— O que você acha? — meu tio parece frustado. Bom, eu também estaria.

— Bobby, é só que, tem esse caso a menos de 8k da sua casa — Sam diz, se encostando na mesa do centro.

— O quê? O caso do Benny Sutton? É isso? — meu tio questiona.

Observo os irmãos trocarem olhares.

— Você sabe sobre isso?

— É claro, já dei uma checada — ele dá de ombros — não tem nada estranho.

— Exceto uma testemunha que viu um morto cometer o assassinato — Sam aumenta um pouco o tom de voz, parecendo indignado com a atitude do meu tio.

— Que testemunha? Coveiro Wells?

— É!

— Ele é um bêbado — reprimo a vontade de rir com a cara que meu tio faz.

— E a tempestade de raios? Parecem presságios — insiste Sam.

— Exceto em fevereiro, na Dakota do Sul, que é temporada de tempestades — ok, meu tio está fazendo eles parecerem bem idiotas agora — pessoal, eu também achei que tivesse algo lá. Às vezes um cigarro é apenas um cigarro.

— Então quem matou o cara? — percebo que Sam o olha desconfiado.

— Pode escolher. Esse Benny Sutton era um grande filho da puta. Muita gente viva adoraria dar um nó na gravata dele.

— Então está nos dizendo... nada? — Dean arqueia as sobrancelhas.

— Desculpem — meu tio suspira — parece que gastaram um tanque de gasolina a toa.

— Ok — Dean desiste.

— Querida, acompanhe eles até a porta, sim? — meu tio finalmente se dá conta que eu também estou na sala. Ele dá as costas para nós e os irmãos me seguem.

— Sinto muito pela viagem perdida, rapazes — falo para eles quando estamos na porta.

— Algo me diz que não foi perdida — Dean murmura. Ele pega um cartão do bolso e me entrega. É um cartão do FBI, com um nome engraçado — qualquer coisa me liga, pirralha, se ver algo errado ou Bobby continuar teimoso demais nos escondendo coisas.

Assinto, guardando o cartão no bolso da calça.

— Seu cabelo é incrível — elogio Sam, que sorri orgulhoso.

— Obrigado — ele olha para o irmão, que revira os olhos — viu, Dean? Alguém com bom gosto.

— Um dia você vai acordar e vai estar careca — Dean diz com um sorriso no rosto, sem nem olhar para o outro.

— Ele está só brincando — Sam diz para mim.

— Não, não estou.

Eles reviram os olhos em sincronia e eu sorrio.

— Nos vemos por aí, Sarah — Sam se despede.

— Até mais — Dean acena.

Sorrio e aceno para eles, vendo-os partir. Deixo o sorriso morrer ao fechar a porta. O que meu tio está aprontando escondendo tia Karen deles?

— Alô, casa do Bobby Singer, sobrinha dele falando — atendo o telefone. Acabei de sair do banho e o único som da casa é o cantarolar da tia Karen cozinhando. Ainda. Ela simplesmente não para. Não se alimenta, não vai ao banheiro, não dorme. Meu tio finge que não está acontecendo nada e eu finjo que não vejo ele fingir.

haunted • twilightWhere stories live. Discover now