Capítulo 4

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Dias de novos capítulos: quarta e domingo.

***

-Isso é destino cara. Destino! Como você se interessa por uma pessoa desconhecida e algumas horas a encontra, e ela ainda é próxima de uma pessoa próxima a você! DESTINO!- Victor grita agitado dentro do carro, e eu abro um sorriso.

-É, quem sabe. Só sei que me interessei no primeiro olhar que mandei a ela. Essa noite vai ser boa.- Digo e Victor concorda.

Achamos uma vaga para estacionar, e seguimos em direção a balada, onde as meninas estão na fila para entrar, nos aguardando. Quando chegamos, cravo meus olhos na morena da livraria, mas percebo que ela está me evitando. Entramos no recinto e as meninas correm para o bar.

-Meninas, temos umas recordações desse lugar, principalmente daquele banheiro ali.- Marcela aponta para onde fica o banheiro feminino.

-Quem diria que quase depois de dois anos, estaríamos aqui de novo.- A menina que acompanhava Marcela e a moça da livraria por quem eu estava fissurado diz.

-Se você tivesse ido falar comigo aquela noite, iria saber que tudo não passou de um desentendimento, né, Mah? Não teríamos passado um ano longe um do outro.- Victor abraça Marcela por trás, que faz careta.

-O ciúme falou alto, mas aquela noite me trouxe três amigos incríveis! Cecília, Lívia e Levi! Inclusive, tocando no nome do desaparecido, o irmão de vocês mandou notícias?- Me surpreendo um pouco, sem deixar parecer, ao saber que as duas são irmãs, pois elas não se parecem muito. Olho para as duas, que fecham a cara.

-Não, aquele irresponsável! Voltou para Porto Rico faz meses e consigo contar nos dedos as vezes que ele ligou para os nossos pais! Faz duas semanas que não manda um oi para ninguém, e, quando mandamos, ele não responde...- A menina da livraria comenta, transparecendo sua tristeza. Sua irmã a abraça pelos ombros, a confortando.

-Calma, Ceci.- Fico satisfeito ao saber seu nome, pois ainda estava em dúvida de quem era Cecília e Lívia entre as duas.- Eu sou a gêmea dele, eu sentiria se acontecesse algo. Você sabe que ele detesta ficar agarrado ao celular sabendo que tem um mundão lá fora pra ele descobrir.

-Sim, Lívia, eu sei, mas isso não quer dizer que ele tem que esquecer que tem uma família.

-Ok, chega desse assunto. Cecília, você sabe que sua irmã está certa. Agora vamos aproveitar o resto da noite.

Após barrar o assunto, Marcela puxa todos nós para a pista de dança. Fico espiando Cecília de longe, e fico hipnotizado em como ela consegue se deixar levar pelo ritmo da música. Deixava o corpo se movimentar, e tenho certeza que eu não estava sendo o único a observá-la. Queria me aproximar, mas sabia que ela estava se divertindo e que iria acabar com sua diversão.

Passado algum tempo, Marcela começa a dançar com Victor, e Lívia é puxada pra dançar com outra mulher, as duas se beijando no meio da pista, ou seja, Cecília, percebendo que estava sozinha, encosta-se e no bar e pede alguma coisa para o garçom, que logo atende seu pedido. Vejo a oportunidade perfeita e chego perto.

-Abandonada pela amiga e pela irmã? Percebi que ela está aproveitando bastante.- Digo, e nós dois olhamos para as duas mulheres, dançando agarradas na pista.

-Pois é. A Mah com seu noivo e a Lívia com alguém, nunca fica sozinha, ama a vida de bissexual. Fico sobrando.

-Ficamos sobrando, afinal, também fui abandonado pelo meu amigo.- Sorrio ao ver seu sorriso, e conversamos durante alguns minutos, enquanto ela bebia uma cerveja e eu um refrigerante.

No tempo em que passamos conversando, descobri que Cecília era a mais velha de cinco irmãos, que o gêmeo da Lívia se mudou para Porto Rico para estudar e se aventurar, morava com segunda mais velha das irmãs a pouco tempo, e que seus dois irmãos mais novos ainda moravam com seus pais. Que amava livros e que a livraria onde trabalhava pertencia a sua família. E a cada palavra que saia de sua boca, eu me encantava cada vez mais com sua pessoa.

Contei a ela que eu era um empresário de uma agência de modelos, que morava no interior, mas que aos treze anos, me mudei pra capital de São Paulo junto com meu pai e meu irmão. Contei também que meu pai voltou para sua cidade natal e que meu irmãozinho ficou, pois sabia que ele já estava acostumado com a cidade grande. Sei que ela percebeu que faltava uma parte da história, mas eu não fazia a mínima questão de contar.

Após algum tempo de conversa, ela fala que vai ao banheiro, e eu, que sou bem esperto, a acompanho. Quando chegamos perto dos sanitários, a puxo e a prendo entre mim e a parede. Ela me olha com os olhos arregalados, mas quando o susto passa, ela me dá um sorriso. Sei que era a minha chance, e eu a aproveitei.

Assim que encostei meus lábios nos seus, senti uma eletricidade dentro de mim que percorria todo o meu corpo, e sei que ela também sentira, pois passava as mãos por meus cabelos e retribuía o beijo na mesma intensidade. E, a partir dali, eu sabia que não tinha mais como escapar.

-Muito feio, venho para um local desses para dançar, me divertir, e tenho que me contentar em ver uma pouca vergonha dessas.- Nos assustamos quando Marcela e Lívia passam por nós, com a noiva do meu amigo dizendo tais palavras. Antes das duas entrarem no banheiro, elas nos olham com um sorriso, e Marcela pisca.- Aproveitem.

Quando elas somem de vista, Cecília diz que vaientrar no banheiro e eu digo que vou procurar Victor, sem antes lhe dar outrobeijo de tirar o folego. Quando vejo que a mesma já entrou no sanitário, vouatrás do meu amigo, com a certeza de que aquele beijo não sairia da minha mentenunca mais.

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⏰ Last updated: Jul 24, 2019 ⏰

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Superações - Série SENTIMENTOS (Livro 1)Where stories live. Discover now