumbrada. Era óbvio que a minha família não tinha condições de pagar por algo tão​ belo. ⠀
— Você sem dúvidas será a mais bela do baile. – disse a ama ao me vestir
— Não consigo entender o porque da mamãe fazer tantos esforços.
— Não deveria ter essas dificuldades, ela só quer o melhor pra você. ⠀
— Com esse vestido não ficarei surpresa se ela me disser que teve que vender uma de nossas propriedades para isso.
— Por quem mais seria? – pergunto assustada
— Sua mãe não ficaria contente se eu contasse.
— Ela não precisa saber que você me contou. Vamos ama, diga quem foi o responsável por um gasto tão exagerado.
— Não se preocupe com o valor desse vestido, o Rei não é o tipo de pessoa que precisa fazer economias.
— O Rei? Aquele que governa a nação?
— Apesar do Conrado ser um sucessor, ele ainda não é Rei. Então sim, o Rei que governa a nação lhe presenteou com esse lindo vestido.
— Por que ele faria isso?
— Eu também não sei, milady.
— Onde está meus pais?
— Fui orientada a cuidar com que você chegue no baile. Disseram que encontraria com você lá.
— Tudo bem.

Tentei encontrar uma resposta plausível para o presente que havia recebido, não havia nada que explicasse a atitude do Rei. Além de jamais ter o encontrado, nunca soube nada dele mais do que precisava saber. Acredito que sou a pessoa que menos sabe a respeito dele. Queria perguntar a minha mãe sobre isso, mas a ama ficaria em apuros se eu fizesse. Sem contar que não a vir desde que acordei. Provavelmente era a vez dela se empenhar na sua própria arrumação.

Fiquei tão concentrada nisso que esqueci que o Conrado viria me buscar. Ele estava tão lindo quanto​ me deixou, quando era criança. Seus olhos esverdeados brilhava acompanhado de uma expressão firme e confiável. O cabelo estava um pouco úmido, o que transmitia um certo frescor. Ele estava vestido em um tom azul marinho coberto de detalhes dourados feito a mão. Mesmo tentando evitar, não conseguir parar de admira-lo. Conrado era extremamente bonito, sem exageros.
— Você não tem ideia do quanto está bela. – ele estendeu a mão para mim timidamente
— Obrigado por me acompanhar. – agradeci sem saber o que dizer
— Isso será mais fácil com alguém conhecido ao seu lado.⠀
— Um conhecido não tão conhecido assim. ⠀⠀
— Teremos a noite toda para nos conhecermos novamente. Vamos?
— Por Favor.
— Seus pais já foram?
— Acredito que sim.
Mesmo tentando eu não conseguia enxergar o Conrado como ele era antes. Tudo havia mudado, ele era para mim uma página em branco, um desconhecido. ⠀
— Perdoe me. Como pude esquecer de perguntar como você está se sentindo? – Conrado interferiu o silêncio
— Não há que se desculpar, já estou bem melhor.
— E sua viagem, foi bem sucedida?
— Saberei assim que chegar no baile.
— Eu também estou bem Catalina, apesar de que percebi algo que me preocupa um pouco. – ele disse sem que eu perguntasse
— Eu sim lhe devo desculpas, deveria ter correspondido ao seu bem estar. Por favor compartilhe comigo o que te preocupa.
— Percebi que estou a tornando infeliz.
— De forma alguma.
— Você não queria vir ao baile comigo.
— Conrado, a verdade é que eu não queria vir. Nem com a sua companhia, nem com a de ninguém.
— Me sinto aliviado em saber que o problema é o fato de você não querer ir ao baile, por um momento pensei que o problema era a minha companhia.
— Não há alguém ocupando meu coração. – o olhei fixamente, logo meu rosto ficou corado e desviei o olhar
— Acho que chegamos. – Conrado me ajudou a descer dá charrete ⠀⠀
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Ao entrar acompanhada do Conrado muitos me olhavam com desprezo. Ele era desejado não só pelas moças, como também pelos pais dela. Conrado era encarado como o pretendente e o genro perfeito. ⠀
— Sinta-se privilegiada. É o seu primeiro baile e você conseguiu trazer a Arquiduquesa e ainda tem a presença do Rei que não frequenta a este evento por anos. – disse Conrado
— Ela veio! – respondi alegremente – Com licença, espero que entenda que tenho que ir fazer companhia a ela no momento.
— Por favor vá, talvez você seja a única que irá se dirigir a ela está noite.

A caminho dá arquiduquesa avistei o Rei me olhando seriamente. Mesmo sabendo que ele foi o responsável pelo vestido, não poderia perguntar o porquê antes de encontrar com os meus pais. Mesmo sozinha, a Arquiduquesa não estava desanimada, ela se mantinha elegante e refinada.
— Que bom te ver. – a abraçei satisfeita
— Como poderia dizer não após ter arriscado a sua vida imprudentemente. ⠀
— O risco valeu apena já que está aqui. E o Grão Duque, ele veio?
— Lorenzo não tem o mesmo ponto de vista que o meu. Apesar de estar por perto ele se recusa a comparecer ao baile. ⠀
— Tudo bem. Pelo menos agora tenho seis meses para encontrar algo para intervir este casamento.
— Ou para se preparar com essa ideia de que será uma mulher casada. Vir você com o jovem Conrado, não parece que se casar com ele é uma ideia tão absurda assim.
— Não se engane com o que ver.
— Acho que a senhorita deveria ir conversar com seus pais, em especial sua mãe tem me olhada com ar de insatisfação.
— Com licença, eu queria mesmo falar com ela. Nos vemos após o debute.

Quem matou o Rei?Where stories live. Discover now