3rd september, 2022.

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London’s Opera House (Londres - Inglaterra)

 “When your legs don’t work like they used to before, and I can't sweep you off of your feet, will your mouth still remember the taste of my love? Will your eyes still smile from your cheeks?

“Quando suas pernas não funcionarem como antes, e eu não conseguir te deixar nas nuvens, sua boca se lembrará do gosto do meu amor? Seus olhos vão sorrir desde suas bochechas?”

Louis estava andando de um lado para o outro em seu camarim. Faltavam poucos minutos para sua apresentação – a última de sua carreira artística – e ele estava à beira de ter um ataque de nervos. Não havia um motivo para se sentir daquela maneira, na realidade, era só que ele apenas estava ansioso, pois sua apresentação significaria o encerramento de uma grande fase de sua vida – e uma de suas grandes paixões que a partir daquele dia começaria a fazer parte de seu passado.

Ele sabia que ainda era novo e não precisava necessariamente parar de dançar – ele ainda tinha apenas trinta anos – mas era que ele achava que já não era tão bom o quanto era antes no que fazia; e que realmente tinha outras prioridades para sua vida a partir daquele momento. Prioridades como sua família.

Esses que o assistiriam na apresentação daquela noite.

Havia decorado os passos, juntamente com as batidas da música e sabia exatamente qual ritmo deveria seguir durante sua apresentação; ele não seria a atração principal, mas seria uma das mais importantes já que todos sabiam que seria a última vez que Louis Tomlinson dançaria artisticamente.

Seria uma pressão e tanto se apresentar naquele dia.

Louis já estava arrumado, por isso decidiu se concentrar em repassar mentalmente os passos que deveria fazer; estava tão acostumado com aquela rotina que era como se ouvisse a música em sua mente e imaginasse uma pré-apresentação. Ele realmente sentiria falta de tudo aquilo.

Estava tão distraído que nem ouviu o barulho da porta se abrindo. A única coisa que sentiu foi um par de braços se enrolando em volta de sua cintura, o abraçando por trás. Ele se rendeu ao toque involuntariamente e ao cheiro tão familiar de seu marido, que ele tanto amava.

Ainda com os olhos fechados, Louis colocou suas mãos sobre as mãos de Harry em sua cintura e se inclinou um pouco mais sobre o corpo do mais novo.

— Nervoso? — Harry perguntou muito próximo à orelha de Louis.

Louis apenas suspirou e balançou a cabeça, acenando levemente. Estava ansioso sim, mas somente a presença de seu marido o acalmava em muitos sentidos. Era como se Harry fosse sua âncora; aquilo que o mantinha forte e firme no chão.

Como se um fosse o lar do outro; um porto seguro.

— Você não precisa se preocupar, Lou. Vai dar tudo certo, você sabe o que tem que fazer lá. Vai ser incrível. — o cacheado depositou um pequeno beijo no pescoço de Louis, sem nenhuma malícia e sim apenas para tranquilizá-lo.

Os dois ficaram em um silêncio confortável – um na presença do outro era a coisa mais confortável do mundo – enquanto Louis continuava a pensar sobre a rotina que apresentaria. Pela última vez.

Não era possível dizer ao certo qual dos dois se movimentou primeiro ou qual deles teve a ideia – era como se os dois pensassem ao mesmo tempo, para falar a verdade – mas, de repente, Louis agora estava virado de frente para Harry, encarando seus olhos verdes que o miravam em resposta. Harry mantinha as mãos nas bochechas de Louis, enquanto o mais velho segurava em sua cintura. Mesmo depois de tantos anos, Louis ainda não estava acostumado – nunca se acostumaria – com o tanto de amor que sentia por Harry e o quanto sentia que era amado em troca.

— Vai dar tudo certo, amor, você vai dar um show e eles nunca vão se esquecer de você e de tudo que você já fez pela dança. — Harry deu um sorriso acolhedor para Louis. — Todos vão amar você...

Algumas marcas de expressão já eram presentes no rosto do rapaz mais novo, por causa de sua idade, mas suas covinhas ainda chamavam a atenção da mesma maneira que chamavam há anos atrás, e Louis se sentia feliz por ter feito parte – e ter sido causa – de boa parte das expressões que o rapaz fizera até ali.

Louis suspirou calmamente, assentindo, recebendo um beijo de Harry; ele apenas uniu seus lábios, mas aquilo serviu para indicar que os dois estavam juntos naquela hora. A cada toque entre suas bocas era possível sentir o “gosto” do amor que um sentia pelo outro. E aquilo era incrível.

Os dois estavam distraídos em seu próprio mundo – faziam isso sempre, sem perceber – e só saíram de transe quando alguém bateu na porta.

“Louis!”

O mais velho reconheceu a voz que estava do outro lado da porta como sendo de Danny, o diretor do espetáculo daquele dia.

— Sim? — Louis falou alto em resposta.

“Você vai ser o próximo, então eles querem que você comece a se preparar perto do palco, okay? Não demora muito, por favor. Vejo você lá.”

— Tudo bem. — Louis respondeu e então ouviu passos do outro lado da porta indicando que o outro homem já havia ido.

O nervosismo reapareceu no corpo de Louis, e Harry percebeu pela mudança de atitude na expressão do rosto do mais velho.

Lou, você sabe que vai ficar tudo bem, vamos lá. — ele sorriu novamente. — Agora quero ver você sorrindo confiante sabendo que vai arrasar com todos naquele palco — Harry sorriu com os dentes, dessa vez. — Eu vou estar lá com a mamãe e as crianças esperando por você.

Louis não estava totalmente confiante, mas com a confiança de Harry colocada em si ele sentia que pelo menos não iria falhar.

Ele deu um pequeno sorriso – não conseguia ficar sério na frente de seu marido – e então Harry sorriu mais ainda, colocando as mãos no rosto de Louis como se quisesse aumentar o sorriso dele.

A resposta de Louis consistiu de um riso – Harry era um idiota – e dessa vez até as rugas próximas de seus olhos apareciam em seu rosto.

— Pronto? — o mais novo questionou.

Com Harry ao seu lado, Louis se sentia preparado para tudo.

thinking out loud; larryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora